Resumo

Objetivos:
O paradigma da âncora, proposto pela primeira vez por Mauerberg-deCastro (2001), consiste em segurar dois cabos flexíveis, um em cada mão, enquanto as massas, que podem conter cargas variadas, são mantidas em contato com o solo durante tarefas com o equilíbrio restrito. O objetivo do estudo foi inserir o sistema “âncora” em aulas práticas de educação física adaptada para avaliar efeitos de longo prazo no controle postural de indivíduos com deficiência intelectual (DI).

Métodos e resultados:
Durante três meses, 12 adultos com DI leve e moderada participaram de 24 sessões de intervenção em um programa de atividade física adaptada. A avaliação pré- e pósintervenção consistiu de tarefas de apoio bipodal paralelo em uma trave de equilíbrio posicionada sobre uma plataforma de força. O parâmetro path length foi obtido do centro de pressão nas duas direções de movimento, médio-lateral e antero-posterior. O efeito significativo para intervenção (p = 0,034) decorreu da redução no path length no pós-teste (78,4 ±28,2 pol) em comparação com o pré-teste (91,1 ±39,0 pol). A interação significativa entre intervenção e condição de tarefa (p = 0.014) revela que a magnitude do path length foi maior no pré-teste na tarefa sem âncora contras as demais tarefas com o sistema âncora.

Conclusão:
Indivíduos com DI podem usar os elementos não-biológicos do sistema âncora de forma exploratória para regular a postura. Ainda, o sistema âncora é uma ferramenta terapêutica útil na estimulação do sistema postural.