Resumo

Em 1801, o rei espanhol Carlos IV, sob influência de Napoleão Bonaparte, declarou guerra a Portugal, os exércitos franco-espanóis invadiram o Alentejo, esta disputa logo se resolveu. Entretanto a notícia demorou a chegar na Vila de Rio Grande, isso se transformou em motivo para expansão dos domínios portugueses no Sul do Brasil, Este ano foi o que virtualmente se definiu a atual conformação geográfica do Rio Grande do Sul (FRANCO, 2007). Desde então até o primeiro terço do século XX, o transporte de pessoas e cargas era feito prioritariamente pela via fluvial-lacustre, da cidade de Jaguarão aos centros estaduais de desenvolvimento (Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre). O Rio Jaguarão nasce na Coxilha da Arvorezinha, situada na RS 89, que liga Bagé a Pinheiro Machado. Percorre uma distância de 107 milhas, até sua desembocadura na Lagoa Mirim (EMYGDIO, 2003). Porém com a construção da Ponte Internacional Mauá em 1930 (SOARES, 2005), esta realidade muda, ficando a navegação em segundo plano. As atividades no Rio Jaguarão ficam resumidas a pequenos passeios particulares, aos pescadores que utilizam o rio para chegarem a Lagoa Mirim, e os barcos areeiros, que impulsionados pela área da construção civil, cortam as águas em busca da matéria prima. Neste sentido temos como objetivo um novo olhar sobre o potencial que este rio pode desenvolver através do turismo, que envolva as comunidades ribeirinhas (pescadores e areeiros), adequando as embarcações, e capacitando grupos de profissionais para o desenvolvimento de passeios turísticos no leito do Rio Jaguarão, quiçá a Lagoa Mirim e o País vizinho Uruguai.