Integra

Um título mais atualizado para o relato seria "A coroa EF e o gatão Esporte", mas, como a tentativa de casamento vem desde o começo do século a gente deve respeitar a linguagem da época. Tentativa? É isto mesmo. A gente diz casamento pra não pegar mal. Na verdade eles tentam viver juntos. Sempre brigando, como a maioria dos casais.

Com a isenção possível vamos, aqui, registrar algumas características dos dois. Talvez isso ajude a decidir de vez a situação conjugal. Ou não.

Na verdade, dizem que a maior diferença entre eles é que a Educação Física é chegada ao antigo, conservadora. O esporte é moderninho, irresponsável e aventureiro.

Ela é pela tradição, cita os clássicos... Grécia... Ele faz questão de se mostrar na moda.

Ele não tem preconceito e transa bem com as ciências: psicologia, sociologia... Ela se acha uma ciência.

Ela é metódica, vive lembrando o Francês, o Dinamarquês, o Sueco e nunca esquece a tia-avó Calilstenia. Ele vive trocando de sistema, preferindo os aventureis do momento.

Ele é alegre, desafiante e imprevisível. Ela é triste, previsível e repetitiva.

Ela é convencional e recatada. Se mistura aos poucos: duplas, trios, pequenos grupos... Ele é radical: Individual ou coletivo.

Ela gosta de roupas leves e alegres, às vezes usa tanga. Ela gosta de uniformes.

Ela é formal, obediente a hierarquias, taxionomias e sequencias pedagógicas. Ele é criativo.

Ele acha a garota Educação um amor e todos continuam jogando. Ela pensa que só ela é Educação e fica nisso.

Ela tem tentado se mostrar moderna. Caiu no conto do vendedor de material esportivo e tem frequentado as academias, usando músicas de discoteca, mas sem abrir mão dos velhos exercícios e repetições. Ele vai pra academia só para apreciar o visual.

O casamento - pra Ele só no civil - é pretexto para fazer um cruzeiro pelo Caribe. Ela quer casar na igreja, de véu-e-grinalda, e passar a lua-de-mel em Poços de Caldas.