Resumo

Embora o Circo seja uma arte secular, considerada por muitos como uma linguagem universal e com significativo reconhecimento popular, as análises sistemáticas e científicas deste fenômeno são recentes. Alguns aspectos deste tipo de atividade já encontram certa ressonância acadêmica, especialmente nos estudos históricos, sociais e estéticos. Contudo, as questões sobre os aspectos técnicos e de segurança ainda representam um objeto de pouco interesse para a ciência moderna. Neste cenário, o presente estudo teve por objetivo debater os conceitos de risco, acidente e segurança sob a perspectiva de diferentes profissionais circenses, visando ainda apontar alguns dos recursos tecnológicos e procedimentais disponíveis na atualidade que servem de parâmetros básicos de segurança para o desenvolvimento de uma "cultura de segurança" entre os profissionais e praticantes do circo. Para isso, realizamos uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos de risco, acidente e segurança, buscando um melhor entendimento a partir de perspectivas de diversas áreas de conhecimento. Este estudo teórico foi complementado por uma pesquisa de campo realizada junto a profissionais do circo, particularmente mediante entrevistas semiestruturadas com dois montadores, dois professores e dois artistas, todos eles no mínimo com dez anos de experiência. Como resultado deste trabalho, observamos uma grande variedade de acidentes e suas consequências diretas e indiretas para o circo, condição que reforça nossa tese da importância de seguirmos investigando a segurança, para que receba o devido tratamento de todos os envolvidos. De modo ilustrativo, propomos alguns procedimentos, protocolos e medidas de segurança que visam sensibilizar todos os circenses para uma necessária e urgente mudança de atitude com relação à segurança, aproximando-nos paulatinamente da adoção de uma "cultura de segurança" no circo. 

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