Resumo


Em provas do atletismo que requerem potência muscular, há uma maior tendência de utilização de fibras do tipo II. Desta forma, exercícios de força como atividade condicionante podem acarretar em melhora no processo de contração muscular e no desempenho da atividade seguinte. Portanto, o objetivo do estudo foi analisar o efeito de diferentes atividades condicionantes na altura de salto vertical em atletas de provas de salto no atletismo. Doze atletas de elite do atletismo brasileiro (7 homens e 5 mulheres; 16 a 27 anos), em início de temporada esportiva, realizaram um teste de salto vertical com contra-movimento. Os testes foram realizados após três condições em dias distintos, a saber: I) Sem Atividade Condicionante (Controle), II) Squat Jump com 80% da massa corporal e III) Drop Jump de uma altura de 40cm. Foram realizados três saltos verticais após cada atividade condicionante. Adotou-se um intervalo de três minutos entre a realização da atividade condicionante e salto vertical e de um minuto entre cada tentativa de salto vertical. Foi demonstrado efeito do fator atividade condicionante para a altura de salto vertical, F(11, 22) = 9,69; P < 0,001. A condição Squat Jump apresentou maior altura do salto vertical quando comparada à condição controle (P = 0,003; ?2 = 0,64). Em contrapartida, não foi encontrado aumento do salto vertical na condição Drop Jump quando comparada à condição controle (P = 0,99). O número de saltos e o limitado controle da técnica utilizada durante a realização do Drop Jump podem ter influenciado o desempenho do salto vertical. Desta forma, o aparecimento da potencialização pós-ativação está condicionado à intensidade e à natureza da atividade condicionante. Por conseguinte, sugerimos que a realização de Squat Jump pode ser benéfica para o desempenho de atletas de modalidades de potência.Referências 1. Bishop D. Warm up I: potential mechanisms and the effects of passive warm up on exercise performance. Sports Med. 2003; 33(6): 439-54. 2. Nunes J, da Rosa SM, Del Vecchio FB. Treinamento de força com uso de correntes e potencialização pós-ativação do salto vertical. Rev Bras Ci Esporte. 2012; 34(4): 1017-33. 3. Batista MAB, Roschel H, Barroso R, Ugrinowitsch C, Tricoli V. Potencialização pós-ativação: possíveis mecanismos fisiológicos e sua aplicação no aquecimento de atletas de modalidades de potência. J Phys Educ. 2010; 21(1): 161-74. 4. Sale DG. Postactivation potentiation: role in human performance. Exerc Sport Sci Rev. 2002; 30(3): 138-43. 5. Batista MA, Coutinho JP, Barroso R, Tricoli V. Potencialização: a influência da contração muscular prévia no desempenho da força rápida. Rev Bras Ci Mov. 2003; 11(2): 07-12. 6. Suchomel TJ, Lamont HS, Moir GL. Understanding vertical jump potentiation: a deterministic model. Sports Med. 2016; 46(6): 809-28. 7. Wilson JM, Duncan NM, Marin PJ, Brown LE, Loenneke JP, Wilson SM, et al. Meta-analysis of postactivation potentiation and power: effects of conditioning activity, volume, gender, rest periods, and training status. J Strength Cond Res. 2013; 27(3): 854-9. 8. Rassier DE, Macintosh BR. Coexistence of potentiation and fatigue in skeletal muscle. Braz J Med Biol Res. 2000; 33(5): 499-508. 9. Taylor K, Chapman D, Cronin J, Newton MJ, Gill N. Fatigue monitoring in high performance sport: a survey of current trends. J Aust Strength Cond. 2012; 20(1): 12-23. 10. Güllich A, Schmidtbleicher D. MVC-induced short-term potentiation of explosive force. New Stud Athlet. 1996; 11: 67-84. 11. Weber KR, Brown LE, Coburn JW, Zinder SM. Acute effects of heavy-load squats on consecutive squat jump performance. J Strength Cond Res. 2008; 22(3): 726-30. 12. Morana C, Perrey S. Time course of postactivation potentiation during intermittent submaximal fatiguing contractions in endurance- and power-trained athletes. J Strength Cond Res. 2009; 23(5): 1456-64. 13. Miarka B, Del Vecchio FB, Franchini E. Acute effects and postactivation potentiation in the Special Judo Fitness Test. J Strength Cond Res. 2011; 25(2): 427-31. 14. Portney LG, Watkins MP. Foundations of clinical research: applications to practice. 3. ed. Philadelphia: F. A. Davis Company; 2015. 15. Williams E. Experimental designs balanced for the estimation of residual effects of treatments. Aust J Chem. 1949; 2(2): 149-68. 16. Turner AP, Bellhouse S, Kilduff LP, Russell M. Postactivation potentiation of sprint acceleration performance using plyometric exercise. J Strength Cond Res. 2015; 29(2): 343-50. 17. Klavora P. Vertical-jump tests: a critical review. Strength Cond J. 2000; 22(5): 70-5. 18. Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2. ed. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates; 1988. 19. Weir JP. Quantifying test-retest reliability using the intraclass correlation coefficient and the SEM. J Strength Cond Res. 2005; 19(1): 231-40. 20. Ruscio J. A probability-based measure of effect size: robustness to base rates and other factors. Psychol Methods. 2008; 13(1): 19-30. 21. Feltner ME, Fraschetti DJ, Crisp RJ. Upper extremity augmentation of lower extremity kinetics during countermovement vertical jumps. J Sports Sci. 1999; 17(6): 449-66. 22. Maulder PS, Bradshaw EJ, Keogh J. Jump kinetic determinants of sprint acceleration performance from starting blocks in male sprinters. J Sports Sci Med. 2006; 5(2): 359-66. 23. Chiu LZ, Fry AC, Weiss LW, Schilling BK, Brown LE, Smith SL. Postactivation potentiation response in athletic and recreationally trained individuals. J Strength Cond Res. 2003; 17(4): 671-7. MOURA et al. 46 R. bras. Ci. e Mov 2018;26(1):39-46. 24. Gourgoulis V, Aggeloussis N, Kasimatis P, Mavromatis G, Garas A. Effect of a submaximal half-squats warm-up program on vertical jumping ability. J Strength Cond Res. 2003; 17(2): 342-4. 25. Esformes JI, Keenan M, Moody J, Bampouras TM. Effect of different types of conditioning contraction on upper body postactivation potentiation. J Strength Cond Res. 2011; 25(1): 143-8. 26. Moura NA. Treinamento pliométrico: Introdução às bases fisiológicas, metodológicas e efeitos do treinamento. Rev Bras Ci Mov. 1988; 2(1): 30-40. 27. Allen SJ, King MA, Yeadon MR. Is a single or double arm technique more advantageous in triple jumping? J Biomech. 2010; 43(16): 3156-61. 28. Lees A, Fowler N, Derby D. A biomechanical analysis of the last stride, touch-down and take-off characteristics of the women’s long jump. J Sports Sci. 1993; 11(4): 303-14.
 

Acessar