Resumo

Como elemento constitutivo do esporte moderno e elo de ligação com a sociedade, a tecnologia consolidou-se como um relevante objeto de estudo. Sob o argumento do aprimoramento da funcionalidade dos equipamentos, do aumento da segurança e da optimização da performance, esse imbricado processo mediado pelos interesses econômicos e políticos, materializa-se num particular segmento da indústria e do comércio. Considerando que o desenvolvimento dos aparelhos da Ginástica Artística vem modificando substancialmente a sua prática, o interesse das federações nacionais e clubes fez aumentar a demanda pelo assessoramento técnico-científico. O presente artigo investiga, por meio de uma análise documental combinada, o desenvolvimento da indústria, o registro de propriedade intelectual como dispositivo moderador e a centralidade da Federação Internacional de Ginástica (FIG) por meio da exigência de certificação. Os resultados indicam uma recente mudança geopolítica dos fabricantes, com ascensão das corporações chinesas, o aumento dos pedidos de patente e um conjunto restrito de fabricantes que obtiveram a certificação de seus aparelhos. Observamos, ainda, uma indústria nacional defasada em termos tecnológicos e centralizada na região sudeste, condições que mantém a dependência tecnológica do Brasil apesar da melhora substancial dos resultados competitivos dos(as) ginastas brasileiros(as) nos principais eventos desta modalidade.

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