Integra

A partir do primeiro voo espacial tripulado realizado pelos americanos e soviéticos no início da década dos 1960s, foram desenvolvidas várias tecnologias de monitoração e transmissão de dados vitais, como frequência cardíaca e respiratória, ECG, entre outros parâmetros dos astronautas em órbita (telemetria).

Essa abordagem foi usada com sucesso nas décadas seguintes para aplicações de telemedicina e telessaúde na esfera civil, e hoje é um setor plenamente desenvolvido em muitos países, inclusive no Brasil, que tem vários projetos de grande porte, como a RUTE (Rede Universitária de Telemedicina) e o Programa de Telessaúde na Atenção Primária, que abrange 11 estados e mais de 1.500 municípios. Engloba muitas especialidades em medicina, odontologia e enfermagem.

Isto é, menos na Educação Física... Porque será?

Chama a atenção dos especialistas em telessaúde, como eu, o uso pequeno de tecnologias a distância nessa área. Essa lacuna é, ao mesmo tempo, um mistério e um paradoxo, pois certamente é um campo onde são extremamente interessantes e numerosas as possibilidades de aplicação!

Por exemplo:

·         Personal trainer virtual: no meu caso, por exemplo, tenho uma mini-academia muito bem montada em minha casa, com esteira, aparelhos multivalentes de musculação, pesos, etc. Com certeza devo estar fazendo errado alguns exercícios, e gostaria que alguém me visse exercitando usando Skype ou outra videoconferência qualquer, e me orientasse por ela!

·         Segunda opinião: academias e escolas em cidades pequenas podendo consultar especialistas em centros de excelência, através de videoconferência, WhatsApp, etc.

·         Monitoração fisiológica contínua em esportes de alto desempenho ou em pacientes com disfunções cardíacas, pulmonares, neurais ou outras;

·         Telediagnóstico e apoio à decisão de problemas de saúde, exercício e nutrição na esfera da Educação Física e Esportes;

·         Integração dos monitores de pulso (“vestíveis”, reloginhos, apps, etc.), para aplicações em exercícios físicos (tremendo mercado para emagrecimento, fitness e bem estar);

·         Prontuário eletrônico pessoal, disponível na Web, através dos servidores de nuvem;

·         Tele-educação: cursos de aperfeiçoamento, especialização e pós-graduação a distância (várias universidades já oferecem nesta categoria, mas vemos ainda poucas iniciativas por parte de escolas livres).

Esse são algumas das muitas ideias possíveis. Há 30 anos realizávamos um projeto pioneiro da UNICAMP com o colega Laércio Pereira, o Centro Esportivo Virtual, a primeira iniciativa no ciberespaço, e o I Simpósio de Informática na Educação Física e Esportes. Quanto progredimos de lá para cá? Esta é uma boa pergunta...

O que devemos fazer para incrementar e fomentar as aplicações da tecnologias de informação e comunicação na Educação Física e Esportes no Brasil? O CEV adoraria saber sua opinião e sugestões, escreva nos comentários abaixo!