Resumo

Segundo o conceito de tímese parabólica formulado pelo filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos, quando um ser humano responde com uma intensidade maior que a dos estímulos recebidos, ele compara sua situação atual com aquela que é capaz de alcançar. A comparação com uma perfeição virtual mostra ao homem algo melhor a ser feito e o estimula a buscar a melhoria de algo ou situação, ou mesmo de si mesmo e de outra pessoa. Quanto ao próprio ser humano, a filosofia indica uma perfeição correspondente à natureza humana, que não se restringe ao exercício de papéis sociais ou tarefas específicas, mas ao cumprimento das potencialidades inerentes à dignidade humana. Ao contrário dos bens externos, cuja disponibilidade é limitada e cuja posse é rival, os bens internos são moldados por cada indivíduo de uma forma que beneficia toda a comunidade. As virtudes pessoais cultivadas pelo indivíduo têm uma repercussão social positiva. Temos o tempo parabólico intersubjetivo quando um percebe o potencial de outrem e estimula o outro a se desenvolver. Isto ocorre principalmente em relação a alguém que se ama ou cujo bem se deseja. Neste artigo, quero defender a afirmação de que a tendência à perfeição teleológica é uma qualidade inerente ao ser humano, que é melhor compreendida através da conjugação da corporeidade e da intersubjetividade: a disposição corpórea é naturalmente adequada ao processo de idealização e busca da perfeição humana específica, que necessariamente ocorre através do intercâmbio sincrônico com o aperfeiçoamento do outro.

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