Resumo

Considerando-se o quanto, em âmbito internacional, instituições militares vêm sendo objeto de investigações epidemiológicas, empreendeu-se estudo a respeito em nosso meio, apropriando-se do Treinamento Físico Militar do Exército brasileiro (TFM), sobretudo no relativo a exercício, aptidão física e saúde. Sendo essa prática mantida com base em manual, nossos objetivos consistiram em rever e apreciar aspectos do TFM, tanto no plano normativo quanto no aplicado, bem como discutir questões, no seu interior, mais diretamente afeitas a Aptidão Física Relacionada à Saúde. Os procedimentos adotados consistiram em: i) análise comparativa do manual do Exército com similares do treinamento não-militar, e ii) no plano aplicado, identificação e escolha de situação específica de estudo; optou-se, para tanto, por análise quantitativa dos resultados dos testes de aptidão física (TAFs), empregados nas 12a. e 24a. semanas de TFM. Neste aspecto, o estudo caracteriza-se como retro-análise, uma vez que se apropriaram dados de uma das turmas (quarenta atiradores) do Tiro-de-Guerra 02-40 de Sorocaba, S.P., referentes ao ano de 1991, passando-se a avaliar os resultados decorrentes de cinco testes de aptidão física empregados: meio-sugado, barra, flexão de braços, abdominal e corrida de 12 minutos. Foram efetuados tratamento estatístico descritivo e analítico: quanto ao primeiro, caracterizaram-se as distribuições obtidas por medidas de posição e variabilidade; quanto ao segundo, adotou-se o teste não-paramétrico de Wilcoxon, a nível de significância estatística de 5%. Como resultados, observaram-se, destacadamente: i) diferenças estatisticamente significativas nos valores da 24a semana, comparados com da 12a, para todos os testes; ii) aproximação dos escores obtidos aos padrões mínimos de exigência do Exército; iii) em alguns testes, os menores desempenhos superaram aos mínimos exigidos já na 12a semana, anterior a intervenção, e; iv) no que se refere ao referencial teórico-metodológico adotado, este não difere, de forma geral, daqueles utilizados para comparação. No entanto, há diferenças expressivas entre o preconizado pelo manual e a prática adotada no local. A discussão e conclusões subseqüentes travam-se a partir de tais elementos, associadamente a respectivos quadros, tabelas, gráficos e anexos, sendo tomados em conta aspectos mais gerais do TFM (como abrangência; comparações com programas de outras nações; adoção de bases da Teoria do Treinamento; objetivos, fundamentos e testes de avaliação física), quanto características observadas em sua implementação,como motivação, qualificação profissional na aplicação e resultados do mesmo sobre sistemas orgânicos específicos. Em síntese, de fato, conclui-se que há objetivos, por parte do TFM, de difícil efetivação, como não se poder contar com evidências que sustentem a afirmativa de possibilidade de "manutenção preventiva da saúde" dos atiradores 

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