Resumo

A realização de exercícios intervalados reduz a fadiga e aumenta o trabalho muscular realizado, razão pela qual tem sido recomendada como método de treinamento de velocidade. Em estudos que trataram de exercício de alta intensidade e duração de até aproximadamente 10 s, observou-se decréscimo rápido na performance e aumento do lactato, especialmente quando a recuperação é curta (30 a 60 s). As mudanças biomecânicas devidas à fadiga tem sido estudadas somente em exercícios de maior duração e intensidade menor, especialmente em corridas de fundo e meio-fundo. O presente estudo pretendeu verificar a possibilidade de identificar mudanças climáticas e no lactato sangüíneo em corridas de máxima velocidade, em diferentes regimes de pausa, no treinamento intervalado. Seis sujeitos executaram 3 séries de 5 tiros de 50 m, em máxima velocidade, com regimes de pausa de 30, 60 e 120 s, respectivamente. Para cada sujeito foram coletados: a) após o primeiro, terceiro e quinto tiros e aos 1, 3, 5, 7 e 10 min de recuperação amostras de sangue para análise de lactato sangüíneo por método eletroquímico; b) imagens em vídeo do primeiro, terceiro e quinto tiros utilizando-se a técnica de "panning" acompanhando toda a corrida, com marcas de referência colocadas a cada 5 m. Foram extraídas a velocidade, a freqüência e a amplitude de passadas, para cada trecho de 5 metros. Não houve diferença significativa entre as concentrações de lactato nos diferentes regimes de pausa (concentração de pico de respectivamente 11.7 ± 2.8, 11.5 ± 2.5 e 11.0 ± 3.7 mM para 30, 60 e 120 s). Contudo, com pausas de 30 s, houve diminuição da velocidade e da freqüência e aumento da amplitude ao longo dos cinco tiros, enquanto que com pausas de 120 s, essas diferenças foram atenuadas. Observou-se também que a freqüência foi, dentre as variáveis analisadas, a mais sensível às condiçoes experimentais.

Acessar