Resumo

A reformulação dos estádios para a Copa do Mundo ilustra a chegada do conceito de arena ao futebol brasileiro. Nesse contexto, a Arena Pernambuco converteu-se em uma parceria entre o consórcio responsável pela gestão da arena e o Clube Náutico Capibaribe. A associação promove uma situação nova para a torcida alvirrubra, que se depara com a mudança do Estádio dos Aflitos, que congrega muito da história do clube, para a Arena Pernambuco, um novo modelo de estádio. Assim, buscamos compreender como a torcida do Náutico significa esses espaços sociais. Para tal, realizamos uma etnografia da comunicação e usamos a perspectiva teórica de Roberto DaMatta como lente para interpretação dos achados, que nos levaram a refletir como esses estádios ganharam significados a partir de dois pontos de vista: um ligado a uma visão de mundo específica de uma sociedade e outro fundamentado nas regras e valores de uma ordem social vigente.

Referências

Andrade, R. F., & Braga, S. I. G. (2014). Futebol e torcedores em Manaus (AM): breve digressão e etnografia multissituada em ‘clima’ de Copa do Mundo na cidade. Ponto.Urbe, 14(1), 1-16.

Barreto, T. V., & Nascimento, C. F. B. (2011). Os espaços físicos e o habitus dos torcedores brasileiros em estádios de futebol: o que pode mudar com a adoção do padrão FIFA para a Copa de 2014?. In: Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 35, Caxambu, 2011. Anais..., Anpocs.

Berger, P. T., & Luckmann, T. (2006). A construção social da realidade. 26. ed. Petrópolis: Vozes.

Birdwhistell, R. L. (1986). A kinesic-linguistic exercise: the cigarette scene. In: J. J. Gumperz, & D. Hymes (org.).

Directions in sociolinguistics: the ethnography of communication. New York: Basil Blackwell, 381-404.

Caldas, W. (1997). Futebol e cultura brasileira. Intercom, 20(1), 69-86.

Capraro, A. M. (2015). “Diz-me como jogas e te direis quem és...”: estilos de jogar futebol em Pasolini, Freyre e DaMatta. História Unisinos, 19(3), 283-292.

Capraro, A. M. (2004). O Estádio Joaquim Américo — a “Arena da Baixada” — e a identidade clubística do torcedor do Clube Atlético Paranaense. Campos, 5(1): 131-149.

Cleland, J. & Cashmore, E. (2014). Fans, racism and british football in the twenty-first Century: the existence of a ‘colour-blind’ ideology. Journal of Ethnic and Migration Studies, 40(4), 638-654.

Cleland, J. & Cashmore, E. (2016). Football fans’ views of racism in British football. International Review for the Sociology of Sport, 51(1), 27-43.

Creswell, J. W. (2007). Qualitative inquiry and research design: choosing among five approaches. 2. ed. Sage Publications: Thousand Oaks.

DaMatta, R. (2006). A bola corre mais que os homens: duas copas, treze crônicas e três ensaios sobre futebol. Rio de Janeiro: Rocco.

DaMatta, R. (1997). A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. 5. ed. Rio de Janeiro: Rocco.

DaMatta, R. (1982). Futebol: ópio do povo X drama de justiça social. Novos Estudos, 1(4), 54-60.

Fernandes, D. H. (2013). A nova infraestrutura de arenas e a Copa de 2014: impulsionando a cadeia de entretenimento no Brasil. Cadernos FGV Projetos, 22(1), 62-67.

Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. São Paulo: LTC.

Giglio, S. S. & Spaggiari, E. (2010). A produção das ciências humanas sobre futebol no Brasil: um panorama (1990-2009). Revista de História (USP), 0(163), 293-350.

Giulianotti, R. (2010). Sociologia do Futebol: Dimensões Históricas e Socioculturais do Esporte das Multidões. 2. ed. Rio de janeiro: Nova Alexandria.

Goffman, E. (1981). Footing. In E. Goffman (Ed.), Forms of talk (pp. 124-159). Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Goffman, E. (1967). On face-work, In E. Goffman (Ed.), Interaction ritual: essays on face-to-face behavior (pp. 5-46). New York: Penguin Books.

Gumperz, J. J. (1982). Contextualization conventions. In J. J. Gumperz (Ed.), Discourse strategies (pp. 130-152). Cambridge: Cambridge University Press.

Gumperz, J. J. (1982). Conversational code switching. In J. J. Gumperz (Ed.), Discourse strategies (pp. 59-99). Cambridge: Cambridge University Press.

Gumperz, J. J. (2003). Interactional sociolinguistics: a personal perspective. In D. Schiffrin, D. Tannen, & H. E. Hamilton (Eds.), The handbook of discourse analysis (pp. 215-228). Malden: Blackwell Publishing.

Gumperz, J. J. (1982). Prosody in conversation. In J. J. Gumperz (Ed.), Discourse strategies (pp. 100-129). Cambridge: Cambridge University Press.

Gumperz, J. J. (1982). Socio-cultural knowledge in conversational inference. In J. J. Gumperz (Ed.), Discourse strategies (pp. 153-171). Cambridge: Cambridge University Press.

Gumperz, J. J., & Hymes D. (1986). Introduction. In J. J. Gumperz & D. Hymes (Eds.), Directions in sociolinguistics: the ethnography of communication (pp. 1-25). New York: Basil Blackwell.

Ianni, O. (2002). Tipos e mitos de pensamento brasileiro. Sociologias, 4(7), 176-187.

Kaz, L. & Silva, P. (2013). Dando tratos à bola: futebol e Brasil. Revista USP, 0(99), 67-78.

Merkel, U. (2007). Milestones in the development of football fandom in Germany: global impacts on local contests. Soccer & Society, 8(2/3), 221-239.

Leão, A. L. M. S. & Mello, S. C. B. (2007). Apresentando a Etnografia da Comunicação ao Campo da Pesquisa em Administração. In I Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade. Recife, PE.

Nascimento, A. S. (2014). A metrópole e as perfídias do capital: uma análise da relação entre Estado, megaeventos esportivos e grandes projetos de desenvolvimento urbano na (re)produção do capital e da cidade contemporânea. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 16(2), 35-58.

Nascimento, C. F. B. & Barreto T. V. (2013). Habitus dos torcedores brasileiros e adoção do padrão FIFA nos estádios da Copa do Mundo de futebol 2014. Estudos de Sociologia, 2(1), 1-19.

Pluri Stochos. 1ª pesquisa Pluri Stochos tamanho de torcidas. Retirado de http://www.-pluriconsultoria.com.br/uploads/relatorios/REPORT%20PLURI%20STOCHOS%20-%20TAMANHO%20DE%20TORCIDAS.pdf.

Saville-Troike, M. (2003). The ethnography of communication: an introduction (3a ed.). Malden: Blackwell Publishing.

Seixas, T. & Lopes, J. P. S. R. (2012). Copa do Mundo 2014: um estudo sobre o processo de candidatura de Pernambuco. Revista Intercontinental de Gestão Desportiva, 2(1), 1-15.

Souto, L. & Torres, R. (2010). Arenas da Copa 2014: o desafio da viabilidade dos investimentos. Cadernos FGV Projetos, 13(1), 44-52.

Stone, C. (2007). The role of football in everyday life. Soccer & Society, 8(2/3), 169-184.

Tavoralo, S. B. F. (2008). “À sombra do mato virgem...”: natureza e modernidade em uma abordagem sociológica brasileira. Ambiente e Sociedade, 11(2), 273-287.

Wagner, T. (2011, Out.). Agora é oficial: Náutico vai jogar na Arena Pernambuco. Blog do torcedor. Retirado de http://blogs.ne10.uol.com.br/torcedor/2011/10/17/agora-e-oficial-nautico-vai-jogar-na-arena-pernambuco.

 

Acessar