Resumo

O estudo da plasticidade neuronal tem sido um campo de estudo de grande interesse. Um modelo que tem sido utilizado para este estudo é a aplicação tópica na serosa intestinal do Cloreto de Benzalcônio (BAC), o qual é responsável pela desnervação do Plexo mioentérico. O objetivo deste trabalho foi o de realizar uma análise morfoquantitativa dos plexos mioentérico e submucoso após aplicação de BAC na superfície serosa do colo de ratos. Foram analisados dois grupos: controle (S) e desnervado (CB). O tratamento foi feito com cirurgia, e aplicação do BAC a 2mM no grupo CB. O mesmo procedimento foi repetido no grupo S, substituindo o BAC por salina 0,9%. Após quinze dias, os animais foram sacrificados, e o segmento tratado foi submetido à técnica imunohistoquímica para miosina-V. A morfologia dos neurônios não se alterou nos plexos mioentérico e submucoso. Os gânglios sofreram alteração apenas no plexo mioentérico. Dentre os parâmetros analisados observou-se um aumento significativo na área do perfil celular nos neurônios dos plexos mioentérico e submucoso. No plexo mioentérico observou-se uma redução significativa no número de neurônios/mm2 (grupo S 78,38 ± 2,70; grupo CB 24,84 ± 2,09), no número de neurônios/gânglio (grupo S 9,15 ± 0,47; grupo CB 5,83 ± 0,50) e no número de gânglios/mm2 (grupo S 8,60 ± 0,35; grupo CB 4,49 ± 0,07) quando comparamos o grupo S com o grupo CB. No plexo submucoso não houve diferença significativa no número de neurônios/mm2 (grupo S 74,72 ± 7,01; grupo CB 71,16 ± 6,94), no número de neurônios/gânglio (grupo S 6,49 ± 0,45; grupo CB 5,88 ± 0,44) e no número de gânglios/mm2 (grupo S 11,51 ± 0,82; grupo CB 12,01 ± 0,43) quando comparamos o grupo S com o grupo CB. Estes dados demonstram que a aplicação de BAC na serosa do colo provoca alterações quantitativas apenas no plexo mioentérico e alterações morfológicas nos plexos mioentérico e submucoso.