Resumo

As vestimentas compressivas tornaram-se promissoras no ambiente esportivo, porém não é consenso sua forma de atuação e seus resultados. São raros os trabalhos que observaram esse tipo de traje em esportes coletivos, como o futebol, que é caracterizado por exigir esforços intermitentes e por ter calendário com elevada frequência de jogos, acarretando alta prevalência de lesões em membros inferiores. Por isso, quaisquer intervenções que possam promover uma diminuição deste risco e/ou manutenção do desempenho na temporada são promissoras e justificam a realização de pesquisas. O presente estudo teve por objetivo verificar os efeitos do uso de meias de compressão durante jogo de futebol e suas implicações na recuperação das atletas. Vinte jogadoras de futebol feminino amador foram divididas de forma randômica em dois grupos, experimental (com compressão) e controle, e balanceadas de acordo com o time e com as posições táticas. Antes do jogo (48 horas) e logo após a partida, as jogadoras realizaram três testes físicos (T de agilidade, elevação do calcanhar e Yo-yo intermittent endurance nível 2), e anotaram percepções subjetivas. O jogo foi capaz de gerar o mesmo estresse nas jogadoras (FC média ~84% da FCmax, e percepção subjetiva de esforço ~8 UA [unidades arbitrárias], em escala de 0 a 10), e o uso da compressão beneficiou o desempenho pós-jogo nos testes T de agilidade, mantendo o rendimento, e no de elevação do calcanhar, com menor redução do desempenho comparado ao grupo controle. Conclui-se que o uso das meias de compressão reduz a fadiga aguda da panturrilha proveniente da partida, permitindo à jogadora realizar os testes pós-jogo com melhor rendimento do que o grupo controle. Com isso, apesar de não ter sido acompanhado o período de recuperação tardio, é presumível que a recuperação destas jogadoras seja mais rápida e eficaz, tornando a meia de compressão promissora estratégia durante o jogo de futebol e para a temporada.

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