Resumo

O presente estudo apresentou os seguintes objetivos: 1) verificar a confiança de um protocolo elaborado para determinar a freqüência cardíaca (FC) e a velocidade correspondentes ao limiar anaeróbico (LA), em teste de campo para ciclismo; 2) verificar se a FC, obtida a partir de três diferentes protocolos, sendo dois de laboratório e um de campo, é capaz de determinar a intensidade de esforço correspondente ao LA. Participaram deste estudo 11 sujeitos, sendo 6 ciclistas e 5 triatletas do sexo masculino, 21,4± 4,0 anos de idade, 63,8± 10,5 kg de peso, 170± 7,3 cm de altura. Os protocolos utilizados foram os seguintes: 1) contínuo-progressivo de laboratório (CPL), com carga inicial de 80 w, com incrementos de 40 W, a cada 3 min até, a exaustão voluntária; 2) intermitente de laboratório (IL), com 2 cargas de 5 min de duração cada, sendo a 1ª sublimiar e a 2ª supralimiar, com 20 min de intervalo entre as cargas; 3) intermitente de pista (IP), com 3 repetições de 2400 m, realizadas a 85, 90 e 95% da velocidade máxima para o percurso, com 20 min de intervalo entre as repetições. Durante o teste CPL, foram coletados 25µl de sangue e mensurado a FC, ao final de cada carga, para a determinação do LA. Nos testes de IL e IP, observou-se a FC ao final de cada carga e no minuto 1, 3 e 5 de recuperação foram coletados 25µl de sangue para mensuração do lactato. Para o teste CPL adotou-se 3,5 mM de lactato como sendo o LA e para os testes IL e IP, 4 mM de lactato como o valor do LA (HECK et alli, 1985); 4) após essas 3 avaliações os sujeitos foram submetidos à um esforço contínuo de 3 min de duração (CP, em uma pista reta e plana de 2400 m. utilizando as próprias bicicletas de competição, a aprtir das diferentes FC obtidas nos testes realizados previamente (FCCPL, FCIL, FCIP), as quais serviram para controlar a intesidade do esforço durante o teste CP. Durante os mesmos realizaram-se coletas de sangue (25µl) no 10º, 20º e 30º min, a fim de detectar se os sujeitos apresentavam fase estável (aumento £ 1mM). Os resultados dos testes e retestes, do protocolo intermitente de pista (IP), apresentaram correlação significante (r = 0,91; r = 0,95) respectivamente para a FC (testes 170,7 ± 13,0 - retestes 173± 14,7) e velocidade (testes 35,9± 1,4) - retestes 35,5± 1,4) do LA. O teste t pareado demonstrou não haver diferenças significantes entre as médias da FC e velocidade referentes aos testes e retestes (p > 0,05). Observou-se diferenças significantes (p < 0,05) entre os testes CPL e IL, quanto aos valores da FC (CPL 181± 8,8 - IL 172,8± 10,6) e da carga (W) (CPL 300,6± 62,0 - IL 313,4± 60,0) do LA, sendo a carga maior e a FC menor no teste IL. Entretanto, a FC do LA encontrada em IP (169,5± 9,8), não apresentou diferença significante em relação a IL. Durante o teste CP, realizado a partir da FC obtida no teste CPL, observou-se incremento maior que 1 mM na concentração de lactato entre o primeiro trecho ( 10º min) (5,0± 0,6) e o terceiro trecho (30º min) (6,4± 1,3) (p < 0,05). Entretanto este incremento não foi observado no teste CP realizado a partir da FC obtida nos testes IL e IP. Em função dos resultados obtidos, sugerimos que os protocolos intermitentes, desenvolvidos em campo e em laboratório, apresentam valores de que se aproximam de uma fase estável de lactato durante o teste CP. Entretanto FC obtida a partir do teste CPL, superestimou, para a maioria dos sujeitos, a intensidade correspondente ao LA.

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