Resumo

A escolha do protocolo para avaliação da composição corporal deve envolver praticidade e baixo custo operacional, principalmente quando aplicado em um grande número de indivíduos. Nesse contexto, a proposição mais recente de utilização do somatório de dobras em valores absolutos (mm) para avaliar a adiposidade corporal sem a transformação em G% parece muito interessante. Já existem valores de referência para atletas e campeões olímpicos para esses somatórios, mas não para uma população jovem treinada ou não. Um dos objetivos da presente dissertação foi utilizar um número expressivo de sujeitos para caracterizar nove dobras cutâneas em relação a elas mesmas, e sua aplicação em 10 modelos de predição de gordura corporal propostos na literatura. O principal objetivo foi determinar valores de referência (percentis 10, 50 e 90) para os somatórios de 9 (S9D), 7 (S7D) e 6 dobras cutâneas (S6D); e somatório de dobras separado em três segmentos corporais: membro superior (SMSup), tronco (STronco) e membro inferior (SMInf) para uma população jovem do sexo masculino fisicamente ativa, e para uma população jovem do sexo masculino treinada. A população de referência foi composta por 507 sujeitos (18,6 0,7 anos; massa 69,0 ± 8,0 kg e altura 1,77 ± 0,06 m), representativa de todos os estados do País. Os alunos ingressam por processo seletivo sem histórico de treinamento sistematizado, e passam um ano em internato na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (ExPCEx) onde, além dos estudos recebem treinamento periodizado (2h/dia/5dias/semana). A medida das dobras (triplicata) foi realizada em três momentos do ano: na chegada (grupo fisicamente ativo) e após 4 e 8 meses de treinamento periodizado padrão do exército (grupo treinado). Nossos resultados mostraram que a confiabilidade do modelo predizer o G% depende do emprego de dobras representativas de todos os segmentos corporais. Mostraram também que o somatório de dobras é uma alternativa eficaz para acompanhar a evolução da massa gorda em resposta ao treinamento. Apresentamos nessa dissertação os valores de referência (percentil 10 e 90 em mm com os respectivos intervalos de confiança de 90% dos limites inferiores e superiores) do S6D para uma população jovem do sexo masculino, fisicamente ativa (45,59 ¿ 98,79m) e treinada (48,01 ¿ 86,68), e o somatório separado por segmentos. A comparação de dados individuais com esses valores de referência possibilitará maior atenção quando forem observados valores fora do intervalo, pois são indicativas de respostas reais na adiposidade e devem ter sua causa justificada. 

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