Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar a variação temporal em doze anos nas prevalências de excesso de peso e obesidade em adolescentes de uma escola privada de Pelotas-RS e a associação transversal com atividade física e tempo de televisão. Foram realizados dois inquéritos transversais com estudantes do ensino médio da escola em 2000 e 2012. Foram aferidos peso e altura dos adolescentes. Valores de escore-z de IMC para idade superiores a +1 e +2, respectivamente, classificaram o excesso de peso e obesidade. Foram considerados ativos os adolescentes que atingiram pelo menos 300 minutos/semana de atividade física em 2012. Tempo igual ou superior a duas horas assistindo televisão foi considerado alto. Em 2000 a prevalência de excesso de peso foi de 21,5%, enquanto que em 2012 aumentou para 30,7% (p=0,003). Quanto à obesidade, a prevalência quase dobrou, passando de 5,0% para 9,7% (p=0,01). Em ambos os períodos, os dois desfechos mostraram-se mais prevalentes no sexo masculino. A prevalência de excesso de peso aumentou significativamente nos meninos (p=0,002), enquanto a obesidade aumentou mais nas meninas (p=0,01). Maiores incrementos de ambos os desfechos se deram na faixa etária dos 16 anos ou mais. A prática de atividade física não foi associada com as prevalências dos desfechos em 2012. Entretanto, assistir televisão por pelo menos duas horas/dia foi associada com incremento superior a 10 pontos percentuais na prevalência de excesso de peso. Os resultados mostraram um grande aumento nas prevalências de excesso de peso e obesidade dos adolescentes desta escola.

Acessar