Resumo

Resumo: A partir do referencial teórico desenvolvido por R.W. Connell e J.W. Messerschmidt, o objetivo desta pesquisa qualitativa é examinar a forma como a suplementação alimentar é apresentada em 8 perfis de homens fitness no Instagram com mais de 1 milhão de seguidores (4 perfis de homens brasileiros; 4 de estrangeiros). O argumento central aponta que a suplementação alimentar é apresentada pelos donos desses perfis como uma estratégia na busca de enquadramento a um padrão corporal de homem másculo e viril, estereótipo assumido e cultuado por tais usuários. Ao supervalorizarem esse estereótipo, tais homens reiteram padrões de uma “masculinidade hegemônica”, entendida como um conjunto de práticas culturalmente específicas que possibilitou a legitimação ideológica da subordinação feminina e a permanência da dominação masculina. Por se colocar como uma forma culturalmente idealizada, essa masculinidade hegemônica diferencia-se interna e hierarquicamente de outras masculinidades; no caso, daquelas não-associadas a corpos com maiores tamanho e força.Referências bibliográficas BOECKEL, C. Carioca faz sucesso na web com receitas para 'marombeiros'. G1, 28 abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 8 set. 2016. BORGES, F.M. A dieta da disciplina e da meritocracia entre os praticantes da musculação: biopolítica nas mídias digitais (Resumo). VIII Encontro Nacional de Estudos de Consumo. Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, 9 nov. 2016. CARRERA, F. Instagram no Facebook: uma reflexão sobre ethos, consumo e construção de subjetividade em sites de redes sociais. Animus: Revista Interamericana de Comunicação Midiática, v.11, n.22, p.148-165, 2012. CECCHETTO, F.R.; FARIAS, P.S.; SILVA, P.R.P.; CORRÊA, J.S. Onde os fracos não têm vez: discursos sobre anabolizantes, corpo e masculinidades em uma revista especializada. Physis Revista de Saúde Coletiva, v.22, n.3, p. 873-893, 2012. CONNELL, R.W. The big picture: masculinities in recent world history. Theory & Society, v. 22, n.5, p.597-623, out. 1993. CONNELL, R.W. Masculinities. Cambridge: Polity Press, 1995. CONNELL, R.W.; MESSERSCHMIDT, J.W. Hegemonic masculinity: Rethinking the Concept. Gender & Society, v. 19, n. 6, p. 829-859, 2005. DONALDSON, M. What Is Hegemonic Masculinity? Theory and Society, v. 22, n. 5, p. 643-657, 1993. Jesus Recorde, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 1-14, jul./dez. 2017 13 ELIAS, N. O Processo Civilizador. V.1: Uma História dos Costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. FERNANDES, A.C.M. #MusasdoInstafit - As construções de corpos e reputações mediadas pela rede social. Dissertação – Mestrado em Antropologia. Universidade Federal Fluminense, 2015. GOFFMAN, E. Ritual de interação: ensaios sobre o comportamento face a face. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. GREIG, A.; KIMMEL, M.; LANG, J. Men, Masculinities & Development: Broadening our work towards gender equality. UNDP Gender in Development Monograph Series, n.10, p.1-21, 2000. HOOPER, Charlotte. Manly states: Masculinities, International Relations, and Gender Politics. Nova York: Columbia University Press, 2001. HU, Y.; MANIKONDA, L.; KAMBHAMPATI, S. What We Instagram: A First Analysis of Instagram Photo Content and User Types. Association for the Advancement of Artificial Intelligence website, 2014. Disponível em: . Acesso em: 8 set. 2016. KLEIN, A.M. Little big men: bodybuilding subculture and gender construction. Albany: State University of New York Press, 1993. LADO A. Conheça Marc Fitt, o modelo canadense que virou um Deus no mundo Fitness. Lado A website, 2014. Disponível em: . Acesso em: 11 set. 2016. LE BRETON, D. Adeus ao corpo: antropologia e sociedade. Campinas: Papirus, 2003. MAHAMUDRA BRASIL. Mahamudra Brasil website, 2016. Disponível em: . Acesso em: 11 set. 2016. MISKOLCI, R.. Machos e Brothers: uma etnografia sobre o armário em relações homoeróticas masculinas criadas on-line. Estudos Feministas, v. 21, n. 1, p. 301-324, 2013. MUNDO BOA FORMA. Dieta e treino de Simeon Panda. Mundo Boa Forma website, s.d. Disponível em: . Acesso em: 11 set. 2016. 

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