Resumo

O Escotismo, método de educação não formal instituído por Baden Powell em 1907, objetiva a formação cidadã de pessoas, construção de valores, vivência ao ar livre e formação da autonomia. O objetivo deste é discutir as experiências vivenciadas no escotismo para ampliação do repertório de atividades de aventuras e seus impactos para a formação profissional do educador físico. A sustentação e a metodologia deste relato se fazem na experiência da autora, filiada a UEB (União dos Escoteiros do Brasil) desde 1991, e os conhecimentos de esportes de aventura do curso de Educação Física. No escotismo, como proposta pedagógica, as atividades seguem respeitando as faixas etárias, sendo oferecidas atividades do mais simples ao mais complexo contemplando os interesses das respectivas faixas etárias. O princípio da autonomia é trabalhado desde os anos iniciais sendo que no ramo escoteiro as equipes são responsáveis por preparar sua refeição, organizar seu espaço de acampamento, participar de atividades ao ar livre em que cada jovem faz sua trajetória para as graduações. No ramo Sênior, as atividades de aventura são mais evidenciadas em virtude das características do segmento, entretanto diferem dos esportes de aventura sistematizados principalmente por ter objetivos distintos. No escotismo a atividade de aventura é um meio para se chegar a um fim: promover a educação do indivíduo numa visão holística e integrada com a natureza e com o próximo. Neste sentido, vivenciei a jornadas, caminhando por 22 Km seguindo com as cartas pregos entregues na saída da rodoviária e para ser aberto nos momentos específicos, o percurso de Gilwell realizado no desembarque até a chegada, a jornada noturna realizada na cidade de Belo Oriente-MG, com 02 dias de duração. Nesta atividade vivida pela autora aos 16 anos de idade, atividades de orientação com bússola, construção de mapa foram documentadas, sem o conhecimento prévio de seu itinerário, como requisito parcial para a obtenção da Eficiência. Resultam destas experiências um repertório de atividades possíveis de ser desenvolvidas com crianças, jovens e adultos que não fica limitado ao contexto da educação física, podendo ser ampliado a outros contextos. Vivenciar o escotismo no decorrer da vida contribuíram positivamente para minha formação pessoal, conduta, escolhas e oportunizou grande parte da bagagem prática para o desenvolvimento de atividades profissionais voltadas para atividades de aventura, no contexto da Educação Física.