IV Mostra de Artes Circenses do Interior Paulista

 A Associação de Famílias e Artistas Circenses - Asfaci foi contemplada com o Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo/2009 para realização da IV Mostra de Artes Circenses do Interior Paulista, que acontecerá de 6 a 9 de março, em Sorocaba.  Mais: asfaci@asfaci.org.br

V Festival de Circo de Londrina - PR

25-28 de fevereiro de 2010

Mais: www.circolondrina.org

VIII Feverestival - Campinas - SP

2-20 de Fevereiro de 2010

http://www.feverestival.com.br/

Comentários

Por Monica C. M. Souza
em 4 de Abril de 2010 às 14:52.

Olá

Acho o CEV um espaço bem bacana e democrático, agregando profissionais das mais diversas áreas, com as mais diversas opiniões. Contudo às vezes algumas vinculações ’a Educação Física, são "meio perigosas" no sentido de parecerem uma forma tendenciosa de apropriação de mercado profissional em benefício próprio. Circo e Educação Física? Vale antes de tudo esclarecer que o circo é uma forma de ARTE CÊNICA" milenar. Vale esclarecer também que cursos de educação física não formam profissionais de circo ou qualquer outro tipo de Arte Cênica (dança, teatro e ópera), ou de ativiades artistica e de espetáculos. Muitos profissionais anti-éticos visando apenas a ampliação do seu mercado profissional, podem até  achar que não. Porém me baseio no obvio e em toda uma regulamentação educaional, legislação federal e Internacional de profissões e formação educacional.

Sou graduada em Teatro, e desenvolvo há alguns anos pesquisa e estudo sobre a tentativa de apropriação do mercado acadêmico-profissional das artes cênicas (Teatro, Dança e Circo) pela área da educação física. Numa farsa estrategista de mercado que visa ampliar sua área de atuação profissional. Isso está fazendo com que  muitos profissionais de educação física convenientemente tentem agregar para si também atividades artistica e de espetáculos. Trazendo para o mercado uma concorrência desleal, ilegal e completamente equivocada do ponto de vistas de formação e abordagem profissional. O que vem  prejudicando os profissionais com formação em dança e teatro no Brasil ) e descredibilizando a sua formação, seja ela acadêmica ou não. Cabendo lembrar da importância do profissional de educação física, como profissional da área de biológicas e da saúde. Mas cuja intervenção profissional e propósitos são completamente diferente das  de um Artista Cênico. 

* A profissão de Artista (Cênico) de dança teatro e circo é regulamentada no Brasil pela Lei  Lei 6.533/78, e pelo Decreto no 82.385, cujo anexo é descrito as denominações e descrições das funções em que se desdobram as atividades de artista e de técnico em espetáculos de diversões no Brasil. A formação superior em Dança e Teatro não só no Brasil mas em todo o mundo se dá em cursos específicos nestas áreas que se enquadram na área de conhecimento das Artes.

 

* Profissionais de Educação física não são artistas cênicos de dança, teatro ou circo (muito menos professores destas atividades).

 

Acho que com respeito e ÉTICA, cada um sabendo qual é o seu papel, e qual os objetivos de sua intervenção profissional podemos trabalhar de forma mais produtiva para o bem de todos..

 

Acho bacana vocês divulgarem eventos de Arte: circo, cinema, teatro, música, dança etc. Mas cuidado com vinculações equivocadas destas atividades à área da educação física.

 

At.

 

Monica Mesquita

Graduada em Teatro

Pos graduanda em Dança

 

Por Diego Jose Pereira Ayala
em 4 de Maio de 2010 às 01:13.

Monica mas trazer o circo para a Educacao fisica e antes de tudo romper com paradigmas pre estabelecidos que estao enraigados na cultura de nossa educacao fisica, a ideia do circo como possibilidades de atividades possiveis de serem utilizadas nas aulas e propiciar a vivencia corporal, desde que o grande campo de estudo da educacao fisica, e se utilizar das atividades oriundas do universo circense nao implica em uma descaracterizacao da profissao de ninguem, mas sim uma tentativa de ampliar a cultura de nossos alunos, nossa intencao nao e formar e muito menos tornar nossos alunos em artistas, desde que existem cursos propicios para isso mas movimentar um pouco nosso campo de trabalho estagnado, surgindo como uma estrategia de desenvolver senso critico e diferente de nosso alunos a fim que os mesmos valorizem a etnografia protuberante de nossa sociedade.

Adorei seu ponto de vista sobre a tematica, sou graduado em educacao fisica ja ministrei 5 cursos de atividades circenses como proposta pedagogica das aulas de educacao fisica, mas para que isso acontecer fui fazer diversos cursos de atividades circenses e diversos circo escolas inclusive, estou em processo de avaliacao para entrar na ENC, e existem diversos estudos que incluem o circo como uma pratica que pode ser vinculada as aulas de eeducacao fisica na espanha e europa isso acontece com muita frequencia. A intencao de trazer pra nossa area nao e querer roubar espaco profissional de ninguem, mas sim dar amplitude a pratica circense para que a mesma nao se estagne e se perca como ja aconteceu e foi revitalizada a partir do momento que se abriram as portas para ela ser vivida em escolas.

Obrigado por sua discussao.

At.

Diego Ayala 

Graduado em Educacao Fisica

Pos graduado em nivel de Especialista em Eduacao Fisica Escolar

Por Marília Velardi
em 11 de Janeiro de 2011 às 13:13.

Monica, é louvável a sua preocupação e a sua paixão por falar de uma área. Como aquela na qual você se graduou, mas tomo a liberdade de propor uma reflexão sobre uma possível confusão no uso dos significados dos termos mercado profissional/de trabalho, área de conhecimento e atividade. Particularmente acho que posso afirmar, sem medo de errar, que a EF não tem buscado um novo mercado para si apropriando-se do "campo" das artes. Mas vejo como natural que as pessoas que vivenciaram a dança, o teatro, o circo, a música e que graduam-se em EF encontrem meios para pensar sobre o fazer artístico a partir de reflexões sobre o corpo e o movimento que são postas no meio acadêmico da EF. O nosso conhecimento encarnado dialoga com o conhecimento acadêmico, não há como não fazer isso. É este conhecimento corporificado que media a aprendizagem. O oposto também ocorre: a partir das reflexões sobre corpo e movmento muitos de nós buscamos estudar, praticar e vivenciar as artes. Não há linhas definidoras das nossas possibilidades como seres humanos. E as nossas competências vamos construindo ao longo das nossas vivências e não apenas nos bancos escolares. A legitimação disso não é dada pela mesma legalidade que se atribui a uma profissão, mas constrói-se no cotidiano, nos diálogos entre as áreas, entre as atividades e as pessoas que transitam e que compõem a teia das vivências cotidianas nestes campos. 

Por Marília Velardi
em 11 de Janeiro de 2011 às 13:20.

ups, desculpe-me pelo erro na pontuação lá no começo!!!

Por Marco Antonio Coelho Bortoleto
em 24 de Fevereiro de 2011 às 15:44.

Pessoal,

Belo debate,

Espero que outros se juntem e nos façam refletir ainda mais.

Mônica, entendo e compartilho muitas de suas preocupações. O intrusismo profissional é um ato preocupante e ao mesmo tempo quase inseparável na história da arte e da profissionalização dos oficios.

Por outro lado, a arte, e, todos aqueles que realmente fazem arte,  estão mais preocupados com os conhecimentos e com a profundidade da dedicação do que com os diplomas e as restrinções que nos impõe um sistema educativo que pouco ou quase nada reflete as necessidades da formação artística.

Não tenho formação em artes (pelo menos não formalmente - talvez o doutorado pelo dep. de Historia da Arte sirva), e não é por isso que dedico tempo vendo qual a formação que as pessoas que estão atuando nesta área possuem. Tenho me preocupado mais com os conhecimentos que elas manejam, dominam e com suas pesquisas (estéticas, técnicas, pedagógicas), pois talvez este seja um caminho para o respeito e o tratamento ético para as artes.

Att.

Marco Bortoleto

Por Monica C. M. Souza
em 10 de Março de 2011 às 16:39.


Caros Prof’s Diego, Marília e Marco Bortoleto e todos

Infelizmente parece muito “cômodo” e conveniente para alguns profissionais de educação física achar que não tem nada de mais se APROPRIAR da área de Artes. Porém, chega a ser irônico (para não dizer sem noção), conveniente e/ou unilateral um profissional de educação física achar que tem o direito de atuar na área de outro profissional, enquanto nenhum outro pode atuar na sua área?  

Profissional de educação Física NÃO é profissional de Arte. São profissionais diferentes, de áreas de conhecimento distintas, com formações diferentes e independentes e objetivos de intervenção profissionais completamente distintos.

Não é objetivo de um profissional de Educação Física por exemplo montar um espetáculo de teatro, dança, música e/ou circo, ou ensinar estas atividades. E não estou questionando... Estou AFIRMANDO isso...

Assim como, quando monto um espetáculo não me preocupo com quantas calorias alguém perdeu ao fazer este ou aquele movimento. Na arte o movimento é conceitual e forma de linguagem e expressão.  Abordagem totalmente diferente da educação física.

Não estou aqui também tratando da Arte enquanto linguagem instrumental. Por exemplo: um professor de Inglês que ensina o idioma na escola através de uma música NÃO é professor de música, muito menos está tentando fazer se passar por tal.  Nós da ARTE, temos um olhar e intervenção sobre o corpo totalmente diferente da educação física. Mas como eu disse o que não impede de que usemos eventualmente caso necessário os serviços de um educador físico, nutricionista e/ou um médico. Como qualquer outro ser humano.

Na educação física assim como em várias áreas de conhecimento existem os bons e os maus profissionais. E isso se estende aos vários PICARETAS também presentes em várias áreas. 

Aqui estou tratando de profissionais e cursos ANTI-ÉTICOS de Educação Física que nos últimos anos com o intuito de ampliar sua área de atuação profissional estão tentando USURPAR , se apropriar e roubar (o termo é pesado mas não achei outro) as competências da área acadêmico-profissional de Artes.

Você diz Marília que ...a EF não tem buscado um novo mercado para si apropriando-se do "campo" das artes... E eu posso de afirmar infelizmente  tem sim. (Tenho vários exemplos)

Talvez vocês da educação física nem tenham percebido, porque não estão sendo prejudicados e sim beneficiados. Mas que fique claro que este "benefício"ilegal é as custas da FALTA DE ÉTICA, do desrespeito profissional e do prejuízo dos profissionais que passam anos numa graduação e/ou pós na área de ARTE. (Dança, Música, Teatro, Artes Visuais e Audio-Visuais).

Profissionais e/ou cursos de educação física Não tem o DIREITO ou legitimidade de dizer que ARTE é competência da área da educação física. Porque sabemos que NÃO é.

Como eu disse isso é uma Jogada mercadológica para se auto-promover, ampliar a área de atuação profissional da educação física às custas da apropriação ILEGÍTIMA dos profissionais de artes. E isso vem acontecendo e prejudicando a arte e os artistas como um todo. Pois desrespeita, banaliza e descredibiliza a nossa formação acadêmica. Além de descredibilizar a ARTE enquanto área de conhecimento autônoma. 

E convenhamos que isso é uma vergonha NE gente!!!

Eu por exemplo não tenho papas na língua, mas sempre respeitei a formação acadêmica e os profissionais de educação física.  que aliás acho essencial para toda a sociedade. E vocês não tem pouco trabalho não pois sabemos que a obesidade hoje é uma EPIDEMIA. E só a área esportiva por si só já é super vasta.

Acredito sinceramente que a educação física não precisa ficar estigmatizada como uma área OPORTUNISTA e SEM ÉTICA. Cada área de conhecimento tem o seu espaço, abordagem e isso tem que ser respeitado. Porém enquanto a falta de ética da Ed. Física continuar,  vou denunciar aos quatro ventos.

Você tem razão Marília tenho paixão pelo meu curso e pela minha formação, por isso fico indignada  e acho INADMISSÍVEL que oportunistas de outra área tentam descredibilizar a formação acadêmica na área de Artes, seja no teatro, Dança, Música etc. E nos prejudiquem.

Quero deixar claro também que antes de mais nada que estou tratando aqui da questão da ARTE enquanto profissão e formação no âmbito ACADÊMICO PROFISSIONAL e área de conhecimento: ARTE. Não estou questionando o direito nato do ser humano a fazer e se expressar através da Arte. Ou os vários mestres e artistas do notório saber, talentosíssimos espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora. Que respeito tanto quanto alguém com doutorado em arte numa academia.

Conheço médicos, excelentes musicistas, mas nem por isso acham que devem ensinar piano ao invés de anatomia, num curso de medicina. Tudo é questão de ÉTICA e BOM SENSO. 

Como eu disse amparada em diversas legislações AFIRMO que NÃO é propósito de um curso de educação física ensinar arte, ensinar a montar um espetáculo de Dança, Música, Circo ou Teatro. Para isso existem graduações e pós graduações na área de Arte. Portanto no meio acadêmico-profissional o único curso que forma profissionais de música é um curso de música. Chega a ser ridículo eu ter que afirmar isso.

Aqui estou denunciando a ILEGALIDADE e o interesse POLÍTICO e ILEGÍTIMO de profissionais e cursos de educação física em tentar se apropriar da área acadêmico-profissional de ARTES, vinculando estas atividades a sua área, com o intuito de ampliar sua área de atuação profissional. O que foge da legitimidade e competência acadêmica destes cursos e objetivos profissionais da área da EDUCAÇÃO FÍSICA.  Que queiram ou não é um curso da área da SAÚDE sim.

Você diz Marília: ... vejo como natural que as pessoas que vivenciaram a dança, o teatro, o circo, a música e que graduam-se em EF encontrem meios para pensar sobre o fazer artístico a partir de reflexões sobre o corpo e o movimento que são postas no meio acadêmico da EF.

Discordo de você, aliás isso não é natural...  Vou te dar um exemplo, mesmo nadando melhor do que 90% dos graduados em educação física ou sabendo ensinar alguém a nadar... NÃO sou professora de natação e não saio por ai dizendo que dar aula de natação, ginástica, atletismo ou qualquer outro esporte é competência de graduados em Teatro. A recíproca é a mesma.... Talvez vocês não percebam porque nunca pararam para pensar a respeito. 

Não sei de fui clara mas vou ser repetitiva: NÃO é competência ou objetivo da Educação Física FAZER / PRODUZIR / ENSINAR ARTE.

Você diz ainda que a EF não tem buscado um novo mercado para si apropriando-se do "campo" das artes. Posso te afirmar que TEM SIM. Infelizmente tenho vários exemplos que dizem o contrário. Posso citar aqui dois Cursos de Educação Física:

1)     o Curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás - Que insiste em colocar e submeter Teatro, Dança, Música e Arte como sub-áreas da Educação Física inserindo e colocando de forma ILEGÍTIMA e equivocada estas atividades como sendo de competência da área da educação física, no campo da pesquisa e extensão. Isso já está sendo denunciado e espero que representantes da área acadêmica de Artes tomem as providências cabíveis.  

2)     O Curso de Educação Física da Unimontes (Montes Claros/MG) que tenta USURPAR a área de arte, através de projetos de extensão completamente equivocados como atividades da competência da Educação Física. (Vide: http://www.artenaescola.org.br/upload/monografias/resenha_275.pdf

Concordo com a Marília que as nossas “competências vamos construindo ao longo das nossas vivências”... Nosso conhecimento e "CARGA CULTURAL" vamos agregando ao longo da vida. Porém não estou aqui tratando das nossas competências, conhecimento e/ou aprendizado como indivíduo.  Estou me referindo à competências da classe de profissionais da área e campo de atuação da Educação Física e que esta difere-se totalmente da área de conhecimento dos cursos da Área de Artes.

Enfim na busca por tentar se apropriar da identidade dos outros acabamos perdendo a nossa própria identidade, o nosso propósito e até mesmo objetivo. 

Espero muito e acredito que ainda exista ÉTICA e respeito na área da Educação Física. Mas para isso é necessário antes de tudo que respeite a formação acadêmica de outros profissionais e áreas de conhecimento como das Artes por exemplo. 

At.

Monica Mesquita

 


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