Desafios das comunidades virtuais em Educação Física e Esportes:

*Por Paulo Trindade

Pensar em diálogos em Educação Física e Esportes em ambientes virtuais tem sido desafio curioso em tempos de redes sociais. Ou estamos "ON" (Conectados o tempo todo) ou "OFF" (vivendo outras realidades paralelas ao mundo virtual. Esta vertente tenta ressignificar com conviver "tete a tete" e "olho no olho". Viver a tendencia ON que o mundo virtual nos reserva novos modos operandi, que passa pela interatividade em ambientes que no mundo da rede de pessoas os computadores precisam nos servir para que possamos viver num movimento entre do pessoal ao profissional no caso aqui do Centro Esportivo Virtual-CEV, dispostos a seguir dialeticamente os diálogos que nossa profissão, mercado e sociedade tanto necessitam...

Que os colegas da "Comunidade de Educação Física do Distrito Federal" e outras importantes comunidades do CEV possam ativar postivamente os canais de comunicação para o presente e futuro de nossa área...

Sigamos com partilhas e em comunicação,

Paulo Trindade

 

Comentários

Por Paulo César Trindade Vieira
em 20 de Abril de 2017 às 23:01.

Prof. Laércio,

Grato pelas palavras!

O tempo passa e memórias positivas compõem partes importantes nas semeaduras que você espalhou com o CEV por onde passou e passa. O Limefe – na Católica /UCB, fruto de uma de suas inspirações modificou muitos que ajudaram a secar gelo no “laboratório de debaixo da escada”, quando a Nau não podia parar e poucos compreendiam esta metáfora. O “Laboratório” foi um espaço vivo para quem dele de fato participou. Viveu-se várias outras fases com voos interessantes e hoje vive-se entre suspiros idealistas com estudantes que tentam vislumbrar um futuro diferente com muito ideal por meio de um Grupo de Estudos (Geimefe/Limefe) que com afinco se supera com o exercício de virtudes e algumas inventividades...

O Pierry Levy sempre esteve nas fronteiras quando refletiu a “Escola” que não tivemos no século passado e ainda não temos até aqui neste século XXI. O vídeo “A questão dos Paradigmas” ainda é muito “atual” como diria Levy em seus livros sobre o mundo virtual e a sociedade do conhecimento. Sigo com ele aqui em alguns oportunos momentos. Em tempos de Smartphones, com o mundo “convergindo” na palma das mãos, muitas são as novidades que o filósofo francês só pode pensar e constatar já bem mais recentemente. Noutra perspectiva, suponho que nem você e o Palafox Muñoz em 1985, quando apresentaram o “Lap Top” como uma ferramenta acessível para o final século passado num congresso do CBCE, imaginavam que nas salas de aula de alguns lócus do saber os estudantes poderiam ver, ler, escrever, ouvir, produzir e editar de um tudo “off line ou on line” num “Smartphone” como experimentamos por aqui hoje em algumas aulas dos bancos de cá.

Sigamos “grambelando” (novo neologismo entre tantos que inventamos enquanto os servidores algumas vezes ganhavam da gente quando as mensagens nas comunidades do CEV estouravam as cotas/volumes).

Parabéns a você e a equipe do CEV pelas novidades dos recursos de se poder anexar os PDFs nas postagens e pela possibilidade da indexação de vídeos no CEV (assunto que compartilhamos meses atrás). Que o “Centro de Referências de Informação em Informação” siga proporcionando novas rotas de navegação nas “Infovias” e “Oceanos” por onde navegamos ... É preciso!

Continuemos pedalando entre artigos, vídeos, aulas, reflexões e partilhas praticando a filosofia do bem viver enquanto tentamos nos equilibrar na bicicleta utilizando os bancos inventados pelo “Parker” pelo tempo que puderem ser repostos em meio a esta aventura.

Em comunicação,

Luz e paz!

 

Paulo Trindade

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 12 de Abril de 2017 às 08:51.

CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL: UMA REDE SOCIAL EM CIÊNCIAS DO ESPORTE?

 

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

LAÉRCIO ELIAS PEREIRA

 

O pedagogo, o historiador, o físico também “transferem” informação e “geram” conhecimento. No entanto, o organizador dos saberes está preocupado em desdobrar as possibilidades de preservação, representação e de transmissão desta “informação” do pedagogo, do historiador, do físico. (SALDANHA, 2012, p. 23-4) [1].

 

CEV – FERRAMENTA DE BUSCA OU REDE SOCIAL?

 

Com o advento da Internet[2] e desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC’s, as relações sociais foram completamente alteradas e o fluxo da comunicação científica teve que ser reestruturado e readaptado aos novos ambientes (TAVARES, VALÉRIO e SILVA, 2012) [3]:

A Web 2.0 permitiu a criação de sistemas de compartilhamento de informações e a interação entre pessoas. Mecanismos esses, que dentro da comunidade científica, possibilitaram a rápida comunicação de resultados de pesquisas e a disseminação de informação entre os grupos de pesquisadores. [...] as RSVs [[4]] são consideradas fontes de informação que proporcionam ao pesquisador, de maneira rápida, a informação necessária para obtenção de conhecimento. Durante a análise, percebeu-se que os pesquisadores dão mais ênfase à utilização de fontes primárias de informação, ou seja, livros e periódicos. Mas alguns ainda são mais resistentes, usam apenas a versão impressa, descartando a utilização de qualquer meio digital.   (...) Enfim, parece adequado refletir sobre a importância e o alcance que essas redes têm atingido no processo de comunicação, pois os sujeitos sociais podem partilhar de vários materiais de interesse comum, de forma que as informações que circulam em rede tende a ser especializada, atendendo as necessidades desses grupos.

 

Já a Web 3.0 é a terceira geração da Internet. Esta nova geração prevê que os conteúdos online estarão organizados de forma semântica, muito mais personalizados para cada internauta, sites e aplicações inteligentes e publicidade baseada nas pesquisas e nos comportamentos. Esta nova Web também pode ser chamada de "A Web Inteligente". O termos Web 3.0, atribuído ao jornalista John Markoff do New York Times, é uma evolução do termo Web 2.0 que foi criado por Tim O'Reilly durante a conferência O'Reilly Media Web em 2004.[5]

 

A Internet definitivamente mudou a forma pela qual a literatura acadêmica é publicada e disponibilizada. Se houve um aumento substancial das fontes de informação, este foi acompanhado pelo surgimento de inúmeras possibilidades de busca e localização da literatura. Motores de busca, bases de dados, indexadores, agregadores, sites Web do periódico e/ou do publisher, redes sociais, ferramentas para comentar e compartilhar publicações e muitos outros foram criados e aperfeiçoados ao longo do tempo, oferecendo aos leitores várias formas de chegar aos mesmos conteúdos[6].

[...] bases bibliográficas seguem sendo a fonte mais relevante, sua importância vem diminuindo desde 2008, perdendo lugar para motores de busca acadêmicos, redes sociais e serviços de agregadores como EBSCO, ProQuest JStor. Serviços de bibliotecas ganharam relevância em 2012 e vem mantendo sua posição. Apesar de desaconselhados por bibliotecários, fontes veiculadas pelos próprios periódicos e/ou seus publishers vem crescendo em importância através das áreas, setores e perfis de países (INGER e GARDENER, 2013) [7].

             

              Fonte: Silva, Mugnaini, Mucheroni[8]

Para Garvey (1979, p. 10) [9], a comunicação científica[10]

[…] inclui o espectro total de atividades associadas à produção, disseminação e uso de informação, desde o momento em que o cientista concebe a ideia para a sua pesquisa até quando a informação sobre os resultados de sua pesquisa é aceita como parte do conhecimento científico […].

 

A entrada em cena das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no final do século XX e início do século XXI, especialmente da Internet e da Web, vêm produzindo sensíveis alterações nos processos tradicionais de comunicação científica, alterando padrões e comportamentos, introduzindo uma série de mudanças e abordagens, possibilitando novas formas de produção, circulação, disseminação, recuperação e uso da informação - listas de discussão, bibliotecas digitais, laboratórios virtuais, arquivos abertos e, mais recentemente, blogs e redes sociais. (PRINCE, 2013) [11]. Essa autora apresenta algumas reflexões sobre o processo de absorção e uso de redes sociais na comunicação científica, apresentando algumas iniciativas e implementações que estão ocorrendo no exterior e no Brasil, de modo a promover pesquisas no âmbito da ciência da informação, especialmente no escopo da comunicação científica:

[...] as redes sociais estão presentes em todos os níveis e segmentos da sociedade e, na ciência, não é diferente. Elas possibilitam maior interação entre os atores envolvidos no processo – autores, leitores e editores - de maneira rápida, imediata e interativa, apontando para novas práticas de comunicação e informação, ampliando a visibilidade e alcance das pesquisas realizadas e sua disseminação para a comunidade específica e sociedade em geral. Dentre essas tecnologias emergentes, destaca-se uma vasta relação de redes sociais e blogs - Facebook[12], Orkut[13], MySpace[14], Twitter[15], Mendeley[16], ResearchGate[17], UniPHY[18], LinkedIn[19], Friendster[20],  fotologs[21] e outras. [...] É importante destacar, também, as novas plataformas desenvolvidas para compartilhamento de dados científicos primários, como a e-Science (e-Ciência)[22].

 

 

O quadro abaixo relaciona as fontes preferenciais utilizadas por pesquisadores da América do Sul para buscar artigos em 2015 (em ordem decrescente de importância):

Base de dados bibliográfica

Motor de busca acadêmico

Site do publisher

Agregador

Motor de busca geral

Site do periódico

Serviços de biblioteca

Alertas de periódicos

Redes sociais gerais e acadêmicas

Site de sociedade científica

 

Fonte: INGER, S. and GARDNER, 2015, in Nassi-Calò, 2016 [23]

 

 

Hoje, o pesquisador precisa lidar diariamente com o volume crescente de informação científica publicada. Um recurso crescente para encontrar informação relevante é o uso de redes sociais como filtros de conteúdo. Redes como blogs, Twitter, Facebook, e serviços mais especializados e acadêmicos como Mendeley e similares são usados para recomendar e discutir artigos e conteúdo científico em geral, expondo ao mundo a discussão que antes estava restrita ao laboratório ou aos corredores dos centros de pesquisa. Daí, que as facilidades oferecidas pelas redes sociais acrescentam também novas camadas de métricas de impacto da pesquisa muito mais dinâmicas, que vão além das citações, como compartilhamentos, número de acessos e outras, medidos no intervalo de dias a meses, que ajudam a preencher o vazio entre a publicação de um artigo e a contagem de citações tradicionalmente medida. Também geram novas possibilidades para a comunicação da ciência, criando formas de disponibilização de conteúdo que agilizam o processo de publicação, tornando-o mais próximo do público interessado, mais familiar e com grande alcance e facilidade de acesso. Este é um avanço sem volta, e compreender e acompanhar o seu uso pode trazer benefícios para todos: publishers, editores, pesquisadores, estudantes, instituições acadêmicas e o público interessado [24].

Mas o que é uma ‘rede’? A palavra indica que os recursos estão concentrados em poucos locais – nas laçadas[25] e nos nós[26] – interligados - fios e malhas. Essas conexões transformam os recursos esparsos numa teia que parece se estender por toda parte (LOPES e ROMANCINI, 2009, p 504) [27]. Trata-se de um conjunto de nós e laços com relações ilimitadas e híbridas articuladas entre sujeitos, objetos e discursos, que interagem no mundo real e no virtual. Por analogia, estrutura sem fronteiras; comunidade não geográfica (POBLACIÓN, MUGNANI, RAMOS, 2009, p. 626-7) [28]. Assim temos que:

Redes Sociais são estabelecidas por organismos que estabelecem uma rede de comunicação para alcançar alvos específicos tais como se mantiver informado sobre um tema, manter um sistema social, alcançar uma meta. (WITTER, 2009, p. 170) [29]

Para essa autora, a rede social merece a adjetivação de Colaborativa ou Cooperativa quando todos que a integram, não apenas os que são nós ou membros integradores contribuem significativamente para o grupo, se empenham em disseminar via rede o que for de interesse comum, partilham as informações com todos. (p. 171). A rede é alimentada pelo repasse constante da informação entre seus integrantes tanto de trabalhos que estão desenvolvendo individualmente ou em grupo, como por informações científicas localizadas e consideradas pertinentes por alguns de seus membros (p. 180-181).

As redes sociais[30], conforme definido por Marteleto (2001, p. 72) [31], compreendem:

 

[...] um sistema de nodos e elos; uma estrutura sem fronteiras; uma comunidade não geográfica; um sistema de apoio ou um sistema físico que se pareça com uma árvore ou uma rede. A rede social, derivando deste conceito, passa a representar um conjunto de participantes autônomos, unindo idéias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.

 

Já as redes sociais de C&T são:

[...] tipos de redes sociais que visam integrar competências e otimizar o uso de recursos de diversas naturezas, incluindo a utilização das TIC´s, para a solução de problemas ou para o avanço no estado da arte de determinadas áreas de Ciência e Tecnologia. O desenvolvimento dessas redes depende da promoção de políticas públicas que visem à racionalidade do processo de seu financiamento, bem como sua legitimação social. (POBLACIÓN, MUGNANI, RAMOS, 2009, p. 633) [32]

 

Trata-se de organizar o conhecimento. E algumas perguntas são fundamentais: para quem organizar? Por que organizar? O que organizar? Como organizar? Quando organizar? Onde organizar? Quem vai organizar?[33]

A intenção é introduzir o novo através da informação o que, contudo, por vezes é uma condição imponderável. Para o Cientista da Informação Aldo Barreto (2010) [34], disponibilizar o acesso à informação para um conhecimento em rede e para acesso de todos tem sido o sonho de grande número de pessoas durante muito tempo. Desde a prisão dos conteúdos nos muros medievais dos mosteiros copistas até realidade da web, pessoas e seus mecanismos se agregaram para este fim.

Continua: o espetáculo da novidade é uma condição humana que só pode ser exercida em conjunto. Corresponde a uma atuação na pluralidade; uma ação da vida política do homem na terra. Nela o indivíduo exerce por livre arbítrio sua inteligência para introduzir conhecimento no seu espaço de convivência. Nada está mais longe do discurso que a ação de inovação:

Ao falar de inovação seria conveniente lembrar que esta palavra traz um sentido de ação em um processo completo que vai do surgimento de um fato ou idéia até a aceitação deste por uma comunidade em convivência. Este grupo de pessoas é que vai decidir se aceita ou rejeita uma coisa nova, que pode estar substituindo um similar já existente. Ao aceitar o novo existe uma crença compartilhada de que isto trará um acréscimo ao bem estar de todos. (BARRETO, 2010) 3

 

            Para esse autor, uma inovação não é sinônima de P&D, patente registrada, invenção, criatividade, ou nova tecnologia embora estas coisas sejam necessárias para que uma ação de inovação se manifeste. Quando comparadas a inovação as atividades anteriores tem uma configuração estática. Já a inovação é uma aceitação acoplada a uma decisão pela coisa nova que resulta em ações dinâmicas de implantação da nova técnica em um determinado espaço social:

Neste quadro é a informação livre que, ao final, melhora o homem e sua realidade. Se a introdução da inovação não é aceita por todos em um espaço, por qualquer razão, ela não acontece. Só em convivência política entre os habitantes de uma sociedade se delibera sobre a introdução da novidade. (BARRETO, 2010) 3

 

Daí que o processo de inovação tecnológica relaciona, para sua efetivação, variadas competências. O fator de maior importância é a vontade de mudar, de modificar estruturas, correndo riscos e motivando pessoas para trazer uma idéia nova, mais produtiva e mais coerente para a vivência comum. É um processo político que só acontece na pluralidade dos habitantes de um ambiente social. Não é só uma ação de estratégia estratégica ou de criatividade e gestão.

Para Sotero (2011) [35], as redes sociais:

 

[...] existem desde sempre na história humana, tendo em vista que os homens estabelecem relações entre si formando comunidades ou redes de relacionamentos presenciais. Hoje, por meio da internet, estamos transcrevendo nossas relações presenciais no mundo virtual de forma que aquilo que antes estava restrito a nossa memória agora está registrado e publicado. As tecnologias da web 2.0 ampliaram as possibilidades de interação na medida em que nos permitem visualizar as conexões existentes para além dos nossos relacionamentos presenciais [...].

 

 

A rede social ResearchGate[36] agrega mais de 3 milhões de pesquisadores de vários países e áreas de conhecimento, e cerca de 92 mil pesquisadores brasileiros,16 e sua proposta é facilitar a comunicação e a troca de experiências entre pessoas que atuam numa mesma área ou especialidade. Foi fundada em 2008, pelos físicos Ijad Madisch e Sören Hofmayer e pelo pesquisador da Computação Horst Fickenscher[37].

 

O termo “blog” é a abreviatura do termo original da língua inglesa “weblog” (diário da Web) e parece ter sido usado pela primeira em 1997 por Jorn Barger (BLOOD, 2000 apud GOMES, 2005, p. 311) [38]:

[...] é uma página na Web que se pressupõe ser actualizada com grande freqüência através da colocação de mensagens – que se designam ‘posts’ – constituídas por imagens e/ou textos normalmente de pequenas dimensões (muitas vezes incluindo links para sites de interesse e/ou comentários e pensamentos pessoais do autor) e apresentadas de forma cronológica, sendo as mensagens mais recentes normalmente apresentadas em primeiro lugar. A estrutura natural de um blog segue portanto uma linha cronológica ascendente. (GOMES, 2005, p. 311)  [39].

 

 

Enfatizando o uso de blogs científicos pela comunidade científica, Alves (2011) [40] comenta:

 [...] Outros espaços de comunicação científica são os blogs científicos, ainda pouco utilizados no Brasil, mas na Europa e EUA são bastante difundidos, principalmente entre as áreas de exatas e biomédicas. Os chamados pre-prints são expostos nesses espaços e através das colaborações dos pares, o texto é debatido, revisado e em seguida publicado novamente, um processo mais rápido do que o processo de submissão aos periódicos. E por fim, os colégios invisíveis eletrônicos, local de debate de idéias e surgimento de novos caminhos para pesquisas, e que após esse convívio geram novos artigos e pesquisas. (ALVES, 2011).

 

Fabrício Marques (2012)[41], editor de política da revista de divulgação científica Pesquisa FAPESP, apresenta um bom resumo sobre o uso das redes sociais pela comunidade científica, destacando o impacto no modo de trabalhar dos pesquisadores através do uso das novas ferramentas digitais:

O cotidiano dos pesquisadores está sofrendo o impacto de uma nova onda de ferramentas digitais, tais como redes sociais, softwares on-line e blogs, capazes de estimular novas parcerias, acelerar o intercâmbio de informações ou garantir acesso instantâneo a dados científicos de seu interesse.

 

 

Muitos cientistas utilizam blogs de ciência para postar informação sobre seu trabalho e assim obter comentários de outros cientistas e também de pessoas fora do círculo usual de leitores. Temos a Technorati, uma empresa que desenvolveu um motor de busca especializado em blogs. Seu diretório registra 1.329.732 blogs,18 das mais diversas categorias (entretenimento, esporte, política, tecnologia etc.), e os blogs classificados como científicos somam 13. 547[42]. Uma relação de blogs de ciência no Brasil e exterior pode ser vista no blog da revista Ciência Hoje, no post de Carla Almeida “A ascensão dos blogues de ciência”[43]. O blog “Bússola” traz textos sobre a atualidade científica no Brasil e no mundo e é atualizado por jornalistas, pesquisadores e colaboradores do Instituto Ciência Hoje[44].

O modelo de escala livre, proposto por Barabási e Albert propõem um modelo que 1. incorpora o crescimento das redes e do numero de vértices e 2. a propriedade de ligação preferencial dos novos vértices a vértices mais proeminentes. É modelo “Scale-free network”.[45]

 

 

Fonte: BARABÁSI, 2002

Pensando em informação – mais complexo (Floridi), propõe o seguinte fluxo:  


[1] SALDANHA, Gustavo Silva. Uma filosofia da Ciência da Informação: organização dos saberes, linguagem e transgramáticas. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012, citado por SCHNEIDER, Marcos. ÉTICA, POLÍTICA E EPISTEMOLOGIA: INTERFACES DA INFORMAÇÃO. In ALBAGLI, Sarita (Org.). FRONTEIRAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Brasília-DF: IBICT, 2013, p. 57-77.

[2] A Evolução da Web - Web 1.0: Sites com conteúdos estáticos, produzidos maioritariamente por empresas e instituições, com pouca interatividade entre os internautas. Altavista, Geocities, Yahoo, Cadê, Hotmail, DMOZ eram as grandes estrelas da internet. Web 2.0: Conteúdos produziro pelo próprios internautas, maior interatividade online através de Blogs e sites como o Youtube, Flick, etc. https://www.significados.com.br/web-3-0/

[3] TAVARES, Aureliana Lopes de Lacerda Tavares; VALÉRIO, Erinaldo Dias; SILVA, Tiago José da in SBPC 65,

F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Documentação e Informação Científica - 1. Documentação e Informação Científica: A Comunicação Cientifica em Redes Sociais Virtuais, disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/65ra/resumos/resumos/9008.htm.

[4] Redes Sociais Virtuais 

[5] https://www.significados.com.br/web-3-0/

[6] Nassi-Calò, Lilian. A busca por literatura científica: como os leitores descobrem conteúdos. In Blog Scielo em Perspectiva, publicado em 19 de maio de 2016, disponível em http://blog.scielo.org/blog/2016/05/19/a-busca-por-literatura-cientifica-como-os-leitores-descobrem-conteudos/#.WKWI_m_yuHs.

[7] INGER, S. and GARDNER, T. Scholarly Journals Publishing Practice. Academic journal publishers’ policies and practices in online publishing. Fourth survey 2013. 2013. ISBN: online 978-0-907341-46-8; ISBN 978-0-907341-45-1. Available from: http://www.alpsp.org/Ebusiness/ProductCatalog/Product.aspx?ID=359, citado por Nassi-Calò, 2016, obra citada

[8] SILVA, José Fernando Modesto da, MUGNAINI, Rogério; MUCHERONI, Marcos Luiz. Redes Sociais e Comunicação Científica. In MUCHERONI, M. L. Blog Filosofia, Cibercultura e Noosfera, Disponível em: http://www.marcosmucheroni.pro.br/blog.

[9] GARVEY, William D. Communication: the essence of science. Oxford: Pergamon Press, 1979, citado por PRINCE, Eloisa. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E REDES SOCIAIS. In ALBAGLI, Sarita (Org.). FRONTEIRAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Brasília-DF: IBICT, 2013, p. 196-216

[10] O termo “comunicação científica”, cunhado na década de 1940 pelo físico e historiador da ciência John Bernal, denota o amplo processo de geração, transferência e uso de informação científica (CHRISTÓVÃO; BRAGA, 1997). In PRINCE, Eloisa. 2013, p. 196-216, obra citada.

[11] PRINCE, Eloisa. 2013, p. 196-216, obra citada

[12] Disponível em: <https://www.facebook.com/>.

[13] Disponível em: <http://www.orkut.com.br/About>.

[14] Disponível em: <https://myspace.com/>

[15] Disponível em: <https://twitter.com/>. Microblog limitado a 140 caracteres. Os posts no Twitter são chamados de tweets. Criado em 2006 por Jack Dorsey.

[16] Disponível em: <www.mendeley.com>. Gerenciador de referências e rede social acadêmica.

[17] Disponível em: <www.researchgate.net>. Dirigida a cientistas e pesquisadores.

[18] Disponível em: <www.aipuniphy.org>. Voltada para físicos e engenheiros

[19] Disponível em: <http://br.linkedin.com/>.

[20] Disponível em: <http://www.friendster.com/>.

[21] O Flickr <http://www.flickr.com/>, Fotolog <http://www.fotolog.com.br/> e Instagram

<http://instagram.com>, por exemplo, são sites para gerenciamento e compartilhamento de imagens.

[22] Termo criado em 1999 pelo diretor do Gabinete de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, John Taylor. Para uma visão sobre o tema e-Science, ainda que inicial no âmbito da ciência da informação, consulte o trabalho de Medeiros e Caregnato publicado em 2012. Recentemente, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Microsoft Research promoveram, de 13 a 15 de maio de 2013, o Latin American e-Science Workshop 2013. A cidade de São Paulo sediou em 2014, a 10th IEEE International Conference on e-Science 2014.

[23] INGER, S. and GARDNER, T. How Readers Discover Content in Scholarly Publications. Trends in reader behavior from 2005 to 2015. 2015. ISBN 978-0-9573920-4-5 Available from: http://www.simoningerconsulting.com/nar/how_readers_discover.html, citado por Nassi-Calò, 2016, obra citada

[24] Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGADM/UFES), SciELO promove seminário sobre o uso de Redes Sociais na Comunicação Científica. http://www.ibict.br/sala-de-imprensa/noticias/scielo-promove-seminario-sobre-o-uso-de-redes-sociais-na-comunicacao-cientifica/image/image_view_fullscreen) disponível em http://www.periodicos.ufes.br/ppgadm/announcement/view/37

http://jorgewerthein.blogspot.com.br/2012/08/uso-de-redes-sociais-na-comunicacao.html

[25] LAÇOS ligações entre atores que constituem canais para a transferência ou fluxo de recursos materiais e não materiais. ((POBLACIÓN, MUGNANI, RAMOS, obra citada, p 624)

[26] NÓS – ator de uma rede social. Um nó pode ser constituído por um membro de um grupo, seja um pesquisador, um indivíduo que tem relações de amizade ou colaboração, um relacionamento de negócio entre companhias, etc. (POBLACIÓN, MUGNANI, RAMOS, obra citada, p 625)

[27] LOPES, Maria Immaculada Vassalo de; ROMANCINI, Richard. A rede social na comunicação em seus grupos de pesquisa. In POBLACIÓN, Dinah Aguiar; MUGNANI, Rogério; RAMOS, Lúcia Maria S. Costa (Org). Redes sociais e colaborativas em Informação Científica. São Paulo: Angellara, 2009, p 503-530.

[28] . In POBLACIÓN, Dinah Aguiar; MUGNANI, Rogério; RAMOS, Lúcia Maria S. Costa (Org). Redes sociais e colaborativas em Informação Científica. São Paulo: Angellara, 2009

[29] WITTER, Geraldina Porto. Redes sociais e sistemas de informação na formação do pesquisador. In POBLACIÓN, Dinah Aguiar; MUGNANI, Rogério; RAMOS, Lúcia Maria S. Costa (Org). Redes sociais e colaborativas em Informação Científica. São Paulo: Angellara, 2009, p. 169-204

[30] Para uma visão sobre redes sociais e/ou suas ferramentas metodológicas veja FERREIRA, Gonçalo Costa. Redes sociais de informação: uma história e um estudo de caso. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 3, set. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

99362011000300013&lng=pt&nrm=iso>, que apresenta um panorama histórico dos conceitos de redes e redes sociais, descrevendo sinteticamente o método de Análise de Redes Sociais (ARS).

[31] MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 1, p. 71-81, jan./abr. 2001. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/226/201>.

[32] POBLACIÓN, Dinah Aguiar; MUGNANI, Rogério; RAMOS, Lúcia Maria S. Costa (Org). Redes sociais e colaborativas em Informação Científica. São Paulo: Angellara, 2009, p.

[33] Para quem? Para os usuários; Por que? Para facilitar a busca e recuperação e o acesso, para facilitar a navegação; O que? A informação/conhecimento; Como? Através de regras, métodos e softwares, com base em teorias; Quando? Sempre que se quiser socializar o conhecimento/informação; Onde? Em ambientes virtuais; Quem? Profissional da Informação. (MIRANDA, Marcos Luiz Cavalcante. A organização do conhecimento e as redes sociais. In POBLACIÓN, Dinah Aguiar; MUGNANI, Rogério; RAMOS, Lúcia Maria S. Costa (Org). Redes sociais e colaborativas em Informação Científica. São Paulo: Angellara, 2009, p. 57-92

[34] BARRETO, Aldo. Ciência, Tecnologia e Inovação; in Aldobarreto's Blog, postado em 11 de julho de 2010, disponível em  http://aldobarreto.wordpress.com/2010/07/11/ciencia-tecnologia-e-inovacao/, acessado em 18/09/2010

 

[35] SOTERO, Frederico. As redes sociais são o futuro da Internet? E qual seria o futuro das redes sociais? 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16465551/Futuro-Da-Internet-e-Redes-Social>

[36] BENGSCH, Danielle. Pesquisadores brasileiros no ResearchGate, in PRINCE, Eloisa. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E REDES SOCIAIS. In ALBAGLI, Sarita (Org.). FRONTEIRAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Brasília-DF: IBICT, 2013, p. 196-216

[37] Disponível em: <http://www.researchgate.net/>

[38] GOMES, Maria João. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, 7., Leiria, 2005. Anais…. Leiria: Escola Superior de Educação de Leiria, 2005. p. 311-315. Disponível em: <http://stoa.usp.br/cid/files/-1/3104/Blogs-final-nome.pdf>.

[39] GOMES, 2005., obra citada

[40] ALVES, Letícia. Informação e os sistemas de comunicação científica na Ciência da informação. DataGramaZero: revista de informação, v. 12, n. 3, jun. 2011. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/jun11/Art_04.htm>.

[41] MARQUES, Fabrício. Curtir e compartilhar. Pesquisa FAPESP, n. 195, maio 2012. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2012/05/Pesquisa_195-15.pdf>

[42] Disponível em: <http://technorati.com/>.

[43] Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/07/a-ascensao-dosblogues-de-ciencia>

[44] Visando o debate e o fortalecimento dos blogs sobre ciência, foram realizados os Encontros de Blogs Científicos em Língua Portuguesa (EWCLiPo). A primeira edição ocorreu em dezembro de 2008, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). A cidade de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, foi sede do II EWCLiPO, em 2009, que teve como organizadores a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

[45] BARABÁSI, A. L. et al. Evolution of the social network of scientific collaborations. Physica A 311, 590–614, 2002, citado por SILVA, José Fernando Modesto da, MUGNAINI, Rogério; MUCHERONI, Marcos Luiz. Redes Sociais e Comunicação Científica. In MUCHERONI, M. L. Blog Filosofia, Cibercultura e Noosfera, Disponível em: http://www.marcosmucheroni.pro.br/blog.

 

 

Por Paulo César Trindade Vieira
em 15 de Abril de 2017 às 22:15.

*Por Paulo Trindade

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Estimados Professores Leopoldo e Laércio,

Muito interessante o artigo/texto “CEV – Ferramenta de busca ou rede social?”.

Entre o “ON” e o “OFF”, fruto da reflexão iniciada para este oportuno debate, as contribuições apresentadas no texto/artigo que vocês compartilharam aqui aquecem o debate sobre “ferramenta de busca ou rede social” no âmbito do “Centro de Referências em referências sobre informação”, como foi codinominado o Centro Esportivo Virtual desde suas famosas listas de discussão dos anos 90, quando aí se reunião as primeiras comunidades da Educação Física brasileira abertas para o profissionais e pesquisadores desta área.

A citação de Saldanha (2012) logo no início destacando o papel do organizador dos saberes e seus respectivos desdobramentos sugere oportunas ponderações que se pode partilhar aqui. A lembrança sobre o possível alcance e impactos das “W2 e W3”, dos blogs, das plataformas de comunicação que hoje se apresentam aos montes e com objetivos coincidentes em alguns casos e dispares noutros, mostram que no processo de comunicação os “sujeitos sociais” estão tendo grande oportunidade de ressignificar suas identidades e construir suas subjetividades a partir do ampliado volume de informações especializadas ou não que tomam conta da rede mundial.

Me parece muito positivo que o CEV com mais de 150 comunidades na plataforma que dispõe hoje esteja mais que maduro para avançar no tempo para viver efetivamente os propalados “Colégios Invisíveis”, que na Tese do CEV já vinha pontuado pelo Prof. Laércio.

Sigamos aqui desterritorializados dialogando entre a rede, as ferramentas de busca e o centro de referências em referências em informações nas fronteiriços campos de saber dos campos da Educação Física e dos Esportes.

Fica a dica de um documentário (link abaixo) do filósofo Pierre Levy sobre “As Formas do Saber”. O pensamento do filósofo francês é o foco de quatro documentários sobre trabalho, educação, tecnologia e arte.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=3PoGmCuG_kc

 

*  Prof.  e Jornalista Paulo Trindade

Equipe Geimefe-Limefe –  EF/UCB

http://www.geimefelimefe.com.br/

Curso de Educação Física

Universidade Católica de Brasília - UCB

Por Laercio Elias Pereira
em 16 de Abril de 2017 às 12:05.

Prof.  Paulo,

Primeiro, preciso relembrar aos cevnautas mais novos que Vc é um dos pioneiros do CEV - e colaborador de sempre - desde que o CEV teve sede na Católica de Brasilia, de 1998 a 2002 aí no seu LIMEFE.

Ótima a deixa do Pierre Levy.  Indexei no CEV:

http://cev.org.br/biblioteca/as-formas-do-saber-pierre-levy/

No embalo revi o Roda-Viva de 2001, em que o Levy faz previsões que a escola ainda não assumiu e onde tb ele mostra que são sabia da chegada do telefone como ponto de confluência da convergência digital. 

Vou usar os vídeos nas aulas daqi pra frente, tal qual usávamos A questão dos Paradigmas nas nossas aulas da Católina no século passado (já compri três bancos de bicicleta que o Joel Parker inventou!)

http://cev.org.br/biblioteca/paradigma/  (atualissíssimo!)

Laércio

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 16 de Abril de 2017 às 15:39.

Pereira,

 

A questão dos paradigmas... foi apresentado a voce por mim... ainda o tenho... usava-o para as minhas aulas de Introdução à pesquisa... no velho VHS, depois trnasportafdo para o velho CD... ainda os tenho...

 

Depois dele, há um outro, que não lembro o nome, agora... mas na mesma linha... 

 

Bons tempos, aqueles, de sala de aula...

 

Leopoldo


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