O fato de estar numa Secretaria de Educação me oportuniza o contato com muitos professores e uma visão do todo. Reconheço que as particularidades nem sempre chegam a nós, e aí gostaria de citar Carlos Queiróz que traduz um pouco esse momento: "ver as coisas por fora é fácil e vão, por dentro das coisas é que as coisas são”. No entanto, tenho o cuidado também de estar ‘por dentro das coisas’ para não ser injusta com ninguém.

Ainda outro dia, conversando com vários professores de diversas áreas, perguntei-lhes suas opiniões sobre as tecnologias e como eles lançariam mão desses recursos nas aulas. Os poucos que me sugeriram algo se referiram apenas ao computador.

O jovem de hoje é um jovem com forte relação com tecnologia e os diversos tipos de mídias, haja vista o número de jovens que possuem, Mp3, Mp4, celurar, notbook, Play Station 1,2,3, Nintendo Wi, entre outros. E aqueles que não os possuem podem se aproximar dessa tecnologia por algo em torno de R$ 1,00 a hora num cyber.

Vejo então uma necessidade de trazer esses recursos prá nossas aulas. Hoje pelo menos cinco alunos de uma sala têm Mp4; será que o professor já teve a curiosidade de saber o que se faz com um Mp4? Será que ele sabe que é possível gravar som com esse aparelho tão simples? Um aluno, por exemplo, não poderia recitar uma poesia para o outro gravar sua voz e depois analisar com o professor esse trabalho? Postar no blog da escola; construir um movie maker com imagens selecionadas por eles e a gravação no fundo? Postar esse vídeo no youtube?

Com o celular então, há uma infinidade de possibilidades de trabalho com os recursos que ele oferece, principalmente no que se refere a imagens.

Vejo a cultura jovem com excesso de informação e pouco conhecimento, extremamente ligado à imagem principalmente àquelas que apelam para emoções fortes como velocidade e violência.

Temos que nos aproximarmos dessas tecnologias sob pena de não cumprirmos nosso papel de articular a cultura elaborada com a cultura experiencial dos alunos, se negarmos isso, deixamos de ser escola.

E na Educação Física, como usaríamos esses recursos?

Comentários

Por Jorgio Gláucio Sousa Silva
em 8 de Fevereiro de 2011 às 11:15.

Integrando nossas atividades com as tecnologias, nos ajudarão muito no desenrolar da aula e em prender a atenção dos alunos, até mesmo por falar de assuntos que eles estão mais interessados.

► http://www.jorgioavliss.com.br/site/portfolio/outros.html ◄

Por Roberto Affonso Pimentel
em 8 de Fevereiro de 2011 às 12:17.

Professore Leize,

Há muito que procuro alguém com as suas intenções. Peço que faça uma visita a www.procrie.com.br  e, entre outros artigos, veja "Quem Faz", pois poderemos alinhar nossas pretensões. O blogue já tem alcance nos 5 Continentes, com prevalência no Brasil e Portugal. Com este país, poderemos estabelecer contatos com alunos e professores e realizar um intercâmbio  profícuo. Esta é uma das oportunidades. Uma outra, deveras satisfatória tanto para o ambiente de ensino médio, como universitário (os professores das escolas) poderiam incentivar o que considero a melhor receita para uso desta tecnologia: a criação de blogues. Aliás, as Escolas de Educação Física do Brasil deveriam aprender a ensinar aos seus alunos esta criativa ferramenta de uso indispensável atualmente. Dê esta sugestão à Universidade.

Aguardo-a no Procrie também.

Roberto Pimentel.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 8 de Fevereiro de 2011 às 17:13.

O Voleibol num país de futebóis, por Roberto Pimentel. Este foi o título de um artigo no site português www.sovolei.com onde assino textos técnicos. Abaixo transcrevo um dos comentários que postei recentemente que bem podem evidenciar para professores e alunos de Ed. Física o valor de um blogue. Aproveitem o entusiasmo da Professora Leize e entrem nessa onda.

"A escola como berço de formação de atletas é um dos temas que passo a discutir no Procrie". Evidentemente que minha visão se refere inicialmente ao que ocorre no Brasil, pelas minhas experiências de aluno e, agora, de co-orientador de professores e treinadores. Mas não creio que sejam muito
diferentes das de Portugal, pois julgo existirem dois fatores comuns que nos unem: fundamentalmente, a formação dos mestres; por último, os fundamentos psico-pedagógicos em que está calcada a metodologia a empregar. Lembro que o
pedagogo prepara o aluno para a vida e não para o voleibol. Ali estarei discutindo como tornar uma criança "polivalente", isto é, pré-disposta para qualquer atividade futura de sua escolha. Acompanhem no Procrie e comentem.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 10 de Fevereiro de 2011 às 16:12.

Professora Leize,

Por "dentro" ou "por fora", o fato é que a influência de um professor é decisiva para qualquer aluno conforme lembra Henri B. Adams: "um professor afeta a eternidade, ele nunca sabe em que ponto cessa sua influência."

Neste Brasil de milhões de analfabetos "gerenciados" pelos últimos governos petistas, o que devemos esperar? As salas de aulas em petição de miséria, professores mal preparados e desmotivados, universidades que funcionam como verdadeiras quitandas de diplomas, será que há esperança? Claro, se não dependermos dos governantes.

Saia da Secretaria e entre numa escola e tente fazer o que está pensando. Verá então o outro lado. Este é o Brasil. Teria coragem ou condições de realizar algo? Ou prefere esperar que o governo o faça? Enquanto pensa, lembre-se do beija-flor que transportava água no bico para conter o fogo da floresta.

Já tentei em várias oportunidades, fiz contato com Secretários de Educação de vários municípios, encontrei-me com Reitores, diretores de Esc. de Ed. Física, Prefeitos, ofereci meus préstimos às escolas públicas, inclusive material gracioso, e nada! Imagino que tenha sido até ridicularizado ao término das visitas. Por isto, resolvi criar o blogue. Verá no PROCRIE um ser abstrato, quase quixotesco, a pregar num vasto deserto de homens pouco acostumados com esta tecnologia, quiçá com os livros.

Temos uma realidade e não adianta estar a sonhar com prerrogativas e devaneios. Será mais uma. Empunhe a sua bandeira (diria melhor CRUZ) e caia na estrada. Perdoe-me se fui demasiadamente ríspido, mas revolta-me o descaso dos nossos governantes com a Educação. Quem serão amanhã esses milhões de brasileirinhos que não têm direito siquer à escola? Ou à comida? Enquanto isto estão a esbanjar fortunas em estádios e falcatruas. Roberto Pimentel.

 

Por Jansen M. F. Santana
em 10 de Fevereiro de 2011 às 20:31.

Leize

A tecnologia esta integrada em nossa. Assim, para começar a utilizar essa tecnologia em favor dos processos educacionais ou de aprendizagem fora dos espaços escolares é preciso imergir no pensamento que nos corrobora a perceber que nos motivamos naturalmente com aquilo que nos estimula, que facilita nossa vida e interage conosco. 

A dificuldade dos profissionais produzirem resultados com as tecnologias é que ainda não perceberam o universo tecnológico como processo de suas ações cotidianas. 

Enquanto um professor pensa no prazer de virar a página de um livro tomando café na sala, nossos adolescentes e jovens após a década de 80 se sentem instigados a transpor a página do seu "e-book" que será lido no "tablet-pc", ou até mesmo no seu “velho” computador de mesa.

Estamos falando aqui de sentimento, cotidi@no, "e-moção". 

Entendo que nem todos os espaços ou educandos tem acesso a tecnologias caras, mas não estamos tratando disso. A questão é como avançar para o presente que conquistamos. Como trazer para a prática dos processos de ensino a descoberta do conhecimento e a inspiração que nossa geração necessita que advêm mediada pela tecnologia. 

A educação física é uma ótima área para perceber isso. Ações "flash mob", por exemplo, podem retratar como as tecnologias podem mediar esse processo, sem necessariamente estarmos falando de investir em equipamentos, mas sim de utilizar a tecnologia como agente transformador, no sentido em que passa a integrar em sua simplicidade os processos, os tornando atrativos.  Assistam esse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=2B95LswM2ME e vejam como foi possível motivar 20 mil pessoas a reproduzirem uma coreografia em um show musical, isso claro, através de um movimento que os jovens compartilharam por meio das tecnologias sem nunca terem se encontrado antes. 

Esse tópico nos leva a instigar quais outros exemplos poderíamos utilizar em aulas, mas talvez alguns ainda nem tenham percebido o “flash mob” como exemplo de instrumento criativo para aplicar em sua prática.

Assim, para avançar nesse universo e explorar suas possibilidades como as técnicas didáticas que conhece hoje é necessário ter empatia com as novas tecnologias, ouvir seus usuários e se integrar a elas primeiramente.

Posso sugerir que solicite aos professores planos de aula com a utilização de tecnologias, depois filtrar os que realmente demonstram domínio e daí então, propagar uma contribuição efetiva onde os demais profissionais possam se espelhar.

 

Jansen Santana

Por Leize Demétrio da Silva
em 11 de Fevereiro de 2011 às 09:21.

Professor Roberto...

Grata por participar deste debate e contribuir conosco em busca de novos caminhos.

Entendo sua angustia em relação à educação nesse país e quero te contar nossa experiência por aqui em Campo Grande/MS.

Aqui estamos tentando implantar um sistema nas ETI’s com a intenção de socializar o acesso.

Em linhas gerais ele funciona assim: a professor planeja sua aulas e posta no sistema; agenda o horário em que elas estarão disponíveis aos alunos, dessa forma ele pode preparar várias aulas/ atividades anteriormente e depois só ir disponibilizando.

O aluno acessa com login próprio (cada aluno do 1º,2º e 3º ano possui notebook), desenvolve suas atividades e posta em local determinada onde o professor visualiza.

O sistema de avalização pode ser quinzenal ou mensal e á a partir de objetivos selecionados pelo professor no banco de objetivos que existe no sistema. Esses objetivos são por área e foram construídos pelos técnicos da SEMED, mas são constantemente discutidos com os professores, que se entendidos como insuficiente podem ser alterados.

A metodologia proposta pela escola é a metodologia da problematização na qual os alunos analisam o conteúdo da escola a partir da realidade em que vive. É tudo mto dinâmico.

O acesso à internet é irrestrito para que os professores possam pesquisar para prepararem suas aulas. Os alunos trabalham com as diversas mídias (rádio, celular, câmera fotográfica, vídeo, etc) e ficam encantados com as possibilidades. 

Nem tudo é 100%, tivemos muitas dificuldades em termos de estrutura, pois a escola é pública, e tdo no setor público é uma questão política, mas temos professores empenhados, curiosos e criativos. Mtos já apresentaram seus trabalhos em diversos seminários e tiveram retorno positvo, fato que motiva mais o professor.

Eles usam as possibilidades da web 2.0 (blog, fórum, wiki, webquest) e tb jornais eletrônicos, revistas, cadernos, quadro branco, etc.

Eu aprendi mto nesses dois anos na ETI e voltei a acreditar na educação física novamente, por diversas razões

Um grande abraço...Leize

Por Leize Demétrio da Silva
em 11 de Fevereiro de 2011 às 10:39.

Oi Jansen...

...gostei mto da sua contribuição nesse debate. Adorei o ..."velho computador de mesa". Concordo com vc em tudo que colocaste e agradeço a sugestão.

Um grande abraço...Leize


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