Muito se tem falado sobre os celeiros de atletas onde desde criança já são selecionados para uma designada modalidade. É muito comum vermos isto na super potencia, Estados Unidos, essa distinta seleção, onde em cada unidade esportiva tem-se 2 laboratórios de fisiologia por modalidade, explicitando cada vez mais o alto investimento para ascensão de um possível super atleta. Recentemente uma das ferramentas que se tem usado para seleção destes atletas é sua pré disposição genética, ou seja, cientista mapeiam geneticamente atividades enzimáticas que podem ser um fator importante para seleção do atleta, no estudo de YAMIN (2007) et. al. foi mostrado a capacidade de mapear geneticamente o polimorfismo da enzima conversora de angiotensina (ECA) ou melhor falando, seus alelos, esses alelos (I-Insertion e D-deletion) são sinalizadores da atividade da ECA, falando num âmbito esportivo, os sujeitos homozigotos ou heterozigotos que possuem o alelo I tem uma menor atividade desta enzima, enquanto os homozigotos DD possuem maior atividade da mesma. O polimorfismo desta enzima é crucial para os efeitos vasodilatadores e vasoconstrictores, no esporte isso pode direcionar um indivíduo para os esportes de potencia ou esportes de resistência. Mas até que ponto isso deixaria de ser ético? Mapear um indivíduo geneticamente não iria contra os valores morais defendidos por varias comunidades de defesa à ética? Então mais uma vez caímos nesse circulo vicioso que já estamos acostumados a ver nas competições de altos níveis, o tal do dopping genético.

YAMIN, C.; OFFER, A; MORAN, S; ATTIAS, E; MECKEL, Y; EYNON, N; SAGIV, M; AMIR, R.E. ACE GENOTYPE AFFECTS BLOOD CREATINE KINASE RESPONSE TO ECCENTRIC EXERCISE. 103 ed., s.l., J. Appl. Physiol., 2007, 2057-2061.

Comentários

Por João Batista Freire
em 3 de Novembro de 2011 às 17:35.

Quando penso que a estupidez humana chegou ao seu limite, eis que um novo recorde é batido.

Por Laercio Elias Pereira
em 3 de Novembro de 2011 às 18:10.

Eduardo, João, Pessoal,

  No tempo da Revista Esporte e Educação, Laerciodamus (o redator do Rumorismo era na verdade o Larécio, do verbo extinto larecer; vagabundear com palavras), previu, há mais de quatro décadas, que o guru oriental dele, que sabia levitar, ainda ganharia o salto em altura numa olimpíada. Tá na boca da caçapa. Laércio

Por Daniel Gomes Pereira
em 3 de Novembro de 2011 às 22:59.

Atletas e técnicos são muito competitivos, querem ganhar, e por isso aceitam riscos desconhecidos que o resto das pessoas evita. O nosso medo é que eles tentem utilizar algo e acabem se machucando de maneira muito séria assim. E eles têm de pensar que esse tipo de manipulação nos genes pode até afetar a próxima geração, os seus filhos. O doping genético tem efeitos a longo prazo que nenhum doping atual tem. Eu acho que podemos convencer a maioria dos atletas de que não vale a pena. Veja a quantidade de atletas que ganham medalhas, sobre os quais os testes nunca indicaram que estivessem usando substâncias ilegais. Não é fácil para um atleta enganar o sistema, embora muitos tentem e alguns consigam. No final, algum sempre tentará passar por cima das regras.

Por Marco Machado
em 7 de Novembro de 2011 às 09:20.

Caro Eduardo e demais comentaristas

Sem querer diminuir a relevância da discussão queria apenas chamar a atenção para uma coisa.

Os autores citados (Yamim et al, 2007) em momento algum falam sobre manipulação genética ou detecção de atletas por mapeamento genético. O artigo é sobre a possibilidade de que o sistema Renina-Angiotensina (RAS) possa estar envolvido na magnitude do dano muscular induzido por exercício. Eles conluem que:

"... our data suggest a positive association between the ACE genotype and CK response to repetitive eccentric contractions and further support the role of local RAS in the regulation of exertional muscle injury." ("...nossos dados sugerem uma possível associação entre os genótipo ACE e a resposta da CK após ações excentricas repetidas e ainda suporta um envolvimento locas do sistema Renina-Angiotensina na regulação do dano muscular induzido por exercício"; tradução minha)

Para quem interessar, posso enviar o artigo na íntegra, porém nem no resumo há referências a performance, dopping ou detecção de talentos.

abraços

Por Eduardo Rodrigues
em 7 de Novembro de 2011 às 16:58.

Marco Machado,

eu sei que não falam, eu citei o artigo como base para ter um embasamento, isso é apenas uma especulação, mas temos que adimitir que as grandes potencias nao demorara começarão a utilizar dos conhecimentos genéticos para manipulação do mesmo.

Por Laercio Elias Pereira
em 8 de Novembro de 2011 às 11:07.

Eduardo, João, Marco, Daniel, Cevnautas,

  Se existissem as máfias russa, chinesa, ou quaisquer outras, já teriam, há algum tempo, colocado os embriões modificados no forno. Não só para o espoprte, mas para tarefas específicas em seus campos de trabalho. Arrisco o palpite de que os produtos já estão na praça e vão ganhar medalhas na Olimpiada do Rio. Lembram daquelea advogados da antiga URSS que conseguiram inocentar um atleta confessadamente usuário de substância dopante com o argumento esquisito, mas que foi aceito pelos juízes? Como o remedinho não estava em nenhum catálogo era sinal que não existia. Se não existia, os atletas não poderiam ter tomado. Não é uma graça? O médico, jornalista e ex-presidente do CBCE, Osmar de Oliveira, tem alguns exemplos edificantes em: http://www.brasilmedicina.com.br/especial/mdesp_t1s2.asp . Nem por isso assumo o pessimismo de sugerir que não devamos nos dedicar ao assunto. Cultura inútil também tem vez! Vamos continuar conversando. Laércio

Por João Batista Freire
em 8 de Novembro de 2011 às 16:46.

Laércio: de minha parte acho que essa batalha já está perdida por parte dos controladores. Os dopadores estarão sempre à frente. Acredito firmemente na estupidez humana, tanto quanto acredito na lucidez, no amor, na generosidade. Por qual motivo uma raça tão amorosa não deveria ser também estúpida?

Por Edison Yamazaki
em 19 de Março de 2012 às 02:36.

Estou chegando com vários meses de atraso à esta discussão, e acho que o doping genético já é uma realidade. Por que um atleta com grande potencial não se submeteria a esse tipo de doping? No momento que alguém se dispõe a tentar bater um recorde mundial e junto levar junto um monte de dinheiro, a tentativa de se dopar aumenta consideravelmente.

Particularmente, não sei como são realizados a dopagem dos atletas, mas sei que ela existe. Ben Jhonson, Marion Jones, Florence Jones,  etc, são provas do que são capazes pessoas que buscam a parte mais alta do pódio.

Ciclismo, remo, maratona, levantamento de peso, etc. e outros esportes com grande exigência de potência aeróbica e muscular devem ser os mais atingidos. É difícil acredita que alguém esteja limpo em meio a tanta evolução tecnológica.


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