Cevnautas,

Nesses dezenove anos (vinte em janeiro!) de CEV tenho arrevirado os zoinhos na esperança de que cada cevnauta que viajasse para um congresso importante mandasse alguma notícia. Fazíamos isso na década de 1980 com o Micro Esporte Clube. Cada um que viajava trazia os documentos (anais) e a gente microfilmava e distribuia em microfichas para os sócios do clube.

Desta vez o colaboradoe de sempre do CEV, Alberto Reppold  http://cev.org.br/qq/alberto-reppold/ , que está participando do congresso na Austrália, atendeu prontamente a um pedido de relato.

O Congresso Mundial sobre Políticas de Esporte de Elite é esse:http://cev.org.br/eventos/world-congress-on-elite-sport-policy-2015

Agradecendo ao Betão colo, com autorização dele,, a nossa conversa por emeio.

Laércio

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Oi Laércio,

Veja se o relato abaixo está legal.  

Está acontecendo em Melbourne, Austrália, o World Congress on Elite Sport Policy 2015. O evento é organizado pela Victoria University e conta com a participação de mais de 200 pesquisadores e gestores esportivos de 30 países. A programação contempla uma ampla variedade de temas. São 10 palestras, 6 workshops e 45 comunicações orais. O congresso é uma realização da rede internacional de pesquisa, conhecida por SPLISS, que estuda os fatores que conduzem ao sucesso no esporte de alto rendimento. Na palestra de abertura, Sussan Ley, Ministra do Esporte e da Saúde da Austrália, examinou o papel e a responsabilidade do governo na formulação e implementação das políticas de esporte de alto rendimento. Estão presentes no congresso, Roger Frankel, Consul Honorário do Brasil em Melbourne, e pesquisadores de diferentes universidades e instituições brasileiras. Com seis comunicações orais, os pesquisadores brasileiros abordarão as políticas de esporte de alto rendimento no país, com ênfase no esporte olímpico e paralímpico.  

Abraço, Betão

 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 24 de Novembro de 2015 às 09:41.

Laércio, 

Piaget dizia..."Aprender é atuar sobre o objeto da aprendizagem para compreende-lo e modificá-lo. Assim, cada ideia é apoiada e colorida por uma rede de outras ideias".

Mais uma coisa boa você nos coloca: congressos, políticas, encontros...! Minha atenção sobre seus dizeres acima recai em dois aspectos: a preocupação  até certo ponto louvável de criar um acervo bibliográfico,  e a expressão congresso importante. O que seria um congresso importante?

Explico... um exemplo recente! 

Participei de raros eventos, tanto no Brasil como no exterior, e a impressão é sempre a mesma. Especialmente quando fazendo parte da grade universitária. Pensei em algum momento que estava errado, que sou crítico severo em demasia, mas de pois que li algumas referências de cientistas renomados e participei recentemente de um congresso internacional de "Ciências da Educação (neurologia) no Rio, reforcei minha posição. Trata-se de uma agressão ao bom senso e àqueles que são iludidos, pagam por sua participação, e acenam com um "diploma" que enriquecerá ao currículo. Quanto às informações e consequente despertar para o aprendizado, pura balela. Recebi os anais do referido congresso, mas tenho vergonha de divulgá-lo. Foi patrocinado pela Fundação Ayrton Senna e coordenado pela UFRJ. E para que não pensem que exagero, acrescento o pesar de aproximadamente duas centenas de diretoras, professores que não calaram e levaram suas impressões verbalmente ao "mestre de cerimônias", o Doutor Roberto Lent.

Enfim, parece haver uma prática de eventos que é internacional, de convênios entre universidades que se justificam entre si, e que periodicamente se entrelaçam pouco dizendo aos pobres inocentes que pagam para ouví-los a dizer as mesmas baboseiras, enquanto aguardam a esperada aposentadoria. Recentemente, a Veja deu-nos a conhecer a opinião do matemático peruano, um dos fundadores do Impa, a respeito do ensino universitário no país. Anteriormente, Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo, dizia que o sistema atual favorece a acomodação dos pesquisadores estáveis na carreira, que nada criam e se bastam repetindo experimentos. Suzana Hoezel assina artigos na Folha de São Paulo com críticas ao sistema que, salvo raríssimas exceções, são meros encontros "turísticos". Vi muito disso em Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro. Para muitos, trata-se de composições curriculares do sistema acadêmico.

Acervo bibliográfico... Trata-se de cultura acadêmica secular. Está disseminada no sistema acadêmico através da invenção danosa da "apostila".  

Como imagino sejam os participantes de congresso: 1) busca de um certificado ou diploma para constar do currículo; 2) colecionar algo que por ventura venha a ser distribuído e colocar em sua estante por algum tempo. Ler, criticar e incorporar ao seu cotidiano, absolutamente nada. Dificilmente conseguem se beneficiar dos ensinamentos de Piaget (acima) por não terem o hábito da leitura desde os primeiros bancos escolares. E por fim, são todos vítimas da má Educação brasileira. Resta-nos, constatado o fato, pelejar para que as novas gerações não sofram tanto e se libertem para a vida..

Creio que devamos nos reportar às crianças, a partir do ensino fundamental, para interromper esse ciclo de "copistas de coisa alguma".   


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