O gerente de futebol César Sampaio foi o único representante do Palmeiras no velório do torcedor André Alves Lezo, morto no último domingo com um tiro na cabeça, em confronto com parte da torcida do Corinthians antes do clássico disputado no Pacaembu. Em meio ao clima de emoção, o dirigente lamentou a morte e pediu que todos no meio esportivo se posicionem contra a violência.

"Em nome da instituição, vim prestar sentimentos à família. Independentemente do resultado esportivo, a maior perda para nós, palmeirenses, foi essa. A gente é contra a violência porque com isso perde todo mundo. Temos que nos posicionar para que isso acabe", declarou, nesta segunda-feira.

Sampaio foi uma das poucas pessoas presentes a falar, já que a família da vítima proibiu a entrada da imprensa no Cemitério Parque Jaraguá, em São Paulo, onde o enterro estava marcado para começar às 14h30. Ele contou que conversou com o presidente da Mancha Alviverde - torcida organizada da qual André fazia parte -, Marcos Ferreira, que rechaçou a possibilidade de uma "vingança".

André era irmão de Lucas Lezo, vice-presidente da Mancha, o que poderia aumentar a possibilidade de um novo confronto com corintianos. Mesmo com a ligação da família com a organizada, a vítima foi vestida com um terno e nenhuma referência à torcida foi feita ao longo da cerimônia de velório.

No entanto, isto não impediu que muitos integrantes da Mancha Alviverde estivessem no local, vestidos com camisas da torcida. André foi morto em um confronto que envolveu cerca de 500 torcedores dos rivais paulistas na Avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo. A polícia ainda investiga se a briga foi previamente marcada pela internet.

 

link original http://www.dgabc.com.br/News/5948960/palmeiras-lamenta-morte-de-torcedor-e-repudia-violencia.aspx

Após refletirmos sobre esta situação, que tipo de políticas públicas deveriam ser feitas para evitar esta insolente situação nos estádios brasileiros e o que os proprios Clubes poderiam fazer para evitar esta terrivel situação?

Comentários

Por Marina Gurgel Simoes
em 30 de Março de 2012 às 15:28.

Na minha opinião falta é educação e mais punição para esses infratores. Os clubes em primeiro lugar devem punir estes torcedores. Depois acho que o governo deve elaborar e votar em leis severas para esta violência e também deve ser melhorada a segurança nos estádios. 

Por András Vörös
em 30 de Março de 2012 às 19:28.

Os Clubes não tem ingerência nas ditas torcidas organizadas, portanto não podem puni-los.

A sociedade como um todo está descambando para a violência, onde não há mais sentimento de cidadania, de fraternidade , enfim de humanidade.

Estamos nos transformando em seres egocentricos, possessivos e agressivos. 

A melhor forma de se tentar voltar a realidade é a TOLERÂNCIA ZERO, até a consciência coletiva possa resgatar seu equilíbrio.

Poderemos começar cancelando a Copa de 2014, e até lá jogos de futebol só pela televisão.

Uma boa atitude é levar os torcedores violentos a fazer prestação de ação social nos pronto socorros, para constatarem os resultados de sua violência.

Se nada disso funcionar, coloca-se os brigões em um ringue de MMA , como já estão querendo, e finalmente os brigões poderão ser os gladiadores da atualidade.

Por Nilian da Silva Gonçalves
em 31 de Março de 2012 às 00:10.

András

Acredito que temos que pensar em algo que irá punir apenas os torcedores brigões, não acho justo pagarmos pelos erros dos outros. Porque cancelar a copa de 2014 por exemplo se não são todos os brasileiros responsávies pelo que está acontecendo nos estádios?

Por András Vörös
em 31 de Março de 2012 às 10:22.

Cara Nilian:

concordo plenamente contigo, na verdade apenas estava fazendo uma provocação.

Sem dúvida se estivessemos um um país com uma estrutura jurídica funcionando adequadamente, os torcedores baderneiros e os violentos poderião ser enquadrados, e punidos conforme a gravidade de cada caso. 

Lembre que a situação era semelhante na Inglaterra e em outros países da europa. Foi tudo resolvido com uma ação forte da polícia e do judiciário, diferentemente do que acontece por aqui.  Note que a polícia é a mais criticada pela imprensa quando ela age. Há pessoas ganhando dinheiro com essa violência. Quem dá verbas para as torcidas organizadas?

Quem paga os danos dentro e fora dos campos? Por que os gestores do Futebol não agem?

Quem gosta apenas de torcer, vai ao estádio e ao final de jogo se retira ordeiramente, contráriamente aos grupos de arrastões que barbarizam a cidade.

Aquele argumento ridículo dos pais e parentes: meu filho/irmão/marido estava só olhando !!!  ele não tava fazendo nada. Engano, ele estava lá para dar força na platéia, não foi embora para casa.

Também questiono como deve ser o comportamento destes indivíduos no dia a dia. Com toda certeza cometendo barbaridades e violências contra tudo e todos, só que pelo fato de estar só sua agressividade é diluida, pois além de tudo é um covarde. Só agem em grupo.

Há algum tempo a polícia usava um jato de água colorido que identificava os "valentões" que podiam ser identificados horas depois e detidos. Por que será que acabou?

Os tais defensores dos direitos humanos diziam que era uma agressão contra os "coitadinhos".....uma violência.

Solução :

1. Judiciário atuante e forte;

2. Polícia aparelhada e com liberdade de ação !!!  (alguém já viu polícia invadir igreja?)

3. Tolerância Zero:  quebrou> pagou,

                            machucou > pagou,

                           agrediu > pagou

Por Glauber César Cruz Custódio
em 1 de Abril de 2012 às 22:32.

Hoje em dia a violência está cada vez mais presente nos estádios brasileiros, devido à impunidade, pelas leis brandas, pela rivalidade e por não saberem aceitar as diferenças e gostos, esta violência é mais presente entre integrantes de torcidas organizadas, não que os “torcedores normais” estejam fora desse contexto.  Uma pessoa que participa de uma torcida organizada vive situações de expansão de várias emoções, muitas vezes reprimidas pela sociedade, diante disto esta pessoa começa a manifestar e agir de maneira que não faria isoladamente, parecem que agem por impulso. Em minha opinião devem ser feitas campanhas e programas que busquem a paz nos estádios, mostrando que as diferenças acontecem em qualquer contexto e que a violência não é o caminho, aplicando leis mais severas e tolerância zero para com os “brigões”, não deve se punir todos os torcedores, e sim aquele que pratique a violência, pois uns não podem pagar pelos outros. Os clubes não têm qualquer controle sobre as torcidas organizadas, portanto poderia contribuir com campanhas que visem a paz nos estádios, e as torcidas organizadas orientarem e punirem os integrantes que tiverem uma má conduta, e buscarem acabar com a violência que esta cada dia mais presente nos estádios, e que possamos desfrutar do esporte tranqüilos.

Por Edison Yamazaki
em 1 de Abril de 2012 às 23:37.

Toda essa bagunça tem a ver com a falta de educação. Enquanto não houver maciços investimentos em educação formal (escolas) a violência e outras delinquências não diminuirão. O futebol é apenas mais uma válvula de escape para esses vagabundos.

Enquanto alunos agredirem professores e seus país não forem responsabilizados, a violência não diminuirá. Entre estudar e trabalhar, os brasileiros preferem a segunda opção. Entre ler ou falar da vida alheia, muitos preferem as fofocas. É assim que o Brasil ainda é o último país feliz do mundo.

O András está certíssimo. Tolerância Zero! Foi assim que a Itália e a Inglaterra colocaram nos estádios.

Aqui no Japão é proibido o porte de armas, todos os alunos estudam em período integral e aqueles que praticam esportes pela escola treinam inclusive as férias. Todas as escolas, eu disse todas, possuem ginásios cobertos, piscinas e campos de futebol. Onde haverá tempo para baderna? As leis são severas e rápidas. Corrupção só em sonhos. Os policiais recebem ótimos salários. A tecnologia ajuda. Os torcedores assistem às partidas todas misturadas. Os acentos são numerados. Não existem alambrados nos estádios. O lixo nas arquibancadas após os jogos são limpos e separados (plástico, orgânico e pet bottle) pelos próprios torcedores. Os gramados são exemplares. Os meios de transportes também.

Mais de 80% da população possui curso universitário e 99% das crianças e adolescentes estão na escola. Se o aluno falta em excesso, alguém da secretaria da educação bate em sua porta. As faltas precisam ser comunicadas diariamente pelos pais. Não existem analfabetos sem analfabetos funcionais.

Esse conjunto de ações é que dá consciência ao cidadão. É com essa consciência que se adquirir cidadania. Com cidadania niguém destrói nada público (orelhões, faróis, pichações) e também não assassina o próximo.

Simples assim.

Por Edison Yamazaki
em 1 de Abril de 2012 às 23:44.

Quis dizer "assentos". rsrs

Por Ronan Junio Fonseca
em 2 de Maio de 2012 às 19:38.

Acho muito importante estarmos dividindo este assunto com várias opiniões, no meu modo de ver os órgãos competentes   como federações, os clubes,  os dirigentes e a polícia  deveriam melhor fiscalizar ao redor  dos estádios, porque não é só punir as torcidas organizadas mas, os vândalos e marginais que infiltram e começarem a punir os causadores dessas atrocidades com o rigor merecido.

Por Luciano Mauricio Figueiredo
em 8 de Maio de 2012 às 14:38.

Infelizmente esse não é um problema isolado do futebol,tem a ver com todo setor da sociedade;não é só entre "torcedores"que há esse tipo de violência.Pode ter certeza que se não fossem nos estádios,seriam em alguma outra modalidade ou evento em que envolvam conflitos de interesses.O problema da violência é bem mais profundo e é consequência da falta de uma educação de qualidade (tanto em casa quanto na escola),de má distribuição de renda e outras mazelas sociais.Eu,portanto,acredito que o problema deva ser atacado em sua raiz,ou seja,na formação do cidadão e na valorização da família.

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