Cevnautas,

  Alguém tem o endereço do Projeto? Vale a pena, ou seria apenas a abertura de mais uma temporada de caça predatória ao talento? A Confederação e Federações de Atletismo estão participando do projeto? O projeto estará integrado ao Plano Pegagógico das escolas? Laercio

24/04/2013 às 20h02 - Ministérios debatem Programa de Formação Esportiva Escolar  

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e representantes dos ministérios da Defesa e da Educação reuniram-se nesta quarta-feira (24.04) para discutir a realização do Programa de Formação Esportiva Escolar, competição de atletismo voltada para alunos-atletas entre 12 e 17 anos. O objetivo é incentivar o esporte nas escolas e identificar novos talentos, além de democratizar o acesso à modalidade.

A escolha do atletismo – nas disciplinas de corrida e salto – como esporte único é devido à facilidade de encontrar instituições que têm estrutura para treinos e pequenas disputas da modalidade. Além disso, o programa busca incentivar a prática do atletismo entre os jovens, podendo revelar novos talentos no alto rendimento. “Os três ministérios estão empenhados em fazer dessa experiência também uma forma de divulgação do atletismo como prática de esporte para a juventude. Nós queremos que o maior número possível de estudantes participe, e que tenhamos na quantidade uma possibilidade de escolher atletas de qualidade que, quem sabe, serão revelações para o esporte de alto rendimento”, disse o ministro Aldo Rebelo.

Haverá competição em três provas: corrida velocidade, corrida resistência e salto. Poderão participar do programa alunos de instituições públicas e privadas. Para o general Fernando Azevedo, representante do Ministério da Defesa, este é o momento de destaque do esporte no Brasil e a pasta poderá contribuir com o conhecimento adquirido na realização de competições militares.

“O momento do esporte que estamos vivendo no Brasil dura desde os Jogos Pan-Americanos 2007 até os Jogos Olímpicos Rio 2016. As Forças Armadas têm um conhecimento importante nesta área, já que a prática esportiva e treinamento são constantes. Além disso, temos a experiência de ter realizado os Jogos Mundiais Militares, em 2011”, disse.

Os atletas que se destacarem no Programa de Formação Esportiva Escolar poderão ser dirigidos aos Núcleos de Esporte Escolar (NEE), onde contarão com estrutura e treinamento para o esporte de alto rendimento. O objetivo é que cinco milhões de estudantes de 20 mil escolas participem da competição.

Paula Braga
Foto: Ivo Lima
Ascom – Ministério do Esporte

FONTE: http://www.esporte.gov.br/ascom/noticiaDetalhe.jsp?idnoticia=10395

Comentários

Por André Magalhães Queiroz
em 25 de Abril de 2013 às 11:52.

Eu não usaria o termo caça predatoria ao talento! Mas mais uma oportunidade a nível nacional da criança quem tem capacidades motoras superiores de se destacar e avançar, sei que este não é um pensamento que impera no grupo de discussão, mas como vivo isso na pele todos os dias não posso me calar! Em Minas Gerais a Educação Física escolar está completamente abandonada pelo governo do estado e pelo nosso querido CREF6, infelizmente embora se ouça falar de algumas ações de mobilização elas ainda não surtiram efeito. A EF nas series iniciais tem sido ministrada por professores regentes de sala de aula, e ainda ouço dizer que eles podem ministrar conteudos como Geografia, Matematica, Historia...que tem professores especialistas nas escolas, porque não incluir no seu book de conhecimentos a EF. O efeito disso a longo prazo certamente será desastroso, mas a discussão agora no topico é analisar o presente. ACHO SIM valida a atitude de se buscar esses potenciais nas escolas porque acredito que apartir destas buscas os prof. podem vir a ser valorizados e melhor preparados nas espaços em que atuam, pois o abandono é geral, e ele se inicia na propria escola e portanto não vejo nenhum sentido em falar de projeto pedagogico da escola, a realidade é que a EF nao existe em muitos espaços escolares. Creio ser uma forma dela se renascer.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 25 de Abril de 2013 às 12:14.

Representantes dos ministérios do Esporte, da Defesa e da Educação (?), reunidos para deliberarem sobre atletismo (corrida e salto), soa-me como mais uma brincadeira, que pode ser produzida em qualquer lugar a custo zero. Especialmente na selva, ou lugares inóspitos, pois basta soltar um bicho e gritar "CORRAM"! Muitos medalhistas africanos algum dia já se utilizaram dessa técnica.

Todavia, estranho a maior e mais badalada instituição - COB - não estar arrolada em tais reuniões. Afinal, não dizem todos seus crííticos, trata-se da sua competência desenvolver o esporte no País? Mas não estranhem tanto os desavisados, pois a entidade será consultada no seu devido tempo, ou então, já foi e se pronunciou contrária. Porém não é de estanhar qualquer comentário a ser publicado do representante da Educação, uma vez que pouco ou nada tem a acrescentar no que outros tentam realizar na sua área de atuação. Lembrando que o atual ministro é o mesmo que está sempre aboletado no (atrás) ombro da presidente, até em momentos críticos como da greve dos professores. Se não me falha a memória, estava ocupado em solo londrino conferindo os Jogos Olímpicos e se inteirando de projetos a realizar no Brasil.

Enquanto isto, os pobres professores de Educação Física provavelmente serão observadores privilegiados das provas, uma vez que as Forças Armadas "têm tecnologia na área". Afinal, são cinco milhões de estudantes provenientes de 20 mil escolas. 

Alguém já disse que o problema do Brasil na Educação (e outras áreas) não é escassez de verbas, mas "como gastá-las". Lembro-me que a UFF gastou dinheiro considerável na construção de uma pista de atletismo a qual compareceu o ex-ministro do Esporte, Pelé, e um dos objetivos de seus gestores, era produzir atletismo com escolas públicas, que se deslocariam com seus professores até o campus para as práticas regulares. Alguém acredita que funcionou? E agora?

Por fim, alguém sabe se existe um Projeto Brasil para fomentar os desportos com sensatez? Será que só existe corrupção no COB e na CBF? 

     

Por Danilo A. Lourenço da Costa
em 26 de Abril de 2013 às 10:01.

Gostaira de corroborar com a discussão, através da vivência na prática e na leitura de roteiros de um filme "fraco de bilheteria" ...

Bom, menciono aqui, minha grande indignação com tal projeto, proveniente com certeza, de alguém que conhece muito pouco nossa Educação Física Escolar. Uma educação física, que ainda está longe da "sensatez", digo isso pois, temos diversas propostas e poucas cabeças pensantes e executantes da mesma. Como diria Mariz de Oliveira (quais conteúdos devemos ter nas aulas? para onde levar o aluno?) e vem um ou mais cidadãos, querendo jogar mais água neste molho?

Pensar a Educação Física Escolar, deveria ser mérito para quem convive, para quem interpreta a mesma diariamente e não para políticos que almejam encontrar "facilidades" e promover atos, através do estudo alheio.

 

Acerca do assunto, deixo aqui, dois questionamentos: por quê só o atletismo ? o aluno-atleta receberá algo em troca desta super-exposição?

 

Bom final de semana a todos!

Por Aldemir José Ferreira Teles
em 28 de Abril de 2013 às 10:34.

Lamentavelmente o programa proposto é mais um equívoco cometido pelos que comandam o esporte nacional. Ninguém descobre ou promove talentos por decreto ou diavagando sobre política esportiva entre paredes de um gabinete. Conheci o projeto. Ele é surreal. Quem o definiu na metodologia ou nas metas propostas, por exemplo, desonhece por completo a realidade das milhares escolas brasileiras e o que ocorre dentro delas, em relação à educação física, ao esporte e a infraestura esportiva. Do ponto de vista pedagógico é outro absurdo. Não vai vingar. A afirmativa não é por pessimismo, mas pela clareza do que ocorre na política nacional do esporte, ou por falta da mesma.


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