Cevnautas,

Dentro do bom trabalho de divulgação científica em esporte realizado pelo portal EU, ATLETA, o Prof. Turíbio Barros escreveu: O que faz corredores africanos serem tão bons? A explicação em 8 fatores. Colo abaixo o artigo do Prof Turíbio (sem as fotos e edição) e o resumo do artigo relatado, da IJSPP , em busca de cevnauta com alma caridosa e poliglota, que adote a tradução do resumo para publicarmos na biblioteca do CEV (com crédito que vale ponto no Lattes para o tradutor).

Laércio

O que faz corredores africanos serem tão bons? A explicação em 8 fatores 19/05/2015 08h27 - Atualizado em 19/05/2015 08h27  

Artigo publicado nos Estados Unidos atribui o sucesso a predisposição genética, níveis de hemoglobina elevados, capacidade aeróbica excepcional, entre outros Por Turibio de Barros  

Na Maratona de São Paulo do último domingo, mais uma vez tivemos a vitória de um corredor africano, e a boa surpresa da segunda colocação do corredor brasileiro Vagner da Silva Noronha. A já comum predominância dos corredores africanos nas últimas décadas continua a ser motivo de indagações e estudos na comunidade científica, na tentativa de encontrar as razões para o sucesso desses atletas.   

Um artigo publicado recentemente por pesquisadores do Centro Olímpico Americano em Colorado Springs, denominado “Os corredores etíopes e quenianos: o que os faz serem tão bons?”, atribui o sucesso dos atletas africanos a oito fatores. Certamente a combinação de todos estes fatores resulta na concepção das verdadeiras “máquinas de correr” que caracterizam os excepcionais corredores africanos. ..   

Artigo completo com fotos e links: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2015/05/o-que-faz-corredores-africanos-serem-tao-bons-explicacao-em-8-fatores.html  

Int J Sports Physiol Perform. 2012 Jun;7(2):92-102.

Kenyan and Ethiopian distance runners: what makes them so good? Wilber RL1, Pitsiladis YP.  

Abstract Since the 1968 Mexico City Olympics, Kenyan and Ethiopian runners have dominated the middle- and long-distance events in athletics and have exhibited comparable dominance in international cross-country and road-racing competition. Several factors have been proposed to explain the extraordinary success of the Kenyan and Ethiopian distance runners, including (1) genetic predisposition, (2) development of a high maximal oxygen uptake as a result of extensive walking and running at an early age, (3) relatively high hemoglobin and hematocrit, (4) development of good metabolic "economy/efficiency" based on somatotype and lower limb characteristics, (5) favorable skeletal-muscle-fiber composition and oxidative enzyme profile, (6) traditional Kenyan/Ethiopian diet, (7) living and training at altitude, and (8) motivation to achieve economic success. Some of these factors have been examined objectively in the laboratory and field, whereas others have been evaluated from an observational perspective. The purpose of this article is to present the current data relative to factors that potentially contribute to the unprecedented success of Kenyan and Ethiopian distance runners, including recent studies that examined potential links between Kenyan and Ethiopian genotype characteristics and elite running performance. In general, it appears that Kenyan and Ethiopian distance-running success is not based on a unique genetic or physiological characteristic. Rather, it appears to be the result of favorable somatotypical characteristics lending to exceptional biomechanical and metabolic economy/efficiency; chronic exposure to altitude in combination with moderate-volume, high-intensity training (live high + train high), and a strong psychological motivation to succeed athletically for the purpose of economic and social advancement. PMID: 22634972 [PubMed - indexed for MEDLINE]  

FONTE http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22634972

 

 

Comentários

Por Laercio Elias Pereira
em 11 de Junho de 2015 às 12:16.

Esther,

Vc tem a referência do trabalho?

Laércio

 

Por Tárik Vaz Nina
em 31 de Maio de 2015 às 16:51.

Interessante.

Uma pergunta para tentar levantar um debate: não seriam os fatores 3, 4 e 5, subfatores da predisposição genética?

Á propósito, eu posso fazer a tradução.

 

 

Por Tárik Vaz Nina
em 14 de Junho de 2015 às 18:01.

Tradução do resumo

Desde os Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México, os corredores quenianos e etíopes vêm dominando as provas de meio-fundo e fundo em muitos eventos de atletismo, desenvolvendo assim, uma dominância notável nas competições internacionais de cross-country e também nas corridas de rua. Vários fatores foram propostos para explicar o extraordinário sucesso destes corredores de longa distância, por exemplo: (1) predisposição genética, (2) desenvolvimento de um alto VO2 MÁX como resultado de extensas caminhadas e corridas realizadas durante a idade inicial de vida, (3) um relativamente alto índice de hemoglobinas e hematócritos, (4) desenvolvimento de uma boa relação de economia/eficiência metabólica baseada nas características dos membros inferiores e do somatótipo, (5) favorável composição das fibras músculo-esqueléticas e perfil das enzimas oxidativas, (6) dieta tradicional Queniana/Etíope, (7) viver e treinar em altitude, e (8) motivação de atingir sucesso econômico. Alguns desses fatores foram examinados objetivamente nos laboratórios e no campo, enquanto outros foram avaliados sob uma perspectiva observacional. O objetivo deste artigo é apresentar dados atuais relativos aos fatores que contribuíram potencialmente para este sucesso sem precedentes, incluindo estudos recentes que examinaram a ligação entre as características do genótipo queniano e etíope e as características dos corredores de elite. Em geral, parece que o sucesso dos corredores de distância quenianos e etíopes não é baseado em uma única característica genética ou fisiológica. Portanto, parece resultado de favoráveis características somatotípicas que levam a uma biomecânica excepcional e uma utilização econômica e eficiente do metabolismo; exposição crônica a altitude combinada com um treino de volume moderado e de alta intensidade (viver no alto + treinar alto) e uma forte motivação psicológica para obter sucesso atlético de modo a melhorar economicamente e socialmente.

 

Por Esther Carolina Mendes Rezende
em 9 de Junho de 2015 às 20:39.

Um fator comum é a motivação em vencer e o viés econômico. Como esses países sofrem de carências básicas, o esporte, muitas vezes, é a alternativa para superar a pobreza. E as corridas, em especial, exigem menos estrutura e equipamentos. Um estudo feito na Universidade de Howard mostra que há uma diferença entre negros, asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria mais alto, dando mais estabilidade na corrida.


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