Cevnautas, acho que essas armações da UNE atrapalham a turma do esporte que quer trabalhar sério, némesmo? Segue nota do Blog do cevnauta José Cruz. Laercio

Jogos de Verão da UNE: o desvio de verbas escancarado

Walter Guimarães, jornalista investigativo, avançou na pesquisa sobre os R$400 mil que a UNE recebeu de presente do Ministério do Esporte, via Universidade Federal do Rio de Janeiro. E teve sucesso na sua insistente busca.

Descobriu, inicialmente que o dinheiro era destinado a um evento de “alto rendimento”, o que não compete à União Nacional dos Estudantes. Mas a grana foi para a compra de “utensílios”que serviram sabe-se lá quem.

Enfim, volto a este assunto, agora com riqueza de detalhes, provando a forma desprezível como o dinheiro público é tratado. Isso é, também, uma forma de corrupção,  que oi ex-ministro Orlando Silva insiste pedir provas. Aí está.

A grana e a farra

Por Walter Guimarães

Me  desculpem, mas eu ainda quero falar dos “Jogos de Verão” da UNE e dos R$ 400 mil que saíram dos cofres públicos para tal evento, pois o pedido foi para um tipo de despesa e a aplicação dos recursos destinou-se para outro lado.

Segundo a Portaria nº 8, de 5 de Janeiro de 2011, assinada por José Lincoln Daemon, subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Esporte, o repasse financeiro para a Universaidade Federal do Rio de Janeiro saiu do programa “Brasil no Esporte de Alto Rendimento”, para a ação específica de “promoção de eventos esportivos nacionais de alto rendimento”.

 Distorção

 Agora vem esta explicação do próprio Ministério que os “Jogos de Verão” faziam parte da 7ª Bienal de Arte e Cultura da UNE e do 13º Coneb, um fórum de debates da entidade estudantil.

 Depois de assistir o vídeo produzido pela própria UNE e disponibilizado no perfil oficial da mesma em uma rede social ( http://www.youtube.com/watch?v=rZCXydmN2gI ), observa-se que a atividade esportiva não foi tão radical como o explicado pelo ministério. Abro aspas: “as atividades abarcavam campeonatos, oficinas e apresentação de performances de esportes radicais”.

 Na verdade foi disputada a 1ª Copa da UNE de futebol de areia, com 10 equipes, de 10 estados.

 Como cidadão, deveria imaginar que o recurso passado foi para este evento, mas não consigo acreditar que gastaram R$ 400 mil para um torneio de 10 equipes, em cinco dias.

 Basta ver a nota de empenho do Ministério, de 8 de janeiro de 2011, para saber que os recursos foram destinados para outros fins:

PRODUTO

 

VALOR R$

32 barracas plásticas  

6.400,00

Filmagem do evento  

7.800,00

30 monitores TV Plasma 50 pol

11.400,00

30 fotocopiadoras  

13.500,00

Aluguel de computadores  

18.000,00

Webjornalista  

4.900,00

Recepcionista  

3.800,00

Digitador  

1.200,00

Secretária executiva  

9.480,00

Colordenador de logística  

690,00

Edção de Filmagem  

25.500,00

2.000 sacolas  

29.000,00

500 camisetas  

3.490,00

2.000 pastas  

23.960,00

Rede de dados externa  

3.000,00

Provedor de internet  

13.800,00

Pontos de internet  

7.980,00

Aluguel de cadeiras  

4.400,00

13 arranjos de flores  

2.340,00

Aluguel de micro ônibus  

17.000,00

950 garrafas de água  

6.650,00

Coffee break  

93.600,00

Café simples  

68.400,00

Técnicos de equipamentos  

14.400,00

Serviços de apoio técnico  

1.080,00

Eletricista  

1.800,00

Gerência de informática  

1.440,00

Webdesigner  

4.900,00

T O T A L

 

399.910,00

 Repito: este dinheiro foi apenas uma forma de um ministério, até então recheado de ex-presidentes da UNE, ajudar financeiramente o encontro da entidade. Não há nada voltado para o alto rendimento esportivo. Se isso não é proibido ético também não é…

 Detalhe, até às 16h de ontem, dia 22 de junho, o vídeo de 11 minutos do evento foi exibido meras 320 vezes no perfil oficial da UNE no site Youtube. É um número pífio para um evento com público de 80 mil pessoas como anunciado.

Estranho:

R$ 9.800,00 para uma secretária executiva por cinco dias?

R$ 68.400,00 gastos em “café simples”?

E o ministério do Esporte acha tudo isso normal?”

 

Comentários

Por András Vörös
em 24 de Junho de 2012 às 18:38.

Meus Caros:

 

se as instituições que fiscalizam as contas públicas resolvessem trabalhar seriamente, muita coisa viria a tona.

Desde tempo imemoriais a química nas prestações de contas é usado e abusado, e as lentes dos analisadores continua turva.

Com os dados acima penso que o evento deve ter sido um fracasso, pois o coordenador de logística (em princípio responsável pelo transporte, alimentação, segurança, atendimento médico, ....) recebeu a "fábula" de R$690,00 (seiscentos e noventa reais) .....

é possível em tese  também se pensar na possibilidade que o evento não foi realizado !!!!

Convém se lembrar que com os recursos da atualidade é necessário se fazer o rastreamento das notas fiscais das empresas prestadoras de serviços!!!

 

Continuo lembrando a frase do professor Laércio: "continua faltando bola no Maranhão !"


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