Olá Roberto Affonso Pimentel ( demais interessados )

Embora tenha me afastado da sala de aula ( me aposentei ), continuo interessado pela Educação Física. Antes de entrar no ensino superior, trabalhei 5 anos com futebol profissional em São Luís-Ma, com o Sampaio Corrêa, na preparação física. Foi uma experiência apaixonante, mas tive que optar pela carreira universitária.

Na Ufma ministrava Didática da Educação Física e a disciplina Futebol ( iniciação e aperfeiçoamento ). Continuo acompanhando o futebol brasileiro de perto ( torcedor corintiano roxo!!). Os últimos acontecimentos no meio futebolístico nos deixam bastante preocupados. Saída dos melhores jogadores para o exterior, falência dos clubes, seleção brasileira em franca decadência, crise institucional na CBF, com seus escândalos (sic), enfim, não muito diferente do que está acontecendo com a sociedade brasileira, principalmente na política.

Um assunto que tem me interessado ultimamente, é a formação de técnicos de futebol no Brasil. Fiz um breve levantamento, pela internet, e fiquei surprêso com que existe no mercado. São muitos cursos oferecidos, presenciais e on line, com cargas horárias de até 5 horas. Valores que chegam até a R$2.229,00. Pré requisitos que vão de Licenciados em EF a ensino médio.

Um exemplo. A CBF oferece 3 cursos: Licença A ( futebol profissional , 250h), Licença B ( categorias de base, 185h) e Licença C (treinadores para escolas, 140h). Todos eles, com exigência de ensino médio.

A exceção é o curso de Especialização em Futebol (360h) da Universidade Federal de Viçosa. Com um programa técnico e de formação geral muito bom, apresenta um corpo docente com especialistas, mestres e doutores. Gostaria de saber se eles tem convênio com a CBF.

Se olharmos para a Europa, vemos uma realidade totalmente diferente ( Itália, Inglaterra, Espanha entre outros). Será que não está na hora de discutirmos essa formação de treinadores com as Instituições de Ensino Superior do Brasil. A CBF não  poderia ou deveria assinar convênios com IES?

Fica a provocação.

 

Comentários

Por Bruno Pereira Brumano
em 24 de Junho de 2016 às 11:47.

Olá Sidney

Sou estudante de Educação Física na Universidade Federal de Viçosa e, tirando sua dúvida, o curso de Especialização em Futebol tem convênio com a CBF, e equivalhe ao curso de CBF como treinador, só nao sei lhe informar em qual tipo de licença.

No meu ponto de vista, esses convênios da CBF com mais IES traria um retorno vantajoso ao futebol brasileiro e à profissão de Educador Físico, formando mais profissionais graduados. Todo bom profissional tem uma boa base.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 24 de Junho de 2016 às 17:19.

Sidney,

Grato pelo convite, imediatamente aceito por mim. Lembrei-me de um apelo similar para, não me lembro se foi aqui no CEV. Transcrevo-o com nova edição, mantida a essência .Creio, s.m.j., que cabe como uma luva para os seus e nossos propósitos. Apenas um reparo burocrático: que tal escrevermos sempre no mesmo lugar, i.e., nesta mesma página, para não nos perdermos no vai-e-vém das nuvens da web.

Aqui vai, então, um depoimento de uma discípula de Manuel Sérgio, criador da Ciênca da Motricidade Humana, de que já falei.Por seus inteligentes delineamentos, ela nos oferece claros caminhos a percorrer antes de "entrarmos em campo". Não há como discutir "ciência" ou qualquer assunto, sem recorrer à História, ou como se diz, a experiências passadas.

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MANUEL SÉRGIO: ¿UN TESORO FILOSÓFICO DESPERDICIADO?

PENSAR E TRANSFORMAR: UM LEGADO DE MANUEL SÉRGIO

por Eugenia Trigo, discípula de Manuel Sérgio

Veja o convite que nos faz Eugenia Trigo buscando um bate-papo, conversas “de café” – ou “bar” – sobre Ciência, especialmente da Motricidade Humana.

"A minha escrita não está em conformidade com as normas de publicação científica". Vergonha! ""

Por Roberto Affonso Pimentel
em 24 de Junho de 2016 às 17:29.

Sidney,

Grato pelo convite, imediatamente aceito por mim. Lembrei-me de um apelo similar, não sei se aqui no CEV. Transcrevo-o mantida a essência. Creio s.m.j., que cabe como uma luva para os seus e nossos propósitos. Apenas um reparo burocrático: que tal escrevermos sempre no mesmo lugar, i.e., nesta mesma página, para não nos perdermos no vai e vem das nuvens da web.

Aqui vai, então, um depoimento de uma discípula de Manuel Sérgio, criador da Ciência da Motricidade Humana, de que já falei. Por seus inteligentes delineamentos, ela nos oferece claros caminhos a percorrer antes de "entrarmos em campo". Não há como discutir "ciência" ou qualquer assunto, sem recorrer à História, ou como se diz, a experiências passadas.

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MANUEL SÉRGIO: ¿UN TESORO FILOSÓFICO DESPERDICIADO?

PENSAR E TRANSFORMAR: UM LEGADO DE MANUEL SÉRGIO

por Eugenia Trigo, discípula de Manuel Sérgio

Veja o convite de Eugenia Trigo buscando um bate-papo, conversas “de café” – ou “bar” – sobre Ciência, especialmente da Motricidade Humana.

"A minha escrita não está em conformidade com as normas de publicação científica". Vergonha! ""

Por Omir Jorge Muniz
em 26 de Junho de 2016 às 23:02.

Eu acredito que essas formações não formam, na verdade são para arrecadar dinheiro rápido. Se fosse algo que privilegiasse a certificação sim. Mas acho um absurdo os preços, além das despesas para quem mora em outra cidade ou estado, ainda tem de pagar um valor muito alto para um curso teórico prático utilizandos instalações que são gratuitas para a organização. Como disse o colega acima, mais vale fazer uma especialização, pelo menos é de um ano ou pouco mais. Mas é com chancela de referência.

E já que existem cursos para quem tem ensino médio (que eu desconhecia), é a oportunidade para os faladores, como o Rivelino em programa de TV que colocou a culpa do fracasso do futebol brasileiro nos profissionais com curso superior.

Posso estar errado, mas ter opinião não é crime. Me parece que há um desejo de a longo prazo separar a nossa classe em grupos diferentes.

 

Por Omir Jorge Muniz
em 26 de Junho de 2016 às 23:06.

OBS.: Em tempo, em declaração na TV quando técnico da seleção brasileira, houve um questionamento quanto a formação dos técnicos de futebol. Ele disse que a maioria dos treinadores fazem um  curso na Europa de sies meses e que é reconhecido no exterior.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 27 de Junho de 2016 às 12:14.

Para ilustração de um "entendido" em Motricidade Humana:

 

Manuel Sérgio

Como se vê, o riso, o anedotário, a mordacidade intencional dos dissidentes, dos críticos, dos resistentes, dos heréticos, que se opõem a qualquer cartilha ortodoxa, escrita “per omnia saecula saeculorum”, é considerado um perigo, pelos dogmáticos, pelos conservadores, pelas instituições envelhecidas. Há muitos séculos, como hoje. Por isso, se as Faculdades de Motricidade Humana, ou de Desporto, querem contribuir ao progresso do desporto em geral e do futebol em particular, têm de saber estremar o trigo do joio: o joio dos que dizem hoje, “ipsis verbis”, o que já aprenderam, há muito tempo, numa palavra só: os “sebenteiros”; o trigo dos que, humildemente, fazem suas as palavras de Sócrates: “só sei que nada sei”. O futebol precisa dos cursos superiores de Desporto, desde que deles ressalte um saber onde a maior saliência do magistério dos professores seja a insatisfação e a dos alunos a criação de um território, arvorado em independente, aberto aos heréticos a quem se fecham todos os lugares. José Maria Pedroto, o treinador de futebol que anunciou o F.C.Porto vitorioso da década de 80, disse-me um dia, após ler um texto de que sou autor e onde procurei acentuar que nada sabe de futebol quem só sabe de futebol: “Não queira saber o que essa gente é. Não têm uma conversa em condições. E depois querem ser treinadores de futebol”. 

Porfiando na pesquisa, na insatisfação, na qualidade que sempre se procura, é bem possível que da universidade possa nascer um futebol novo. E qual a novidade científica que a universidade pode apresentar ao futebol (de Portugal e não só)? O futebol é um dos aspectos da motricidade humana e, como tal, é no âmbito das ciências sociais e humanas que deverá procurar-se o seu paradigma e a sua metodologia. Quem ainda não entendeu isto, duvido que possa transformar-se num grande treinador de futebol. Que bom que seria que o futebol fosse só técnica ou tática ou condição física! Se assim fosse, todos poderíamos ser treinadores de futebol. Mas não é..

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