Cevnauta dos estudos sobre a atividade física & idosos. Acredito que com a pesquisa do Dr. André Bachi nossa argumentação viu ficar ainda mais consistente. Quem consegue o estudo original para publicarmos na biblioteca do CEV? Laercio  

Exercícios aumentam em até três vezes eficiência da vacina antigripe em idosos Estudo mostra que sedentarismo pode tornar ainda mais baixa a eficácia da dose na terceira idade

28 de maio de 2013 | 23h 51 Giovana Girardi - O Estado de S. Paulo  

Um dos principais alvos da campanha de vacinação antigripe, os idosos podem não estar se beneficiando tão bem da proteção quanto se poderia imaginar. A boa notícia é que com uma dose de atividade física regular, a produção de anticorpos pode ser de duas a três vezes maior do que naqueles que não se exercitam. É o que mostra um estudo que comparou o efeito da vacina em idosos sedentários e ativos.  

O imunologista André Bachi, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em sua pesquisa de pós-doutorado, partiu do fato de que, enquanto em pessoas jovens ou adultas a eficiência da vacina é de 90%, em idosos, fica em torno de 50%. O pesquisador queria descobrir se era possível fazer algo para mudar esse cenário. Ele investigou ao longo de 2 anos 110 voluntários, de ambos os sexos, divididos em três grupos: um de idosos que já se exercitavam regularmente havia alguns anos, um que estava começando a fazer atividades físicas e um terceiro, de idosos, para controle.  

A ideia era aplicar a vacina e observar a resposta do sistema imunológico. Amostras de sangue foram coletadas antes e 30 dias após a vacinação de todos. Num primeiro momento, o grupo mais ativo teve o melhor desempenho, chegando a apresentar uma quantidade de anticorpos 200% maior que nos demais. O segundo grupo, porém, não tardou a mostrar uma melhora. Quatro meses depois de iniciados os exercícios aeróbicos e localizados, por pelo menos uma hora, três vezes por semana, a produção de anticorpos já era 50% maior. Um ano depois, já se assemelhava a dos idosos mais ativos.  

“É natural do processo de envelhecimento uma diminuição da resposta do sistema imunológico”, explica o pesquisador. É por isso que tem idosos que, apesar de tomar a vacina, ainda de vez em quando pegam a gripe. O que não significa que não vale a pena tomar a vacina.  

“Ela continua sendo importante porque é uma estratégia para reestimular o sistema imune, mantê-lo funcionando. Mas não é em todo mundo que isso vai dar certo. Em média para a população, a cada cem idosos, metade estará protegida”, diz.

 Sem gripe nem dores. Daí a importância da atividade física, aponta o trabalho. Durante a pesquisa não foi alterado nenhum outro hábito dos voluntários, como alimentação ou rotina diária, a única variável foi a introdução de exercícios naqueles que não faziam.  

Foi o caso de Anadira de Freitas Nomi, de 66 anos, que começou a fazer academia na época da pesquisa e continua até hoje, se exercitando cinco dias por semana. Ela lembra que sempre tomava a vacina, mas virava e mexia ficava gripada ou resfriada, fora as dores no corpo causadas por uma artrite reumatoide. “Não pego mais nem resfriado. Fez muita diferença. Tudo melhorou. Antes eu nem conseguia escovar o cabelo, de tanta dor no ombro”, conta.

  Ela e os outros voluntários que participaram da pesquisa fazem aulas no Clube Escola Ibirapuera, ligado a prefeitura. Os mais antigos do grupo já viraram atletas, como Rena Yamaguchi, de 71 anos, que participou dos Jogos Regionais de Idosos e mostra orgulhosa uma foto em que estão todos fazendo uma pirâmide humana. “Gripe nunca mais!”

  Bachi frisa, porém, que não é preciso ser mega atleta para conseguir melhorar o efeito da vacina. “Também não é caso de só fazer uma caminhadinha leve. Tem de ser de intensidade moderada e tem de ser regular, pelo menos três vezes por semana”, afirma. “Mas o mais bacana que vimos é que só um anos depois o ganho já é visível. Ou seja, quem começar agora, já vai se beneficiar melhor da campanha de vacinação do ano que vem.”

Fonte (com fotos e links): http://www.estadao.com.br/noticias/vida,exercicios-aumentam-em-ate-tres-vezes-eficiencia-da-vacina-antigripe-em-idosos,1036608,0.htm

Comentários

Por Rogério Gullino
em 31 de Maio de 2013 às 21:03.

Caro Laércio,

 

Tal pesquisa ainda permanece em estágio de puplicação:

 

Influência da atividade física na resposta imune sistêmica e da mucosa das vias aéreas superiores de idosos submetidos a vacinação contra doenças respiratórias
Beneficiário: André Luis Lacerda Bachi
Instituição: Escola Paulista de Medicina (EPM). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
Pesquisador responsável: José Daniel Lopes
Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Imunologia
Linha de fomento: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Processo: 10/50025-1
Vigência: 01 de agosto de 2010 - 31 de julho de 2013
Assunto(s): Atividade física Doenças respiratórias Idosos Vacinação Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Resumo
Durante o processo de envelhecimento ou senescência ocorrem significativas mudanças no indivíduo. Uma das mudanças mais evidenciadas se refere às disfunções do sistema imunológico, denominado de imunosenescência, que quando se desenvolvem deixam o idoso mais susceptível a doenças infecciosas, como, por exemplo, ao vírus influenza. Estas alterações se estendem desde as células-tronco hematopoiéticas e progenitores linfóides até leucócitos maduros em órgão linfóides secundários e mucosas, afetando, assim, tanto o sistema imune inato, como o sistema imune adaptativo. Vacinas constituem uma medida efetiva na prevenção de algumas doenças, tendo como intuito o desenvolvimento de uma proteção imunológica de longo prazo. Porém, tem sido observado que a vacinação na população idosa apresenta uma baixa eficiência. Atualmente intervenções nutricionais, psicológicas e a pratica regular de exercícios tem-se mostrado capaz de minimizar alguns dos efeitos prejudiciais do envelhecimento, desta forma, podendo favorecer uma melhor resposta a vacinação no idoso. Até o momento, a maioria dos estudos apresenta resultados sobre as alterações sistêmicas decorrentes do processo de imunosenescência e qualquer avaliação dos conhecimentos atuais sobre a resposta imune dos idosos mostra-se freqüentemente perfunctórios, não apresentando com exatidão minimamente razoável o que de fato ocorre. Este estudo pretende aprofundar pelo menos um desses aspectos avaliando não só as alterações na resposta imunológica sistêmica como também na mucosa das vias aéreas superiores em idosos praticantes de atividade física após a vacinação. (AU)

 

Por Laercio Elias Pereira
em 1 de Junho de 2013 às 10:06.

Rogério, OBRIGADO! Vamos ficar atentos, então. Quem sabe a gente consegue o contato do Doutorando André Bachi.

Encontrei só o Lattes dele: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=E3122232

Laercio


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