Continuando a discussão a respeito da formação superior no karatê. Um exemplo do real do que está acontecendo por falta da exigência do 3º grau.

 

Aqui, no interior do Estado de SP, as prefeituras têm aberto concursos público para a contratação de instrutor de karatê. O concurso exige formação no ensino médio e habilidade na função. Não há a necessidade de um nível de mínimo de graduação no karatê. O que começa a ficar mais preocupante, porque “qualquer” pessoa pode prestar.

 

A atuação deste instrutor acontecerá nas escolas de primeiro ciclo (6 a 10 anos), como formação esportiva complementar das crianças que permanecem nas escola em periodo integral. Portanto, tem como atribuições (texto retirado do edital):

 

  • Despertar na criança/adolescente a importância da prática de atividade física no cotidiano, especialmente o que se refere a defesa pessoal;

  • Minisrar aula de karatê apresentando os diferentes conteúdos sob a supervisão técnica de um professor devidamente qualificado;

  • Preparar as crianças e adolescentes através de movimentos variados, golpes, ataques e defesa;

  • Programar atividades educativas e recreativas de acordo com o planejamento realizado;

  • Receber às crianças colher a criança em suas necessidades, provendo-lhe por meio de uma visão positiva dos fatos, opções de escolha para resolução de problemas e satisfação de desejos;

  • Despertar na criança a consciência da importância de saber ouvir, falar na hora certa e em tom adequado;

  • Estimular à criança sempre participar; Priorizar sempre a consciência da solidariedade e do trabalho em grupo;

  • Introduzir à criança recém chegada ao programa a rotina e a proposta pedagógica;

  • Respeitar e procurar entender a criança como sujeito de sua história e de sua comunidade;

  • Procurar sempre conhecer a realidade que a criança está inserida, bem como a situação atual em que vive;

  • Respeitar os conhecimentos, habilidades e capacidades do educando no planejamento das ações educativas;

  • Colaborar sempre e em todas as atividades com a equipe de trabalho;

  • Elaborar relatórios das atividades educativas propostas nas oficinas e rodas de reflexão quando necessário;

  • Deixar sempre organizado os ambientes, materiais e todo espaço físico;

  • Responsabilizar-se pela guarda dos materiais e equipamentos que estão sob seus cuidados, em ordem e nos lugares devidos;

  • Organizar previamente o ambiente e o material pedagógico a ser utilizado na oficina;

  • Zelar pelo espaço físico, equipamento e materiais do programa;

  • Comunicar ao departamento às ausências de crianças por longo período;

  • Lidar com conflitos envolvendo as crianças, sempre de acordo com as regras elaboradas no início do ano;

  • Avaliar bem e planejar estratégias de ação sempre que necessário no que se refere as crianças;

  • Registrar em ficha competente as ocorrências diárias envolvendo crianças;

  • Acompanhar e participar com as crianças das atividades externas programadas;

  • Participar de capacitação e reciclagem programadas;

  • Comunicar com antecedência qualquer mudança de horário ou atividade;

  • Executar outras tarefas correlatas determinadas pelo superior imediato.

 

A remuneração, como trata-se de grau de instrução de ensino médio, é de $ 6,10 h/aula.

 

A prova é de língua portuguesa, conhecimento gerais e atuais; e especifico. Sendo que as questões de conhecimento especifico exigia do candidato o conhecimento de quem busca-se no google informações gerais de karatê, pois as questões solicitavam o mínimo do minimo de conhecimento a respeito da modalidade.

 

Pelo menos, antes da classificação final, há uma prova prática no qual o candidato deve apresentar uma aula de 15 minutos e depois mostrar habilidade no esporte.

 

No entanto, deixo aqui algumas questões para reflexão: Esse candidato estará preparado para lidar com tantas atribuições?

A prefeitura como órgão governamental não deveria dar o exemplo e requer a melhor formação dos seus profissionais, já que trata-se de um serviço público? Ou entra na mesmice, já que é de graça qualquer coisa serve?

A remuneração é praticamente um trabalho voluntário. Ao fazer uma comparação com a hora de quem trabalha por um salário mínimo(R$ 510) temos o valor de R$12,75, mais que o dobro do que será pago.

 

Oss!

 

Ps: site do concurso - www.publiconsult.com.br – Concurso Públicos e Processos Seletivos – Encerrados – Mineiros do Tietê – Processo Seletivo 03/2010.

Comentários

Por Marco Machado
em 16 de Fevereiro de 2011 às 11:26.

Oi Tatiana

este debate tem sido feito não só no âmbito do karate, mas também de todas as artes marcias, da dança e mesmo na maioria das modalidades esportivas. Se por um lado a pratica da modalidade não deixa de ser um fator importante a formação acadêmica pode instrumentalizar o profissional para prescrever a acompanhar a atividade para outras pessoas com uma qualidade superior.

Em relação ao edital que você cita, concordo que pode proporcional a aprovação de pessoas que não tem um mínimo de preparo para prescrever e acompanhar crianças e adolescentes, sem contar falta de preparo didatico-pedagógico e que tendem a ser meros reprodutores de aulas que vivenciaram. Acredito que cabe a categoria profissional se manifestar e buscar mecanismos para impedir que algo assim se concretize.

Só uma pequena correção, seu calculo da hora trabalhada não está correto, visto que o salário é mensal e não semanal. De qualquer forma um valor baixo.

abraços

Por Victor Rogerini
em 16 de Fevereiro de 2011 às 14:37.

OSS!

Estou ainda no primeiro semestre de Educação Fìsica, mas fui Karateca por quase 16 anos, tendo iniciado meus treinos aos 5 anos de idade, tendo atingido o 1o DAN da faixa preta. Não galguei mais "dans", porque eu comecei a trabalhar e meu tempo ficou tanto quanto escasso. Concordo que a questão do nível superior é um grande dilema, pois temos pessoas "técnicas em diversas Artes Marciais, tanto no Karate, Kung-fu, Jiu-Jitsu, etc...

O que ocorre com tal cenário, é que no caso desse concurso específico, fica complicado qualificar uma pessoa com conhecimentos básicos de Karate como instrutor, o qual terá um título em um Dojo tradicional de Sensei (aquele que vem antes, ou aquele que nasceu primeiro).

O Karate é uma nobre arte marcial que mexe tanto na parte física, motora, psicológica e auxilia na contrução e formação de um caráter sólido através do Bud (caminho marcial), é que o guerreiro irá alcançar um nível técnico e de "iluminação" moral e espiritual.

Ensinar alunos a dar socos, chutes, defesas, qualquer um faz, até porque esses são movimentos instintivos do ser humano, agora o que eu quero ver, é este profissional ser um verdadeiro SENSEI, passando e ensinando valores morais e éticos através do Karate, sem contar que quem não é sensei, dificilmente conhece o "Dojo Kun

Meu Sensei costumava dizer que o Karatê é "A luta da paz interior que combate a violência".

Sei que em universidade alguma ensina-se o Karatê, até porque não é o objetivo do Ensino Superior em Educação Física, mas o Karatê é algo muito sério a ser trabalhado por um neófito, que dificilmente vai conseguir liderar, ensinar, tolerar, direcionar, isso independentemente dos exercícios e músculos trabalhados.

Pelo contrário, com o caráter dessas crianças ainda em molde, corre-se o risco de formarmos uma verdadeira turma de brigões.

Deveria-se então, PELO MENOS ser requisito que o instrutor fosse faixa MARROM, que dá o statua de monitor, pelo menos na academia em que treinei e que este esteja vinculado não necessariamente a uma federação, mas sim em um Dojo, num estilo.

Sem contar o fato, que no Karatê, existem inúmeros estilos, uns mais voltados para o combate (Kyokushin do Mestre Oyama), o Shotokan, Wado Ryu, Shorin Ryu, Goju Ryu.

Esta é minha humilde opinião baseada em minha vivência

Abraços a todos

Por Joice Silva
em 16 de Fevereiro de 2011 às 18:27.

Caros amigos!!!

OSS

Fico muito feliz em saber que um tema gerou comentários variados e de grande fundamentação.

Realmente, a situação é pior do que eu poderia imaginar, pois, aqui na Bahia, ainda desconheço seleções, concursos para instrutores de karatê.

Digo a vocês que mesmo sendo 1° dan e com 2 anos de graduação, percebo o quanto é dificil lecionar essa Arte Marcial, não entrando nem no mérito das demais.

Fiquei apenas com uma dúvida em relação as proeficiências que esse instrutor de karatê que será selecionado pelo concurso citado tem a cumprir.

Minisrar aula de karatê apresentando os diferentes conteúdos sob a supervisão técnica de um professor devidamente qualificado;

Este é o segundo tópico que me chamou atenção por existir uma resalva quase imperceptível se considerarmos os demais tópicos: trata-se da supervisão de um professor devidamente qualificado. Pelo que percebi o instrutor selecionado será como um estagiário, porém, sabendo que na prática isso não funciona, muitas vezes o supervisor se ausenta por saber da presença do instrutor - estagiário.

Se possível, gostaria de ter mais informação a respeito desse concurso, pois, se o CONFEF existe e quer atuar esta ai uma boa oportunidade para intervir, visto que se haverá um supervisor este deverá estar devidamente registrado e, consequentemente acompanhando as atividades do instrutor.

Aguardo respostas!!

OSS

Por Joice Silva
em 16 de Fevereiro de 2011 às 18:30.

Ops, esqueci de comentar que gostei da colocação do Amigo Victor Rogerini sobre a diversidade de estilos de Karatê.

Proponho que este seja tema do próximo debate.

Tentarei selecionar textos de referências para a discussão!! Se possível recomendem também, afinal a comunidade é nossa!!

OSS

Por Luiz Roberto Nuñes Padilla
em 18 de Fevereiro de 2011 às 23:27.

Prezados.

Há consistentes fundamentos em praticamente todos os comentários e, contudo, ao mesmo tempo, percebo uma falta de visão de conjunto, num momento em que me encontro muito preocupados com os eventos no Direito brasileiro. Sou professor universitário e pesquisador na área de processo há duas décadas, e - na minhavisão, está dominado por uma "cultura" (ou a falta de cultura contemporânea ?...). Eu relatei isso em sala de aula e por escrito.

Crenças infundadas têm dificultado o progresso das artes marciais.

Mais recente foi o Portal Luis Nassif: Você já viu? O último que eu publiquei na semana passada, é: 

http://blogln.ning.com/forum/topics/cultura-da-superficialidade-e

Há uma espécie de "atenção coletiva de décifit"
  que chamamos de ...
      "A cultura da superficialidade".

Obviamente ele não gosta que dirige as artes marciais são generalizados, porque as artes marciais desperta a percepção. É o paradoxo das artes marciais ...

O esporte de alto rendimento, polarizada entre a Copa de Futebol e os Jogos Olímpicos, triparte, com novo enfoque, de atração intensa, os Jogos Marciais - Primeiro SportAccord Combate Jogos, em Pequim, na China, de 24 de agosto a 4 de setembro de 2010: Mais de mil atletas, homens e mulheres que representam o melhor de 13 artes marciais, as equipes escolhidas criteriosamente de suas respectivas Federações Internacionais, tinha participado de competições e demonstrações especiais, em evento marcado para a programação cultural intensa: Aikido (80 atletas), Caixa (80), judô (80), JyuJitsu (96), caratê (80), Kendo (80), Kickboxing (84), Muaythay (88), Sambo (96), o ponto mais alto (96), Taekwondo (64) , Lutas (96) e Wunshu (72).

"Forte é quem é bem sucedido sem lutar,

  mesmo tendo o poder de ser bem-sucedido de combate ... "

"Literatura mundial cadastradas e com credibilidade no meio científico, a prática de modalidades que envolvem artes marciais não é prejudicial a saúde, independente da idade de quem pratica." Doutor Robert C. de Souza

No livro "Samurai, o Lendário Mundo dos Guerreiros", Stephen Turnbill, Doutor em História, graduada pela Universidade de Cambridge, intitles a conclusão de "O Paradoxo da Tranquilidade".

Hélio Riche Bandeira, Arquiteto, tem décadas ensina artes marciais por vocação. Um graduado de professor de educação física e leciona na melhor escola da capital do Rio Grande do Sul, um dos melhores brasileiros, o Colégio Militar de Porto Alegre. É um trabalho de mestrado sobre os benefícios da prática de Artes Marciais na educação. Tem acessá-lo na íntegra no nosso site:

www.padilla.adv.br/desportivo/artesmarciais/
Clique duas vezes a bandeira britânica - Será aberto em Inglês ...

Há duas décadas, a BBC de Londres decidiu produzir conjuntos de documentos sobre os grandes mestres das artes marciais, e ordenou Howard Reid e Michael Croucher, seus principais repórteres. Eles tinham visitado a Índia, China, Japão e Filipinas, descobrindo sobre o Aikido, Bojutsu, Eskrima, Hsing-I, Kalaripayit, Karatê, Kendô, Kung-Fu, Marma Adi, Naguinata-DO, Pará-Kua, Shorinji Kempo, Tai -Chi.

Depois de editar as notícias, que eles descreveram suas experiências sobre a percepção intrigante de que a prática de uma habilidade mortal ajuda para alcançar a iluminação espiritual. A preparação para a luta propicia uma paz interior, uma vez que havia registrado no livro: "O Caminho do Guerreiro, o Paradoxo das Artes Marciais": Os lutadores exímios do mundo, pacifistas, éticos, são disciplinados, calma e dotado de extraordinário grau de percepção. Ele atende conjuntos de documentos da BBC, através
Artes Marciais chanel vídeos:
http://www.youtube.com/view_play_list?p=60BE973916F3ECA1
http://www.youtube.com/view_play_list?p=C5B7128EED135C52
http://www.youtube.com/view_play_list?p=67B57881364B4753

http://www.padilla.adv.br/evoluir/perceber

 

 

 

Perfeita a colocação, e diria mais, porque o Brasil transformou-se na capital do esporte mundial:

Jogos Militares Mundiais, em 2011;

Copa do MUndo de Futebol, em 2014;

Jogos Olímpicos,          em 2016.

 

Projetando visibilidade aos

4 planos de atuação humana nas

6 ondas de desenvolvimento tecnológico e

4 tipos de motivação do esforço.

www.padilla.adv.br/desportivo

www.youtube.com/my_playlists?p=54CADE1688BDA91B

 

Atenciosamente   

Prof. Padilla

Direito Desportivo

Faculdade de Direito UFRGS

Ainda assim, elas constituem mais a segunda modalidade de atividade física praticada no planeta.

As melhores escolhas dependem de informações de qualidade e um esforço consciente-los a entender, o trabalho que consome tempo e energia. No entanto, a cultura da superficialidade espalha falsas relações de causa e efeito:
"Artes Marciais fomentar a violência".
Esta é a mais distante da realidade e, talvez, por isso, Peter Payne, no título da obra, associa artes marciais a mitos e mistérios.

Apesar de se preparar para o combate, as Artes Marciais desenvolver o caráter pacifista: Para aprender a arte de lutar moldes da tranquilidade. A aprendizagem desenvolve o Ki, a capacidade de fluxo de energia, a paz interior, eo poder de cura, como ilustra pag.86, do citado livro "Artes Marciais de mitos e mistérios"


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