Qual a opiniao dos listeiros sobre termos uma ’ferias’ no campeonato brasileiro
no meio do ano???

imagino 2 rodadas pra adequadar calendario (15 dias)
para os clubes poderem ir ao exterior fazer amistosos e participar de torneios.
-logico que respeitando os prazos do Estatuto do Torcedor para implantacao.

M. CASTILHO

       Art. 8o As competições de atletas profissionais de que participem entidades integrantes da organização desportiva do País deverão ser promovidas de acordo com calendário anual de eventos oficiais que:

        I - garanta às entidades de prática desportiva participação em competições durante pelo menos dez meses do ano;

        II - adote, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários.

CAPÍTULO III

DO REGULAMENTO DA COMPETIÇÃO

        Art. 9o É direito do torcedor que o regulamento, as tabelas da competição e o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até sessenta dias antes de seu início, na forma do parágrafo único do art. 5o.

        § 1o Nos dez dias subseqüentes à divulgação de que trata o caput, qualquer interessado poderá manifestar-se sobre o regulamento diretamente ao Ouvidor da Competição.

        § 2o O Ouvidor da Competição elaborará, em setenta e duas horas, relatório contendo as principais propostas e sugestões encaminhadas.

        § 3o Após o exame do relatório, a entidade responsável pela organização da competição decidirá, em quarenta e oito horas, motivadamente, sobre a conveniência da aceitação das propostas e sugestões relatadas.

        § 4o O regulamento definitivo da competição será divulgado, na forma do parágrafo único do art. 5o, quarenta e cinco dias antes de seu início.

        § 5o É vedado proceder alterações no regulamento da competição desde sua divulgação definitiva, salvo nas hipóteses de:

        I - apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE;

        II - após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo.

        § 6o A competição que vier a substituir outra, segundo o novo calendário anual de eventos oficiais apresentado para o ano subseqüente, deverá ter âmbito territorial diverso da competição a ser substituída.

http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2003/L10.671.htm

2009/7/27 Ricardo Ognibene <ricardoognibene@gmail.com>

*SRS. E SRAS.,*
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*SEGUE EM PRIMEIRA MÃO.*
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*UM ABRAÇO.*
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*RICARDO OGNIBENE*
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*O **ATUAL **CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA
GERAÇÃO DE RECEITAS PARA OS CLUBES *

Como o formato atual impede que os clubes de futebol de gerem receitas
compatíveis com o mercado internacional.

RICARDO OGNIBENE e PEDRO ALFONSIN*

          Como sabido há muitos anos, quiçá décadas, o Brasil tem domínio
absoluto de um produto extremamente mal explorado, o futebol. Somos
responsáveis pelos maiores negócios esportivos da história, provemos
profissionais de qualidade aos quatro cantos do mundo, mas nossa gestão
ainda é tão ruim que não conseguimos sequer gerar receitas com nosso próprio
ativo.

Quando mencionamos que a gestão é ruim não estamos privilegiando ninguém, a
gestão dos clubes é ruim, das Federações, Confederações, Sindicatos ,
Associações e quem mais esteja envolvido.

Contudo, nos atendo especificamente à questão das receitas, não podemos
deixar de mencionar a questão do calendário do futebol brasileiro atual,
gerador contínuo de prejuízos, tanto pela realização de longos campeonatos
estaduais, como pela inversão junto ao calendário europeu.

Não há razão lógica para a realização de campeonatos estaduais no Brasil,
principalmente tão longos. Diante do cenário atual, completamente dependente
do chamado “Sport business”, em que a sua existência ou não dependem de uma
chamada “viabilidade financeira”, é inconcebível que os clubes se permitam
perder 4 meses do ano para receber uma Cota de TV ínfima, que não cobre
despesas muitas vezes, simplesmente para ser conveniente à uma federação e
uma TV.

Pra se ter uma idéia, saindo do eixo RJ – SP, um clube *top* paranaense
recebe algo em torno de R$ 500 mil reais em direitos de TV pela campeonato
estadual, dinheiro esse que não cobre sequer despesas com alimentação e
transporte da equipe, causando perdas financeiras substanciais aos clubes
locais.

No cenário global atual, os negócios deveriam perder o sentido quando causam
prejuízo à uma das partes, mas no futebol brasileiro ainda é diferente.

Tal fato acaba se refletindo nas formas mais simples possíveis, por exemplo,
em nosso calendário desportivo.

Pergunta-se: *Alguém tem idéia de quanto os clubes brasileiros perdem
anualmente SOMENTE em função do calendário?*

De fato é um número incalculável, haja vista que não temos idéia de quantos
novos negócios apareceriam anualmente e progressivamente com o tempo, mas
desta vez vamos me ater unicamente a algo de extremo prestígio e costume no
mundo inteiro nessa época, os torneios de pré-temporada.

Praticamente 100% dos clubes da Série A1 do Campeonato Brasileiro receberam
um convite para disputar algum torneio desse cunho ao redor do mundo no ano
de 2009, e o que isso quer dizer?

RECEITA!

Cada torneio desse envolve para os clubes receitas com TV, ingressos,
exposição de imagem, exposição de atletas em período de transferência, sem
contar o lado da internacionalização da marca e marketing a ser explorada.
Ou seja, os clubes perdem isso anualmente em função do calendário obsoleto e
sem sentido do futebol, e pior, não se vê efetiva tentativa de mudança aqui.

Exemplo destes torneios somente em 2009, teve o Internacional/RS.  Convidado
a participar da Peace Cup, na Espanha, onde disputaria com Real Madrid
(estréia de Kaká), Juventus, Werder Bremen, Lyon, Sevilla, Besiktas, Porto,
Aston Villa e, pasmen, LDU, um prêmio de 2 milhões de Euros, com transmissão
ao vivo para toda a Europa e Brasil, via Sportv, em um período de duas
semanas, e teve sua intenção frustrada em função do calendário e da
confederação, que não autorizou a saída do clube no período, assim como fez
com todos os outros.

Mas qual a contrapartida? Qual o motivo da subserviências tão passiva dos
clubes? Não chegou a hora de cada diretoria tomar as rédeas dos seus
negócios e buscar situações mais interessantes para si próprias? Essa
questão do calendário é tão simples de ser resolvida, da onde vem tanta
força contrária à sua regularização?

Situação patética e semelhante se deu exatamente, agora na Copa das
Confederações com a seleção brasileira. Enquanto todos os times do planeta
estavam de férias, o que possibilitava a convocação de qualquer atleta para
uma competição, os maiores clubes brasileiros estavam disputando fases
finais de competições importantíssimas, como Taça Libertadores e Copa do
Brasil, e equipes como São Paulo, Cruzeiro, Corinthians, Inter e Grêmio
acabaram sendo gravemente prejudicadas, mas sabemos que isso certamente é
algo que não importa para ninguém, além do próprio clube.

Se é tão difícil, manter os jogadores fora de série no Brasil, para quem
acompanha futebol, é inadmissível que esse esforço solicitado inclusive pelo
Presidente da república, seja muitas vezes subtraído dos clubes em fases
decisivas.

É de se dizer que a FIFA passa aos clubes e Federações  a programação de
suas até 2014, e que países como Argentina, México ou até mesmo Equador já
adaptaram seus calendários ao da FIFA, não estando o Brasil adaptado nem
mesmo a um bloco “não-europeu”.

Além disto, não há como não mencionar a questão das cotas de TV, que tanto
“aflige” os clubes.

O artigo 42 da Lei 9.615/98 previu há quase 11 anos que os clubes tivessem
direito a negociar seus direitos INDIVIDUALMENTE, formato utilizado com
êxito no mundo todo, por que não o fazemos?

Imagine, você, no domingo, ligando no canal X assistindo sua equipe, o
torcedor da outra equipe assistindo no canal Y a dele, e quiçá, um terceiro
time no canal W, isso é democracia.

Os envolvidos no futebol dizem que estão fazendo as coisas mudarem, mas, *data
máxima vênia*, fazer o básico não é mudança e ser honesto não é virtude, é
essencial.

Brigar pelos interesses dos clubes vai muito além do que pressionar árbitro
e fazer cobranças vazias em programas de TV, a mudança de atitude é muito
maior, INDEPENDÊNCIA é a palavra aqui.

O que precisamos é uma mudança de atitude, e provavelmente o “espírito da
Copa 2014” trará isso. Porém, mais do que isso dependemos da mudança de
atitude dos gestores, que precisam sair de cima do muro. As metas precisam
ser mais bem definidas, e, quando definidas, que de forma objetiva e
concreta para sua realização, pois o tempo para o Brasil acabou.


*RICARDO OGNIBENE* *(ognibene@onesports.com.br ) **é sócio da One Sports
Business, empresa especializada em consultorias na área desportiva, além de
membro dos Institutos Brasileiro (IBDD) e Ibero Americano de Direito
Desportivo (IIDD). *


*PEDRO ALFONSIN* *(pedro@alfonsin.com.br) é advogado, sócio do Ricardo
Alfonsin Advogados, pós-graduado em direito desportivo, presidente da
comissão especial do jovem advogado da OAB/RS e coordenador do Grupo de
Estudos de Direito Desportivo (GEDD).*

Comentários

Por Alvaro Ribeiro
em 16 de Setembro de 2009 às 02:42.

A proposito...

  1. Rey-Eiras, E., Lago-Penas, C., Casais-Martinez, L. & Lago-Ballesteros, J. (2008). Consequences of a congested soccer calendar on team performance (Konsequenzen eines dicht gedrängten Wettkampfkalenders auf die Leistung von Fußballmannschaften). In P. O’Donoghue & A. Hökelmann (Hrsg.), World Congress of Performance Analysis of Sport VIII. (Magdeburg: Otto-von-Guericke-Universität, Department of Sports Science (Hrsg.), 2008.- S. 20-22, S. 621-626).

    There is a considerable variation in the number of matches played per season by clubs in the Spanish Soccer. In addition to the normal league matches, the top teams have to play some games of the UCL on midweek evenings. This study focuses on the question of whether a period with a busy match schedule can lead to fatigue and increase the risk of poor team performance. The results of the empirical analysis showed that playing a UCL match on midweek (UCL match) did not have a statistical significant effect on team performance. Consequently, UEFA Champions League teams did not have an important disadvantage in the domestic league compared with non-UEFA Champions League.These results are in disagreement with the findings of Ekstrand et al. (1983) and Ekstrand et al. (2004). Perhaps this is down to the sample and to the performance indicator selected in the studies.Secondly, the effect of a busy soccer schedule on the results of Champions League debutants is the opposite of that expected. The probability of winning vs losing is higher for Champions League debutants when they play a midweek match than when they play only one game a week. That is, Champions League debutants performed above their normal standard at the weekend when they played a Champions League midweek match. Many coaches maintain that an athlete´s level of preparation is also elevated by participation in competitions. Participation in competitions does assist the athletes to reach a high state of readiness for the next competition. During such competitions, the athletes have the opportunity to test all training factors in the most specific way. Perhaps, during a certain extent a top team can cope with a busy match schedule. Future studies should determine the ideal duration of the competitive phase in professional soccer. As far as the frequency and the number of matches are concerned, the time required for recovery between matches should be considered. A limitation of this study is that only weekend league matches and midweek Champions League games were considered in the analysis. Other midweek games should also be considered. There will be included UEFA Cup games, Spanish Cup games or even midweek international games which will involve most of the players of the top teams. The study also did not consider the midweek activity of the opponents of the Spanish Champions League teams. (Mikrofiche-Nummer: 306215)


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