Nossa gente – todos no mesmo pódio

Leonor Filho

Discordo completamente de quem apregoa que existe “desemprego” no Brasil. Pessoas adoram “mostrar números” na tentativa de esconder a incapacidade de gerir seus ramos de atividades – deveriam subir uma escada, começando sempre pelo primeiro degrau, mas preferem começar no quinto ou oitavo.

Nos anos 40, 50 e até 60, a radiofonia brasileira exigia dois requisitos principais para mandar para o ar uma nova voz: a beleza da voz e o saber falar sem cometer crimes contra a língua portuguesa. Exemplos: Íris Lettiére, Luiz Jatobá, Gisa Franco, Gontijo Teodoro e tantos outros.

Nos dias atuais, esses dois itens exigidos no passado, têm importância insignificante. E, assim, o que se ouve, são vozes quase inaudíveis, assassinatos gramaticais e outros erros que só prejudicam essa profissão, outrora de muito respeito. O que se ouve de impropriedades – independentemente do horário do programa – nos áudios das rádios é uma indecência.

E, foi exatamente no “fazer rádio” com ética, beleza e correção gramatical, que fomos buscar (in memoriam) mais um homenageado na nossa série “Nossa gente – todos no mesmo pódio”, que busca reconhecer o trabalho de pessoas que fizeram São Luís, independentemente da profissão exercida.

Voltamos ao túnel do tempo, e fomos buscar o maranhense de São Luís, Joaquim da Silva Leonor Filho, conhecido na radiofonia como LEONOR FILHO, dono de uma das mais belas e bem colocadas vozes do rádio brasileiro.

Nascido a 10 de março de 1941 em São Luís, Leonor Filho iniciou carreira no rádio maranhense na Rádio Difusora, no distante ano de 1956. Foi mais um a obedecer os ditames exigidos para ingresso nas emissoras e para poder “falar” ao microfone de uma rádio: fazer testes.

Zelosa, a direção da Difusora ainda exigia que o candidato soubesse (ou tivesse noção) de um idioma estrangeiro, além do nosso. Leonor foi aprovado na ocasião, sendo que seus examinadores foram ninguém menos que o lendário Bernardo Coelho Almeida e “Pipira”.

O primeiro programa que apresentou foi o “Musical Difusora”. Em seguida, fez o “Correio do Interior” e o “Mundo em Marcha”, considerado na época como o maior programa de notícias do rádio maranhense.

Pai de Frederico Augustus, Ana Carolina Monroe, Marcos Cavalcante e Tiago Cavalcante, Leonor seria hoje “bisavô”, não tivesse falecido em 12 de outubro de 2009. Homem capacitado para a Comunicação, Leonor Filho enveredou também pelo jornalismo, escrevendo para alguns jornais da capital maranhense onde assinou colunas que abordavam a mídia radiofônica, além de pontificar no ramo da Publicidade.

Leonor Filho era o Produtor e apresentador do programa Fim de Noite, na Rádio Mirante, de onde se afastou para tentar frear o avanço de uma grave enfermidade que acabou levando-o ao óbito. Teve, também, elogiável atuação na televisão maranhense.

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