Cevnautas,

   As considerações do Dr (em Ciência da Informação) Aldo Barreto fazem sentido pra turma do MKT Esportivo? Laercio

[Lexias] Quem parte não troca mais nada
              
A informação é muitas vezes tratada como mercadoria ou bem econômico para tentar facilitar sua inserção no mundo dos negócios e do marketing.

Contudo, em termos econômicos , a informação  é  uma mercadoria torta,  por não possuir os atributos necessários para  esta caracterização considerando seu conteúdo simbólico. Não tem unidade de medida, não é divisível,  é abundante e não escassa, não é homogênea e sobretudo não se transforma em propriedade do consumidor ou de quem a comprou, mesmo quando sua posse é  defendida por cuidadoso aparato legal.

O mercado dos conteúdos de informação é atormentado pela relação preço, custo, valor. A mesma "mercadoria" informação possui diferente valor para diferentes consumidores. Não existe um preço de equilibrio , pois o preço pode estar muito abaixo ou muito acima do valor que, diferentes usuários, lhe atribuem. Frisar de novo que não falamos da base fisica e sim dos conteúdos de informação.

Daí a formulação do conceito de marketing "como a atividade humana dirigida para a satisfação das necessidades e desejos, através dos processos de troca".(KOTLER, Philip) nunca foi bem posicionada para a as atividade de informação.

Mas, liberdades conceituais são privilégio de ficcionistas e poetas que podem até o reelaborar conceitos, sonhar palavras. Mas os especialistas  não devem conviver  com a extravagância conceitual de analogias mal formuladas.

Produtos  de natureza simbólica tem diversas barreiras para incrementar consumo via processos de troca. Neste caso o consumo exige uma competência  em apropriar uma informação. Se  entendido como instrumento de apoio gerencial, a atividade não se trata mais do marketing mas de administração da informação. Esta atividade  nunca ficou a vontade com o fluxo de significado potencialmente significante equilibrando-se em uma linha que separa a mistificação do mal entendido.

Por fim,  Don Tapscott, canadense,  escritor, pesquisador e consultor especializado em estratégia corporativa e transformação organizacional para cultura digital, Web 2.0 e Geração Internet declara o "Fim do Marketing" como instrumento facilitador para o desenvolvimento dos processos de troca para todas as formas de mercadorias.

O fim do marketing *
por Don Tapscott

Citando: "A empresa vende ao consumidor - com a web não é mais assim.

Com a Internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing - produto, praça, preço e promoção - não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet transforma
todas essas atividades.

De produtos para experiências

Os produtos agora são customizados  envolvem serviços e são marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e marketing de produtos.

De preço para descoberta de preço

Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de "preço", à medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar.

De praça para qualquer praça

A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas não devem preocupar-se com a criação de um web site mas sim de uma grande comunidade online e com o capital de relacionamento.

De promoção para comunicação

Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram "mensagens" unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequência têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles que controlam as regras do mercado. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas, eles criam um "opinião pública" online.

Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom."

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/mercado/artigo-o-fim-do-marketing-15022011-3.shl

http://aldobarreto.wordpress.com/

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