Ouvi no rádio rapidamente, e depois  encontrei a nota na Internet.

 

 

 Obesos vão perder benefícios por falta de exercícios, diz jornal

03 de janeiro de 2013 • 08h10 •  atualizado 09h07


Os obesos representam cerca de 24% dos homens e 26% das mulheres na Inglaterra

Os obesos representam cerca de 24% dos homens e 26% das mulheres na Inglaterra
Foto: Getty Images

  Um projeto de lei quer fazer com que o governo monitore pessoas obesas para verificar se estão fazendo exercícios físicos recomendados pelos médicos, afirmou o jornal The Guardian nesta quinta-feira. De acordo com a publicação, caso se recusem a realizar os exercícios, as pessoas devem ter seus benefícios cortados.Segundo o jornal, as propostas vem ao encontro do crescente número nos níveis de obesidade e cortes no orçamento, já que os gastos com saúdes têm crescido no país. Na Inglaterra, cerca de 24% dos homens e 26% das mulheres são obesos, enquanto 65% dos homens e 58% das mulheres têm sobrepeso.  



fonte: http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201301031010_TRR_81886579
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Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 5 de Janeiro de 2013 às 09:35.

À primeira vista parece que o governo britânico quer interferir no que deve ou não fazer os súditos da rainha. Mas a notícia está incompleta. Realmente, o sistema britânico é talvez o mais eficiente do mundo em matéria de saúde. Vejam parte da entrevista do Ministro da Saúde Simon Burns à revista Veja:

"No Reino Unido, quando é preciso tratar alguma doença, estrangeiros, imigrantes ilegais, ricos e pobres buscam o mesmo serviço. Criado há 63 anos, o National Health System (NHS), nome oficial do sistema de saúde britânico, inspirador da criação do Sistema Único de Saúde no Brasil, é um modelo universal, gratuito e, acima de tudo, eficaz. Apesar de bem-sucedido, contudo, o modelo britânico também enfrenta desafios, como a crise financeira mundial e o envelhecimento da população. Segundo o ministro (...) o momento exige adaptação das políticas de saúde às mudanças que ocorrem com a população. Temos um serviço de saúde que sempre esteve envolvido com novos desafios e que nunca deixou de atender às necessidades da população".

Quando dos recentes jogos olímpicos vimos reportagens na TV sobre o assunto. Tomara que os espiões tupiniquins tenham copiado o sistema e repassem para o governo brasileiro aplicá-lo em todo território nacional (ou pelo menos no Rio) em 2016. Enquanto isto, recomenda-se que evitem excessos e pratiquem esportes. Ah... e rezem! Quanto à obesidade, também nós caminhamos no mesmo sentido.

Entrevista completa em http://veja.abril.com.br/noticia/saude/no-reino-unido-um-sistema-de-saude-universal-e-eficaz

Por András Vörös
em 5 de Janeiro de 2013 às 11:05.

Caro Roberto:

o foco principal não é a extensão ou profundidade da nota jornalistica (que em um primeiro momento foi ouvida no rádio), mas sim o que devemos analisar é a dicotomia entre "diretos" e "deveres" do cidadão.

Se um indivíduo, por livre e expontânea vontade toma a decisão de ser obeso (pois ninguém engorda da noite para o dia) , ao ter um estilo de vida que o levará a isso, nada mais justo que o outro cidadão consciente não tenha que pagar por isso.  Os   recursos públicos desviados , que foram obtidos através dos impostos,  devem ser melhor empregados em casos de morbidades que são involuntários como cardiopatias (por má formação), hipertensão, neoplasias, entre outros.

O fumante não pode alegar que não sabe o mal que isto lhe trará , e depois de décadas nós (os não fumantes) temos que pagar pelo tratamento deles !!!

Logo cada um tem o direito de ter um estilo de vida que achar melhor (fumo, alcool, drogas, comida, sexo..) mas tem também o DEVER de se responsabilizar pelas consequências de suas escolhas.

 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 6 de Janeiro de 2013 às 08:51.

András,

Respeito sua opinião sobre o assunto. Entretanto, como postou texto que trata de saúde pública, achei que os seus leitores deveriam saber mais para aquilatar com serenidade uma posição. Parece que as políticas nesta área, muitas delas uma preocupação internacional (OMS), contribuem para instruir e auxiliar pessoas que estão privadas momentaneamente de um saber que pode afetar sua saúde. Podemos denominar isto de prevenção, pois "é melhor prevenir do que remediar".

Além disso, veja o caso recente em São Paulo e no Rio sobre as atitudes dos governantes em relação a usuários de crack. Estariam eles em condições de decidir alguma coisa? Devemos deixá-los morrer à míngua como se fazia antigamente em relação aos leprosos? Considere-se ainda que indivíduos em tais circunstâncias reagem contra a sociedade através de furtos e homicídios.

Relativo aos recursos públicos desviados, obtidos através dos impostos, há de concordar que podem ser aplicados em muitas áreas para a melhoria de vida dos contribuintes, desde que os corruptos e corruptores (veja o mensalão) e toda a área da saúde cumpram os seus "direitos e deveres". Seria lógico supor que o indivíduo que tomou a decisão de ser corrupto(or) ("ninguém fica rico da noite para o dia") não tenha que pagar por isto, muito embora recursos públicos tenham sido desviados?

Finalmente, o Estado tem também obrigações em estabelecer os direitos e deveres dos cidadãos, ao criar jurisprudências que mantenham um "estado de direito" a ser respeitado por todos (as leis). Pelo menos enquanto Estado democrata. Em caso contrário, concordarmos com o genocídio.


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