"Brasil não tem conhecimento para formar atletas de alto nível", diz especialista. (E ele está certo!!)

Para o professor da USP Marcos Neira, não é papel da escola treinar atletas. Na sua opinião, futuro olímpico do país passa pelas federações e confederações.

Matéria na integra:

http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/08/brasil-nao-tem-conhecimento-para-formar-atletas-de-alto-nivel-na-escola-2354.html

[]´s

Erik Ávila

Comentários

Por Adriano Vretaros
em 26 de Agosto de 2016 às 16:44.

Concordo em tese, com os argumentos supramencionados. Não sou o dono da verdade. Todavia, gostaria de elencar alguns fatores que poderiam alavancar o nosso país no quesito formação de base e treinadores aptos a uma grande diversidade de esportes: 1) valorização dos técnicos brasileiros, 2) formação de uma Escola Brasileira de Treinamento Desportivo e 3) implantação de uma Política Nacional Esportiva. 

Um artigo simples que redigi e, comenta essas variáveis, encontra-se no LINK, a saber:  http://adrianovretaros.blogspot.com.br/2016/08/jogos-olimpicos-rio-2016-e-o-futuro.html

Por Roberto Affonso Pimentel
em 26 de Agosto de 2016 às 17:24.

Aldemir, Leandor, professor Marcos G. Neira, este autor da entrevista e vinculado à universidade de São Paulo (usp) e, além disso, coordenador do grupo de pesquisa em educação física escolar.

A verborragia acadêmica contamina quase todos os ambientes no país. Esquecem-se seus autores, que a sociedade não se curva à falta de inteligência e aos lobies a que estão implantados nas universidades, especialmente as públicas. 

Pior de tudo, não se apercebem do mal que produzem e permanecem a dizer coisas que, no final, depõem contra os próprios. Jà foi dito por diversos especialistas, que as faculdades de Educação, ou Pedagogia, não cumprem o seu papel, mas se limitam a salvaguardar seus partícipes de qualquer ameaça ao seu status. Permanecem alheias aos anseios de mudanças na Educação, e "fielmente", cumprem um currículo jurássico, i.e., quando o cumprem. Perguntem a qualquer recém-formado em Ed. Física o que aprenderam de Psicologia Pedagógica em seus cursos!

O sujeito que "decora" e presta um concurso para cátedra, mestrado ou doutorado, não é maior ou mais bem preparado para ensinar, e muito menos para formar professores. Não têm o mínimo exigido de prática que pudesse corresponder a um pequeno ensinamento, até intuitivo, do que seja "aprender a ensinar".

Fiz um curso de Ed. Física na antiga ENEFD (atual UFRJ) e formei-em em 1967. No ano seguinte, um pós graduação em Técnica de Voleibol. De ambos, tenho as piores recordações, uma sensação de perda de tempo, pois foram praticamente nulo o meu aprendizado. Em 1968, prestei concurso para professor de Ed. Fisica da Escola Naval (1º  no Brasil) e tive sucesso, muito embora tenha declinado de tomar posse. Vários professores da ENEFD não conseguiram sucesso, apesar de anos de cátedra. E por quê?

Em suma: a universidade deveria servir à sociedade, mas só tem olhos para o próprio umbigo. Despejam no mercado milhares de jovens mal formados todos os anos, e ainda convencidos de que realizaram um bom trabalho, acham-se no direito de formular diretrizes comportamentais. Tenho certeza de que nenhum deles sobreviveria no mercado de trabalho caso se desligassem de seus postos. Como sempre disse, salvo algumas exceções. a maioria está ali porque não conseguiriam nada na vida. E daí o lobi que construíram com eficiência secular para se proteger até a aposentadoria .

Sempre que me reportei às universidades e às escolas - públicas e privadas - fui peremptoriamente rejeitado ou blindado. Não me permitiram siquer dez minutos de prosa a respeito do ensino universitário em Psicolodia pedagógica. Quando toquei em "teoria mielínica" (neurologia), parece que falava grego. O que dizer de pedagogos em pleno séc. XXI! 

Vejam minhas propostas que venho vinculando aqui no CEV e no blogue Procrie - www.procrie,com br - a respeito do uso da Psicologia pedagógica para atividades físicas em escolas. Mais ainda, acrecento outras novas disciplinas - design thinking, neurologia, música, TICs - muito atuais e essenciais. 

Estarei enviando o projeto para as Universidades de Harvard e Stanford (EUA), para o Vaticano, para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e Comité Olímpico Internacional (COI). Afora, as diversas Fundações e Instituições brasileiras que se reportam à Educação. 

Será que a usp se interessaria? Eo seu grupo de pesquisas em educação física escolar?

Peço desculpas aos Cevnautas pelo desabafo"

Por Aldemir José Ferreira Teles
em 26 de Agosto de 2016 às 10:53.

A análise é interessante, mas conservadora, porque repete a visão crítico-superadora da educação física no Brasil, que perdura por mais de 30 anos, e está longe de se concretizar, de oferecer a resposta para a crise dessa disciplina desde que tomou conta da academia nos finais dos anos 1980. É um grande equívoco, ou tendenciosa a afirmativa que "A educação física brasileira na escola já foi exclusivamente esportiva e não alcançou o desempenho que tivemos agora." Que desempenho? O total de medalhas obtidos pelo país em 2016 não pode ser considerada do ponto de vista absoluto. É preciso relativiza-la. Uma análise mais profunda poderemos dizer que o desempenho é vegetativo. Se houver interesse real em conhecer o potencial brasileiro quanto a desempenho em olimpíada, consulte o documento do IPEA (2008). A escola não é, com certeza, o local adequado para formar atletas de alto rendimento; nem mesmo o local para "descobrir talentos", mas não há como negar que a escola é o local onde deveria ser universalizada a cultura esportiva, com todos os benefícios que podem ser auferidos para formação do aluno e da sociedade como um todo. Mas, da mesma forma que não temos conhecimento para formar atletas de alto nível, também não o temos para formar escolares para uma cultura esportiva.

Por Leandro Campos Lemes
em 26 de Agosto de 2016 às 12:49.

Boa tarde.

Concordo com as palavras do Sr. Aldemir. o que devemos fazer é através das aulas de educação física apresentar diferentes esportes olímpicos e paralímpicos e dar oportunidade e estrutura para que as escolas criem equipes em horários extracurriculares e através dessas equipes federações e confederações apresentarem um plano para que os atelntos apresentados tenham espaço e local para um melhor desenvolvimento.

Devem parar com esse pensamento pequeno que algumas universidades úblicas apresentam em relação a educação física, digo isso após a participação em um seminário onde ouvi propostas absurdas e quando confrontadas não eram respondidas.

Paremos com as mesmas desculpas de sempre, desculpas de 30 anos atrás sem nenhuma proposta concreta e sim querendo fazer uma desconstrução do papel da educação física. 

Por Aldemir José Ferreira Teles
em 26 de Agosto de 2016 às 15:33.

Boa tarde Leandro,

Isso mesmo, a educação e, em particular a educação física no Brasil anda na contramão das sociedades desenvolvidas. Pelo menos três documentos internacionais publicados recentemente, quando sugerida a leitura para alguns colegas, eles dão de ombro ou fazem olha de paisagem. Como exemplo temos a nova Carta Internacional para a Educação Física, Esporte e Atividade Fïsica, publicada em 2015, a qual o Brasil é signatário; e Educação Física de Qualidade; ambos os documentos foram publicados pela UNESCO. Mais recentemente, no mês de julho passado, foi publicado o Consenso de Copenhague, um estudo que reuniu especialistas de toda Europa. Portanto, não é por falta de evidências que a EF e o conteúdo esporte não são valorizados nas nossas escolas.

 

Por Leandro Campos Lemes
em 26 de Agosto de 2016 às 16:14.

Boa tarde Profº Aldemir.

Concordo plenamente. A Educação, a Educação Física e o país querem andar na contramão do desenvolvimento. Fica mais fácil dar de costas para esses documentos fantásticos da Unesco e o Consenso de Copenhangue do que assumir que a proposta atual é chata e fora de contesto para os alunos. Bem trabalhado podemos colher grandes frutos, tanto na formação de futuros atletas como na de futuros cidadãos educados pelo esporte.

O que me preocupa muito é que muitos com pensamentos antigos são formadores de futuros professores.

Att.

Por Erik ávila
em 26 de Agosto de 2016 às 18:03.

Prezados amigos,

O intuito do texto e da entrevista do nobre professor foi justamente esse, de fomentar o debate.

Creio que cada fala (escrita) apresentada demonstra um pouco de razão em cada uma delas.

Passados os Jogos Olímpicos Rio 2016, creio ser esse o momento de nos unir e juntar os pedaços, estejam eles onde estiverem. Não vejo necessidade de dizer que este ou aquele está certo, ou errado. Apontar culpados sempre foi (e sempre será!) o mal do brasileiro.

Colher as informações e compilá-las faz-se necessário para definirmos os papeis e arregaçarmos as mangas para botarmos as melhores práticas em ação.

Vejam, o texto do Prof. Marcos não está de todo errado. Consultem, apenas 4,5% das escolas tem estrutura completa, se levarmos em conta os aspectos esportivos, essa porcentagem cai ainda mais... como, dentro da escola formaremos bons técnicos?? Devemos sim, dar a base lúdica, lazer e de esportes as nossas crianças, ai sim, a colheita começaria.

O que consigo verificar é que falta uma "escola de treinadores", daí sim o papel das Federações e Confederações, em parceria com os Clubes seriam importantes. Nada impede que esse técnico seja o professor da escola onde tudo começa, devendo ter, pelo menos, oportunidade.

O Comitê Olímpico do Brasil, através do seu Instituto Oímpico Brasileiros, começou algo nesse sentido, mas muito tardiamente, MUITO.. e creio eu, não haverá continuidade, deixando novamente aberta essa lacuna. Muito se falou, ainda se fala, e muito se falará a respeito das medalhas, mas não se abre o debate para como isso será perpetuado.

Estamos assistindo diariamente atletas participantes dos JJOO Rio 2016 pedindo baixa (usando o jargão das Forças Armadas!), e a continuidade?? De onde vem?? Para onde vai?? QUEM vai levar a cabo essa continuidade?? Os recursos estarão minguando a partir de agora e grande parte dos técnicos de sucesso são estrangeiros. A quem devemos cobrar?? A escola?? Lembrem-se, falamos no texto do Prof. da USP de TÉCNICOS e não de atletas.

Vamos continuar o debate, adorei ver tantos depoimentos!! Obrigado a todos.

[]´s Erik Ávila


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