Resumo

Atualmente uma das maiores preocupações na área esportiva é identificar, selecionar, descobrir e revelar talentos no futebol. Como motivos principais verificam-se a busca por recursos diretos ou indiretos para jogadores, clubes, meios de comunicação, marcas esportivas e seus patrocinadores. Contudo, grandes salários são uma exceção e não uma regra, pois a maioria dos jogadores profissionais no Brasil recebe 1 salário mínimo por mês. Sabe-se também que nos clubes profissionais, diariamente, chegam vários jogadores para tentar ser um jogador de futebol profissional, entretanto, a maioria dos clubes – quase que a totalidade – não apresenta um aspecto metodológico, sistemático e analítico para selecionar os jogadores promissores. Os processos seletivos (“peneiras” ou “peneirões”) desenvolvidos pelos observadores técnicos (“olheiros”) resumem-se na observação do desempenho esportivo de um grande grupo de jogadores em um período de tempo de alguns minutos dado a cada jogador. Neste período o comportamento alvo é a habilidade com a bola. Caso sejam identificados jogadores promissores nessa seleção, estes são encaminhados ao clube para uma nova observação, a qual será conduzida pelo técnico responsável pela categoria de base em questão. Entende-se por categorias de base, as categorias amadoras (não profissionais), que deverão servir de “base” para a formação do plantel (elenco) dos clubes profissionais. E que são: sub-13 (abaixo de 13 anos), sub-15 (abaixo de 15 anos), sub- 17 (abaixo de 17 anos) e sub-20 (abaixo de 20 anos). A ausência de critérios comuns e indicadores de desempenho entre estes profissionais podem obstaculizar a avaliação de jogadores promissores, bem como ser uma atividade onerosa para o clube. Esse estudo propõe identificar, caracterizar e categorizar os critérios e os métodos de avaliação comportamentais, utilizados por técnicos das categorias de base do Rio Grande do Norte (RN) para avaliar o desempenho esportivo de jovens futebolistas, com a finalidade de comparar os critérios de avaliação do desempenho esportivo de jovens futebolistas, utilizados por técnicos com diferentes tempo de experiência na função. A proposta teve 2 estudos piloto, no primeiro (junho e julho de 2007) foram entrevistados 29 técnicos, sendo 17 da categoria sub-13 e 12 da categoria sub-17. Os dados foram tabulados e organizados em planilhas com vistas à descrição, sendo elaborado um conjunto de descritores do comportamento. E no segundo (maio e junho de 2008), com as reformulações realizadas com base nas observações, análises e descritores encontrados no primeiro, foram entrevistados 14 técnicos da categoria sub-15. Após os resultados encontrados nos pilotos, pôdese delinear o estudo em questão, que contou com 46 técnicos de categorias de base do RN. E a partir dos resultados encontrados demonstram que a característica de maior importância, segundo os entrevistados foi o comportamento; a 2ª característica considerada mais importante foi a motivação; a 3ª foi a habilidade; a 4ª foi a condição física e a última foi a afiliação. E ao analisar os resultados em relação aos métodos de avaliação de desempenho esportivo utilizados pelos técnicos, notou-se claramente que a maioria utiliza apenas a observação para selecionar jovens futebolistas. Portanto, nota-se que precisa haver uma sistematização na seleção desses futebolistas, uma vez que há complexidade na verificação de aspectos e características envolvidas, para que se possa evitar avaliações e seleções equivocadas e resultados pouco significativos.

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