Resumo

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, estudos conduzidos na área do futebol têm mostrado associações entre o nível maturacional, o desempenho em testes físicos e o desempenho de corrida de jovens jogadores. Entretanto, poucas são as pesquisas realizadas com jovens que se encontram em idade próxima ao pico de velocidade de crescimento e com informações oriundas de GPS em situação de jogos reduzidos. OBJETIVO: Verificar a correlação existente entre maturação somática, desempenho em testes físicos e o desempenho de corrida em situações de jogos reduzidos em jovens jogadores de futebol. MÉTODO: Participaram do estudo 20 jogadores de futebol da categoria Sub-12 de um clube que disputa competições a nível regional e estadual no Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada em duas etapas distintas, com intervalo de 7 dias. Na primeira etapa, foram realizadas avaliações antropométricas para se verificar o pico de velocidade de crescimento (estatura, altura sentado, comprimento de membro inferior e massa corporal), salto contramovimento, testes de velocidade de 5, 10 e 20 metros e ziguezague. Na segunda etapa, os jogadores participaram de um jogo reduzido (5vs5+goleiros, com duração de 2 tempos de 5 minutos com 1 minuto de intervalo; dimensões do campo 50x32 m) com regras idênticas ao jogo formal, exceto a do impedimento. Em seguida, foi realizado o teste do Yo-Yo IR1. No jogo reduzido, os jogadores utilizaram dispositivos de GPS (Playertek, Catapult Innovations, Austrália - frequência de aquisição de 10 hz) acoplados ao tórax a fim de mensurar o desempenho de corrida. Foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade dos dados e, posteriormente, o teste de correlação de Pearson e Spearman para os dados normais e não normais, respectivamente. RESULTADOS: Não foram encontradas correlações significativas entre maturação somática e as métricas analisadas no jogo reduzido via GPS. Quando verificado com o desempenho físico em testes de campo, se observou correlação de moderada intensidade entre maturação e o tempo do teste de velocidade de 20 metros (r=-0,526; p=0,017). Por fim, observou-se correlação de intensidade forte entre a velocidade máxima atingida no jogo reduzido e o tempo nos testes de velocidade de 5 metros (r=-0,770; p<0,001), 10 metros (r=-0,752; p<0,001) e 20 metros (rho=-0,781; p<0,001). CONCLUSÃO: Nossos dados apontam relações entre a velocidade máxima atingida em situação de jogo reduzido com o desempenho nos testes de velocidade, porém sem associações da maturação com as métricas observadas por meio do GPS. Estes dados preliminares podem trazer questionamentos sobre a forma que a maturação pode influenciar o desempenho de corrida em situações específicas de jogo. Através deste trabalho, conclui-se que existe correlação entre a velocidade máxima atingida no jogo reduzido com o desempenho nos testes de velocidade em jovens jogadores da categoria sub-12. 

Acessar