O ex-chefe da Federação Espanhola de Esportes Paralímpicos, Fernando Martín Vicente, foi multado em 5,4 mil euros (cerca de R$ 16 mil) pelo caso dos "falsos atletas deficientes", denunciado em 2000 e até hoje considerado um dos maiores escândalos da história do esporte. Os outros 18 acusados de participar da farsa, que levou à cassação do ouro do time de basquete do país nos Jogos Paralímpicos de Sydney, foram absolvidos. As informações são do jornal El País.

Na ocasião, a equipe paralímpica espanhola conquistou o ouro no basquete masculino de forma avassaldora. Com ao menos 15 pontos de diferença em todos os jogos, voltaram para o país como heróis. 

Meses depois, em novembro de 2000, o escândalo veio à tona quando Carlos Ribagorda, jornalista e membro do time, afirmou, em matéria da revista Capital, que ele e outros atletas da delegação não tinham nenhuma deficiência, mas participaram da trama em um projeto da federação para "obter grandes resultados e ganhar melhores patrocínios".

Segundo Ribagorda, além da equipe de basquete, representantes espanhóis em esportes como tênis de mesa e natação também teriam competido irregularmente.

O único caso comprovado, no entanto, foi o do time de basquete, que fraudou exames de dez dos doze jogadores da delegação. Na volta ao país, já sob denúncias de alguns jornalistas, os atletas foram orientados a "cultivar barbas" e usar bonés para não levantar suspeitas".

O dirigente máximo da federação, que reconheceu a trapaça e pediu desculpas abertamente em uma carta, foi condenado por falsificação e fraude. A promotoria pediu dois anos de prisão, porém, como o processo começou há 13 anos e só fui concluído neste mês, a Defesa conseguiu livrá-lo da sentença por "atraso injustificado da Corte".

Martín Vicente foi o único condenado individualmente, mas a Federação também será obrigada a devolver 142 mil euros (cerca de R$ 421 mil) ao governo por subsídios obtidos na época com atletas não-deficientes. Depois do escândalo, o basquete para deficientes intelectuais foi excluído do programa paralímpico.

 

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 15 de Outubro de 2013 às 07:26.

O que as pessoas fazem por subsídios, reconhecimento e algumas medalhas.

Agora me diz uma coisa: que graça tem vencer jogos de basquete paraolímpico sem ter nenhuma deficiência?

O que me preocupa é que se não houvesse a denúncia do jornalista, as coisas ficariam as escuras. Todo mundo quietinho para não dar vexame.


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