Cevnautas, sei que esse negócio de fazer EF pra ir bem nas outras unidades de aprendizagem (na época era matéria) ficou no século passado, mas um artigo de revisão é sempre útil. Colei a notícia do G1 e, em seguida o artigo da revista científica. Quem se habilita a adotar a tradução pra gente publicar na biblioteca do CEV? Laercio

Prática de atividade física na infância melhora aprendizado
Estudo mostra que exercícios ajudam a ter bom rendimento em matemática e leitura

Publicado: 4/01/12 - 13h12

RIO - As crianças que praticam atividades físicas, na hora do recreio, nas aulas de educação física ou no caminho para casa, apresentam um melhor rendimento na escola. É o que indica uma revisão de estudos publicada na revista cientítica Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Os dados são publicados num momento em que as escolas americanas, em geral, cortam o tempo dedicado à atividade física para investir em mais horas de preparação para os exames, provas.

Amika Singh, que trabalhou na investigação, afirma que os dados mostram que os colégios deveriam priorizar tanto o estudo quanto o exercício físico, e que as famílias dos alunos deveriam ter a mesma atitude em casa.

- Poderia ser um descanso ativo, como se levantar a cada meia hora na classe e fazer algo - disse Amika, do Centro Médico da Universidade de Amsterdã. - Também poderia ser ir para a escola de bicicleta, ou qualquer outra atividade física. Não estou me referindo apenas às aulas de educação física.

Ela e sua equipe analisaram 14 estudos nos quais os autores comparam a atividade física da criança com as suas notas nas disciplinas de matemática, língua, cultura geral e exercícios de memória. A investigação incluiu dois tipos de avaliações.

Dez foram estudos de observação, nos quais os autores perguntaram a pais, professores e estudantes o seu nível de atividade. Depois os alunos foram acompanhados durante alguns meses ou anos para avaliação de seus resultados acadêmicos

Nos outros quatro estudos, um grupo de crianças teve mais tempo em aulas de educação física e de outras atividades físicas. E suas notas foram comparadas com as de um grupo que não recebeu essa atividade física extra.

Quando os pesquisadores perguntaram aos estudantes quanto tempo se dedicavam a fazer exercícios, constataram que os grupos com o maior índice de atividade física apresentaram melhor rendimento escolar. Alunos com um adicional de 90 minutos de exercícios na semana tiveram melhores resultados em testes de ortografía, leitura e matemática, além de terem ganhado menos peso durante os três anos seguintes.

Uma hipótese para explicar o benefício da prática de atividade física no rendimento escolar é que as crianças e adolescentes se comportar melhor, se concentram mais na hora dos exercícios, ou a atividade física melhora o fluxo de sangue para o cérebro e aumenta a disposição.

Pesquisas recentes indicam que muitas crianças americanas não têm a quantidade ou horas de educação física e de recreio recomendadas, segundo a Associação Americana do Coração, que indica duas horas e meia de educação física por semana e 20 minutos de recreio por dia.

Physical Activity and Performance at School A Systematic Review of the Literature Including a Methodological Quality Assessment

Amika Singh, PhD; Léonie Uijtdewilligen, MSc; Jos W. R. Twisk, PhD; Willem van Mechelen, PhD, MD; Mai J. M. Chinapaw, PhD

Arch Pediatr Adolesc Med. 2012;166(1):49-55. doi:10.1001/archpediatrics.2011.716

Objective  To describe the prospective relationship between physical activity and academic performance.

Data Sources  Prospective studies were identified from searches in PubMed, PsycINFO, Cochrane Central, and Sportdiscus from 1990 through 2010.

Study Selection  We screened the titles and abstracts for eligibility, rated the methodological quality of the studies, and extracted data.

Main Exposure  Studies had to report at least 1 physical activity or physical fitness measurement during childhood or adolescence.

Main Outcome Measures
  Studies had to report at least 1 academic performance or cognition measure during childhood or adolescence.

Results  We identified 10 observational and 4 intervention studies. The quality score of the studies ranged from 22% to 75%. Two studies were scored as high quality. Methodological quality scores were particularly low for the reliability and validity of the measurement instruments. Based on the results of the best-evidence synthesis, we found evidence of a significant longitudinal positive relationship between physical activity and academic performance.

Conclusions
  Participation in physical activity is positively related to academic performance in children. Because we found only 2 high-quality studies, future high-quality studies are needed to confirm our findings. These studies should thoroughly examine the dose-response relationship between physical activity and academic performance as well as explanatory mechanisms for this relationship.

Author Affiliations: Department of Public and Occupational Health, EMGO Institute for Health and Care Research (Drs Singh, van Mechelen, and Chinapaw and Ms Uijtdewilligen), and Department of Clinical Epidemiology and Biostatistics (Dr Twisk), Vrije Universiteit (VU) University Medical Center, and Department of Methodology and Applied Biostatistics, Institute of Health Sciences, VU University (Dr Twisk), Amsterdam, the Netherlands.

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 9 de Fevereiro de 2012 às 07:53.

Certíssimo. Não tem o que comentar.

Mesmo sem nenhum teste, é notório que o praticante de atividades físicas regulares possui melhor concentração, melhor domínio sobre suas ações. Será que isso muda alguma coisa nas escolas brasileiras?

Por Edison Yamazaki
em 9 de Fevereiro de 2012 às 07:54.

Certíssimo. Não tem o que comentar.

Mesmo sem nenhum teste, é notório que o praticante de atividades físicas regulares possui melhor concentração, melhor domínio sobre suas ações. Será que isso muda alguma coisa nas escolas brasileiras?

Por Edison Yamazaki
em 9 de Fevereiro de 2012 às 07:54.

Certíssimo. Não tem o que comentar.

Mesmo sem nenhum teste, é notório que o praticante de atividades físicas regulares possui melhor concentração, melhor domínio sobre suas ações. Será que isso muda alguma coisa nas escolas brasileiras?

Por Jaguaracy Conceição
em 14 de Fevereiro de 2012 às 19:21.

A neurociência tem desvendado o cérebro e mostrado como ele funciona. Nós docentes temos que acessar o que ela tem mostrado para entender como tudo funciona. No livro aumente o poder do seu cérebro John Medina diz a atividade física provoca uma maior irrigação sanguínea no giro dentado que é uma região do hipocampo, o responsável pelas memórias. Essa maior perfusão de sangue provoca o aparecimento de novos capilares, permitindo a nutrição e eliminação do lixo tóxico, chegando a um maior número de células cerebrais. Além disso, a atividade física estimula o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que desenvolve os tecidos saudáveis. É uma proteína que mantém os neurônios jovens e saudáveis permitindo uma maior interconecsão, além de formar novas células no cérebro. Estão no hipocampo as células que são mais sensíveis e que são envolvidas na cognição, dai, uma melhor perfomance estudantil.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 15 de Fevereiro de 2012 às 08:58.

Professores, uma excelente contribuição próxima ao tema está contida no livro de Daniel Coyle, "O código do talento". Imperdível!


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