A Promoção da saúde depende de fatores como alimentação, habitação, renda, emprego, entre outros e, “contribui para superar a visão funcionalista que ignora a influência das forças históricas, econômicas e dos modos de produção de economia capitalista, sobre a saúde das pessoas” (FARIA JUNIOR, 1991, p.14). A caracterização do idoso não se baseia na idade cronológica, e sim na sua capacidade funcional. Viver somente mais tempo não é tão importante, porém viver bem, com capacidade para realizar suas tarefas, mantendo seu poder de decisão e sua autonomia parece ser o objetivo primordial de consenso entre os idosos, e aqueles que direta ou indiretamente estão relacionados ao seu cuidado. (Maria Cristina Parisotto, 2006). O término da carreira esportiva, ou "aposentadoria" do esporte pode trazer danos à saúde quando interrompida de forma abrupta. O ideal, para manutenção da saúde, é reduzir gradativamente a quantidade de exercício e não parar de vez de movimentar-se, uma vez que a prática regular de exercícios físicos traz benefícios à saúde (WEINECK, 1999).

As desigualdades do processo do envelhecimento se devem, basicamente, às condições desiguais de vida e de trabalho (atleta) a que estiveram submetidas as pessoas idosas?

 

Comentários

Por Marina Gurgel Simoes
em 23 de Março de 2012 às 20:21.

Acho que uma boa qualidade de vida ou uma velhice satisfatória se da pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas. Qualquer um pode ter uma boa qualidade de vida na velhice, mesmo sem ter muito dinheiro. Isso parte do querer do individuo ser mais saudavel.

Por Edison Yamazaki
em 25 de Março de 2012 às 20:16.

Nilian,

Vivo no país com o maior contingente de idosos do mundo. A grande maioria ativa e saudável.

A promoção da saúde para os idosos depende de um conjunto de fatores, e acho que a principal delas é a criação de uma cultura onde possamos mostrar que os idosos são parte integrante da sociedade. E como mostramos isso? Criando eventos para que eles participem. Aulas de ginásticas específicas em academias, hidroginástica e musculação. Esportes coletivos adaptados (basquete, vôlei, futsal, futebol, handebol, etc). Caminhadas e montanhismo.

Todas as academias do Japão possuem aulas especiais para quem tem acima de 60 e 70 anos. Mais da metade dos alunos estão nessa faixa etária. Existem muitas empresas que proporcionam caminhadas e montanhismo durante o ano inteiro. No inverno eles aprendem a esquiar. Enfim, foi criado uma cultura para assessorar o idoso e fazê-lo parte integrante da sociedade.

Nos supermercados os produtos que os idosos mais consomem possuem as letras maiores. A mesma coisa com os remédios, jornais e revistas. Os ônibus, trens e metrôs possuem acentos exclusivos.  Os ônibus japoneses possuem um sistema de suspensão que faz com que o veículo fique mais próximo ao solo para facilitar o ingresso do idoso.

A qualidade de vida para um idosos, sendo ele ex-atleta ou não, depende primeiramente de uma visão mais humana sobre toda a sociedade e em esforço particular da empresas e indústrias que podem desenvolver equipamentos e serviços.

Uma pergunta. Será que o Brasil e o brasileiro estão preparados para isso?

Por Roberto Affonso Pimentel
em 26 de Março de 2012 às 06:45.

É bem possível que ainda não estejamos preparados para isso. Contudo, muita coisa está sendo feita, inclusive divulgando o exemplo japonês. Grato por nos ter informado e, certamente chegaremos lá. Enquanto isto, busquemos construir a nossa história. Recomendo a leitura dos temas postados no Blog do Abramante, um dos maiores especialistas brasileiros em lazer.

Sempre que puder esclareça-nos e nos informe, pois estaremos aprendendo com quem sabe. A propósito, "estou velhinho" contando os dias para completar em novembro próximo 73 aninhos.   

Por Karine Marlleny Neves Corrêa
em 26 de Março de 2012 às 15:58.

Ola Nilian

Também concordo com meus colegas acima, a saúde do idoso ex-atleta ou não depende primeiramente como a sociedade ver este idoso. Hoje no Brasil ainda se tem a metalidade de que os idosos não servem para nada, teêm é que ficar em casa tricotando e esperando os netinhos que aos fins de semana vão os visitar, com isso o idoso acaba se deixando levar pela opinião da sociedade se tornando mais hipertenso e diabeticos, virando muitas vezes sedentarios. O governo deveria criar mais politicas públicas valorizando este individuo que tanto ja contribuiu para o país, nós mesmos deveriamos encentivar mais nossos idosos a fazer mais caminhadas, sair da monotomia.

Em ouro preto existem os chamados Cras (Centro de Referência e Assistencia Social ) onde ocorrem varias oficinas para toda a fa,ilia inclusive para o idoso, e isto vem melhorando a auto estima deste idoso que participa fazendo com que saia do sedentarismo, aumenta seu ciclo de convivio com outras pessoas e o mais importante melhora a saude e torna a velhice mais satisfatoria.

isto sim é claro em conjunto com a alimentação tornara a vida do idoso mais igualitaria para todos ex-atletas ou não.

att

Por Edison Yamazaki
em 27 de Março de 2012 às 19:58.

Karine,

O que acontece em Ouro Preto é uma semente para o resto da sociedade. Uma das coisas que mais alegram um idoso é quando ele percebe que pode ser útil a sociedade. Que pode fazer tudo como qualquer jovem. Ampliar a consciência do idoso também é importante porque qualquer sociedade marginaliza "os diferentes".

Aqui no Japão existem programas para inserir o idoso no trabalho mesmo que ele esteja aposentado. Nos hospitais eles servem como guias e informantes, nos parques como guardas/vigilantes, nos centros de lazer como orientadores, nas empresas como vendedores, consultores, etc. Enfim, o governo tem feito um esforço enorme para não "encostar" aqueles que ajudaram a estruturar o país. Dizem por aqui, que a competência e o conhecimento adquirido pela experiência não dá para ser colocado num jovem, a não ser que ele também envelheça.

No terremoto de Fukushima, vários técnicos e engenheiros aposentados que trabalharam no reator atômico, se prontificaram a desligar os equipamentos e a limpar os locais contaminados. Disseram que gostariam de contribuir com a experiência técnica para ajudar o país, e caso sejam contaminados, não viveriam o suficiente para sentirem os efeitos. O governo deu autorização para que esses trabalhadores voltassem ativa. Tudo sem perdas de tempo e burocracia. Mostrou que ao restante do país a importância do idoso no processo de recontrução da região afetada.

Na época em que trabalhei em academias de São Paulo não existiam idosos e nenhum programa específico para eles. Eram academias situadas em áreas nobres como Itaim, Higienópolis, Moema, Vila Olímpia, Alphaville e Morumbi. Será que tudo isso mudou?

Por Edison Yamazaki
em 27 de Março de 2012 às 20:16.

Pimentel,

Aqui no Japão você seria um jovem forte e participativo. Tudo por aqui é construído pensando no idoso, no cadeirante, para aqueles que possuem alguma limitação fisica. Isso é o reconhecimento de um país para com o seu povo. Tem tudo a ver com educação. O respeito ao idoso vem das escolas. Propagandas na TV em horário nobre mostram jovens estudantes ajudando idosos a subir escadas, atravessar as ruas, carregar as compras, respeitar os assentos reservados, etc. Acho que é uma campanha de vários anos.

Roberto, não sei se chegaremos a ver o Brasil investir em campanhas para os idosos, atletas ou não, como diz a Nilian. O que nos resta é a esperança de que alguma coisa caminhe nesse sentido.

Abraços,

Por Roberto Affonso Pimentel
em 28 de Março de 2012 às 06:53.

Edison,

Grato pela força. Entretanto, como ainda me sinto jovem e forte o suficiente para contribuir para a educação dos meus e, quiçá, de muitos brasileirinhos, ponho-me a trbalhar com invejável ardor em minha missão de esclarecimento e informação aos professores mais jovens.

Faço um alerta: aqui no Brasil o respeito - quando há - pelos idosos vem de casa. Se acompanhar o noticiãrio, no mundo ocidental há muito que a violência está implantada nas escolas e vários outros ambientes. Como é difícil ser educado e respeitar o outro, especialmene o idoso!

O que me chama a atenção em seu depoimento é o fato de o governo japonês precisar fazer campanhas de vários anos nesse sentido: "Por quanto tempo devem perdurar essas campanhas? Já não estariam educados o suficiente? Nâo apendem em casa?"

Grato por suas declarações.

 

Por Edison Yamazaki
em 28 de Março de 2012 às 20:02.

Pimentel,

Acho que o respeito ao idoso vem do grau de educação em que estão envolvidos a população de um país. Quanto mais pessoas frequentarem e permanecerem nas escolas, aumentarão as chances do respeito ao cidadão.

As campanhas aqui no Japão aparecem em algumas épocas pontuais como no dia do idoso ou outra data que remeta à reflexão como o dia da maioridade, da primavera, etc. O respeito ao próximo e o desenvolvimento da cidadania começa em casa e se completam nas escolas. Nos transportes públicos existem cartazes referente ao assunto e eventualmente são colocados "out doors" para "falar" sobre o respeito ao próximo.

Essas "propagandas" já estão na praça há muitos anos (talvez uns 30 anos) para que as gerações atuais nunca se esqueçam dos que contribuíram para o crescimento do país. É mais ou menos como uma propaganda da Coca Cola, não deixando ninguém esquecer de que ela existe, e quando estiver com sede que seja a primeira a ser lembrada.  

Mas, mais importante do que a conscientização da população jovem, o que por aqui não é tão difícil, é perceber o investimento do governo e das empresas privadas nos idosos. Os supermercados estão abarrotados de produtos para essa faixa etária. As ruas e calçadas possuem locais apropriados para eles. Os faróis de pedestres mostram e falam o tempo que falta para que os carros voltem a circular. Os jornais com tiragem exclusiva e com letras maiores. Os celulares específicos. As agências de turismo. Ônibus com escadas automáticas e suspeção rebaixadas. Vestuários, e principalmente calçados para os idosos, Caixas eletrônicas com letras grandes e som para facilitar as transações bancárias. Parques com bebedouros ou locais apropriados para descansos. etc. Praticamente todos os ramos da indústria e de serviços possuem algumas coisas específicas para os idosos. Acho que tudo isso tem a ver com a conscientização de que os "velhinhos" são importantes também sob o ponto de vista comercial.

O mais interessante são os carros com motoristas acima de 70 anos que possuem uma espécie de marca para sinalizar aos outros motoristas sobre a questão. Aí não existe aquela coisa de ficar buzinandou ou gritando no trânsito.

Pimentel, tenho certeza de que um dia o Brasil chegará numa patamar igual ou melhor do que o Japão é hoje, mas tenho certeza também de que não será na nossa geração. Mesmo assim, vamos contribuindo com o que podemos.

Um grande abraço,

Por Roberto Affonso Pimentel
em 29 de Março de 2012 às 09:03.

Edison,

Seus relatos foram deveras alvissareiros. Tomara que cheguemos a tal estágio. Nada é impossível, depois do sucesso que conseguimos com campanhas anti-tabagistas.

Obrigado por tantas informações positivas. Um grande abraço. 

Por Luciano Mauricio Figueiredo
em 22 de Abril de 2012 às 20:35.

Caros amigos,o Japão e também outros países como a Coréia do Sul,implantaram sistemas de ensino em que se dá um grande valor à educação e ao respeito aos idosos.Pessoas inteligentes sabem que se aprende muito com a experiência deles que têm muito pra nos ensinar,dá para aprender com seus acertos mas principalmente com seus erros.Devemos acima de tudo respeita-los e amá-los,pois são responsáveis pelo que usufruímos em nossa vida.Nós,como profissionais em educação física temos o dever de dar nossa contribuição para uma aposentadoria mais saudável e com qualidade a essas pessoas. Abraços 


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