Cevnautas do Esporte Escolar,

Alguém tem a cronologia dos JEBs?

E a história dos Jogos Escolares desde os primórdios(ixi!)?

   Laercio

Comentários

Por Luiz Delphino
em 1 de Agosto de 2014 às 17:19.

Laercio, td bem?

 

No site do ministerio do Esporte, o André Arantes publicou essa cronologia, que fiz a cópia:

Histórico

As competições estudantis são uma oportunidade de estímulo ao espírito esportivo, além de difundirem os valores do esporte entre os jovens. São 41 anos de história de incentivo à prática esportiva nas escolas do Brasil. Jogos Estudantis Brasileiros, Jogos Escolares Brasileiros, Campeonatos Escolares Brasileiros, Jogos da Juventude, Olimpíadas Colegial Esperança, Olimpíadas Escolares e os atuais Jogos Escolares da Juventude.

Os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs) foram a primeira competição de cunho escolar de abrangência nacional. Criada em 1969 pela antiga divisão de Educação Física e Desporto do Ministério da Educação e Cultura (DEF/MEC), a edição de estreia foi realizada na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.

Em 1976, esses jogos sofreram a primeira mudança de nome, para que estivessem em consonância com a Lei nº 6.251 de 1975 e com o Decreto 80.228 de 1977, que dividia o esporte estudantil em esporte escolar e esporte universitário. Os jogos então passaram a ser chamados de Jogos Escolares Brasileiros (JEB´s). Numa tentativa de tornar os jogos mais econômicos, em 1978, 1980 e 1982 aconteceram os Campeonatos Brasileiros Escolares, divididos por modalidades e classificatórios para o JEB´s dos anos seguintes.

Entre 1985 e 1989, ocorreram muitas mudanças nos jogos, e uma das principais foi o veto à participação dos atletas escolares federados nesses eventos. Essa atitude levou a uma brusca queda no nível técnico da competição. Por outro lado, esse período marca o início da participação dos atletas com deficiência nos eventos escolares.

Na década de 1990, com o surgimento dos Jogos da Juventude, o Comitê Olímpico Brasileiro passou a participar da organização dos jogos em parceria com o Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (Indesp). Com o advento da Lei Agnelo/Piva (10.264/01), determinando que 10% dos recursos das loterias destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) sejam aplicados no esporte escolar, essas entidades (COB e CPB) passaram a assumir o protagonismo na organização da fase nacional dos jogos escolares.

Com o amadurecimento dos jogos, observou-se que o crescente envolvimento da escola no processo (iniciado com as Olimpíadas Colegial da Esperança em 2000) e a fonte de financiamento de formato sustentável (Lei Agnelo/Piva, 10.264/01), possibilitaram uma maior participação dos atletas escolares nas Olimpíadas Escolares, criadas em 2005, fruto da parceria entre o Ministério do Esporte, Comitê Olímpico e a Rede Globo.

A Olimpíada Escolar passou a ser denominado Jogos Escolares da Juventude. O evento integra atletas escolares da rede pública e privada do país, envolvendo aproximadamente seis mil jovens em duas edições anuais - de 12 a 14 e 15 a 17 anos. Para participar do evento é necessário passar por seletivas municipais e estaduais até chegar à etapa nacional, em que os atletas escolares representam a escola de origem.

Fonte: Arantes, A.A.C. “Jogos escolares brasileiros: Reconstrução histórica” Revista Motricidade , suplemento do VOL 7, 2011. Vila Real

Por Laercio Elias Pereira
em 1 de Agosto de 2014 às 20:37.

Ops, nosso Adm Luiz Delphino,

Boa dica!

Achei um artigo do André Arantes (mais dois cevnautas: Pedro Darmento e Francisco Martins) no 2º Simpósio Internacional de Performance Desportiva/CIDESD, que teve os trabalhos publicados na Revista Motricidade, de Portugal:

Jogos Escolares Brasileiros: Reconstrução Histórica

http://cev.org.br/biblioteca/jogos-escolares-brasileiros-reconstrucao-historica/

Para acessar todos os trabalhos do Simpósio

http://revistas.rcaap.pt/motricidade/issue/view/29

Laercio

Por Roberto Affonso Pimentel
em 3 de Agosto de 2014 às 09:08.

Laércio,

No livro História do Voleibol no Brasil consta no Anexo as influências saudáveis de Mário Filho sobre o esporte para crianças e jovens. A época era 1947 até muitos anos depois. Pode-se dizer que suas ideias estão na gênesis os jogos escolares. Eis alguns trechos que selecionei. Tomara que sirvam para os pesquisadores.

Abraço. 

Iniciativas Precursoras dos Jogos Estudantis

Jogos da Primavera e Jogos Infantis

(...) A partir de 1947, o jornalista Mário Rodrigues Filho, dono do Jornal dos Sports, passou a incentivar os esportes amadores através dos Jogos da Primavera, dos Jogos Infantis (1951) e do Vôlei de Praia, que perduraram com sucesso até a década de 60, quando competiam centenas de atletas, inclusive os melhores do país.

(...) Em maio de 1969 o CNRH-IPEA, órgão do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, deu início a uma tentativa de elaborar um Diagnóstico de Educação Física e Desportos no país. Foi firmado um convênio com a então Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura. “A intenção estava dirigida para o aperfeiçoamento do homem brasileiro em todos os seus aspectos, inclusive de qualidade de vida”. Paralelamente ao diagnóstico, tomou-se uma série de medidas destinadas a aperfeiçoar o setor, inclusive o disciplinamento de investimentos e a obrigatoriedade da prática da Educação Física e Desportiva.

------------------------------

(...) Nesse ano os Jogos da Primavera estavam organizados segundo a categoria dos inscritos em Classe de Clubes e de Principiantes, Vôlei Colegial (Qualquer Classe e Principiantes) e Série de Universidades (Qualquer Classe)

(...) Os jogos de voleibol se desenvolveram entre os dias 2 e 7 de outubro, com jogos diários e classificatórios, tanto para a classe de Clubes (17 participantes) como para a classe de Principiantes (9 participantes). Os jogos eram realizados no horário da tarde em diversas quadras (neutras), sendo que as duas finais se desenvolveram no ginásio do Maracanãzinho num domingo de festas.

-----------------------------

(...) A influência desses Jogos para o desenvolvimento da mulher foi extremamente benéfica, oportuna e decisiva, especialmente num momento em que a porção “machista” não lhes permitia ou dificultava a sua emancipação. A cidade do Rio de Janeiro, que irradiava para todo o País suas conquistas e desenvolvimento,

---------------------------------

Colégios & Clubes

(...) Mantendo a tradição de zelar pelo convívio social e educacional, o Tijuca T. C. tinha nas suas fileiras jovens talentosos em várias áreas, considerando que alguns deles cursavam as melhores universidades do país, além de alunos do Colégio Militar, tradicional escola de ensino do bairro. Na foto, uma das formações da equipe que disputava os torneios da 1ª Divisão mesclada de juvenis.

-------------------------

(...) Mário Filho criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro. Os outros esportes (...) também mereciam de Mário uma cobertura apaixonada”.

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Escolas e Clubes

(...) “Um dos eventos esportivos realizados a partir dos anos 50’s por quase duas décadas na cidade do Rio de Janeiro que contribuíram muito para o desenvolvimento esportivo da mulher foram os Jogos da Primavera. Esses jogos se constituíram numa grande festa social, esportiva e estética, que no ideário do ‘Jornal dos Sports’ se apresentava sem outra marca que não a do congraçamento, do compartilhamento de habilidades, da competição saudável, enfim, do prazer de viver e conviver sem confrontos nem conflitos aparentes. O idealizador desta competição que reunia equipes de escolas e clubes sem nenhum tipo de discriminação era Mário Filho, o homem que, além de ter um jornal, também era apaixonado pelos esportes – seu nome não está no Maracanã por acaso.

--------------------------

Jogos Estudantis

(...) O início da formação dos futuros atletas estava, então, nas escolas, graças também aos Jogos Estudantis, em que a maioria dos educandários de Niterói participava. O leitor poderá acompanhar a trajetória histórica do voleibol no antigo Estado do Rio de Janeiro (conhecido como Estado do Rio) no Anexo II, “Nictheroy, Celeiro de Craques?”

----------------------------

(...) O voleibol começou a ganhar seu espaço a partir da década de 60, alavancado pelo Campeonato Mundial, cujas sedes das finais se realizaram nos ginásios do Caio Martins e do Maracanãzinho. Em Niterói, deu-se uma explosão de campos de fundo de quintal ou terrenos baldios e a realização frequente de jogos estudantis, incluindo a modalidade. E o maior desses quintais forma-se na praia de Icaraí, com a difusão de diversas redes, tornando a prática prazerosa e continuada. Tanto nos terrenos de terra batida, como na praia, quase sempre a prática era realizada com os pés descalços, especialmente pelos rapazes. Na década de 50, eram raros os educandários que possuíam quadras cimentadas.

-----------------------------

Jogos Infantis

Olimpíada infantil também criada em 1951 por Mário Filho e que o Jornal dos Sports realizou por vários anos consecutivos, especialmente a partir dessa década. Numa de suas muitas edições (9.4.65) o JS esclarecia e convidava educandários e agremiações esportivas a se integrarem:

(...) Os JOGOS INFANTIS têm como objetivo precípuo despertar na criança o gosto pela prática esportiva, segundo os ditames do verdadeiro sentido educacional do desporto. Considerando recompensado pela satisfação de estar contribuindo para a grandeza do Brasil através do aprimoramento físico de nossos jovens, o JORNAL DOS SPORTS nada recebe por esta realização, não obstante as proporções de seu vulto. A colaboração eficiente dos poderes públicos, entidades esportivas tem garantido à olimpíada, por outro lado, um êxito crescente.

Os JOGOS INFANTIS são disputados por meninos e meninas de 5 a 15 anos, representantes de estabelecimentos de ensino e agremiações esportivas, não apenas do Rio, mas também de outros Estados do Brasil, havendo, igualmente, uma série internacional. A olimpíada compreende competições de aeromodelismo, arco e flecha, atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, futebol de botões, futebol de salão, ginástica, hipismo, judô, natação, natação sincronizada, patins, saltos ornamentais, tênis de mesa, tiro, vela, volibol e xadrez.

(...) Há ainda os Pequenos Jogos, disputados no Dia das Mães – por serem a elas dedicados – com a participação de meninos e meninas separados em classes de 5 a 7 e 7 a 9 anos, para as provas de patinete, rema-rema, carro de pedal e velocípede.

(...) O ponto alto dos JOGOS INFANTIS é, indubitavelmente, o imponente desfile de abertura do certame, este ano marcado (...) para o Estádio do Vasco da Gama, como festa oficial do IV Centenário da Cidade.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 3 de Agosto de 2014 às 09:08.

Laércio,

No livro História do Voleibol no Brasil consta no Anexo as influências saudáveis de Mário Filho sobre o esporte para crianças e jovens. A época era 1947 até muitos anos depois. Pode-se dizer que suas ideias estão na gênesis os jogos escolares. Eis alguns trechos que selecionei. Tomara que sirvam para os pesquisadores.

Abraço. 

Iniciativas Precursoras dos Jogos Estudantis

Jogos da Primavera e Jogos Infantis

(...) A partir de 1947, o jornalista Mário Rodrigues Filho, dono do Jornal dos Sports, passou a incentivar os esportes amadores através dos Jogos da Primavera, dos Jogos Infantis (1951) e do Vôlei de Praia, que perduraram com sucesso até a década de 60, quando competiam centenas de atletas, inclusive os melhores do país.

(...) Em maio de 1969 o CNRH-IPEA, órgão do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, deu início a uma tentativa de elaborar um Diagnóstico de Educação Física e Desportos no país. Foi firmado um convênio com a então Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura. “A intenção estava dirigida para o aperfeiçoamento do homem brasileiro em todos os seus aspectos, inclusive de qualidade de vida”. Paralelamente ao diagnóstico, tomou-se uma série de medidas destinadas a aperfeiçoar o setor, inclusive o disciplinamento de investimentos e a obrigatoriedade da prática da Educação Física e Desportiva.

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(...) Nesse ano os Jogos da Primavera estavam organizados segundo a categoria dos inscritos em Classe de Clubes e de Principiantes, Vôlei Colegial (Qualquer Classe e Principiantes) e Série de Universidades (Qualquer Classe)

(...) Os jogos de voleibol se desenvolveram entre os dias 2 e 7 de outubro, com jogos diários e classificatórios, tanto para a classe de Clubes (17 participantes) como para a classe de Principiantes (9 participantes). Os jogos eram realizados no horário da tarde em diversas quadras (neutras), sendo que as duas finais se desenvolveram no ginásio do Maracanãzinho num domingo de festas.

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(...) A influência desses Jogos para o desenvolvimento da mulher foi extremamente benéfica, oportuna e decisiva, especialmente num momento em que a porção “machista” não lhes permitia ou dificultava a sua emancipação. A cidade do Rio de Janeiro, que irradiava para todo o País suas conquistas e desenvolvimento,

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Colégios & Clubes

(...) Mantendo a tradição de zelar pelo convívio social e educacional, o Tijuca T. C. tinha nas suas fileiras jovens talentosos em várias áreas, considerando que alguns deles cursavam as melhores universidades do país, além de alunos do Colégio Militar, tradicional escola de ensino do bairro. Na foto, uma das formações da equipe que disputava os torneios da 1ª Divisão mesclada de juvenis.

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(...) Mário Filho criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro. Os outros esportes (...) também mereciam de Mário uma cobertura apaixonada”.

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Escolas e Clubes

(...) “Um dos eventos esportivos realizados a partir dos anos 50’s por quase duas décadas na cidade do Rio de Janeiro que contribuíram muito para o desenvolvimento esportivo da mulher foram os Jogos da Primavera. Esses jogos se constituíram numa grande festa social, esportiva e estética, que no ideário do ‘Jornal dos Sports’ se apresentava sem outra marca que não a do congraçamento, do compartilhamento de habilidades, da competição saudável, enfim, do prazer de viver e conviver sem confrontos nem conflitos aparentes. O idealizador desta competição que reunia equipes de escolas e clubes sem nenhum tipo de discriminação era Mário Filho, o homem que, além de ter um jornal, também era apaixonado pelos esportes – seu nome não está no Maracanã por acaso.

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Jogos Estudantis

(...) O início da formação dos futuros atletas estava, então, nas escolas, graças também aos Jogos Estudantis, em que a maioria dos educandários de Niterói participava. O leitor poderá acompanhar a trajetória histórica do voleibol no antigo Estado do Rio de Janeiro (conhecido como Estado do Rio) no Anexo II, “Nictheroy, Celeiro de Craques?”

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(...) O voleibol começou a ganhar seu espaço a partir da década de 60, alavancado pelo Campeonato Mundial, cujas sedes das finais se realizaram nos ginásios do Caio Martins e do Maracanãzinho. Em Niterói, deu-se uma explosão de campos de fundo de quintal ou terrenos baldios e a realização frequente de jogos estudantis, incluindo a modalidade. E o maior desses quintais forma-se na praia de Icaraí, com a difusão de diversas redes, tornando a prática prazerosa e continuada. Tanto nos terrenos de terra batida, como na praia, quase sempre a prática era realizada com os pés descalços, especialmente pelos rapazes. Na década de 50, eram raros os educandários que possuíam quadras cimentadas.

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Jogos Infantis

Olimpíada infantil também criada em 1951 por Mário Filho e que o Jornal dos Sports realizou por vários anos consecutivos, especialmente a partir dessa década. Numa de suas muitas edições (9.4.65) o JS esclarecia e convidava educandários e agremiações esportivas a se integrarem:

(...) Os JOGOS INFANTIS têm como objetivo precípuo despertar na criança o gosto pela prática esportiva, segundo os ditames do verdadeiro sentido educacional do desporto. Considerando recompensado pela satisfação de estar contribuindo para a grandeza do Brasil através do aprimoramento físico de nossos jovens, o JORNAL DOS SPORTS nada recebe por esta realização, não obstante as proporções de seu vulto. A colaboração eficiente dos poderes públicos, entidades esportivas tem garantido à olimpíada, por outro lado, um êxito crescente.

Os JOGOS INFANTIS são disputados por meninos e meninas de 5 a 15 anos, representantes de estabelecimentos de ensino e agremiações esportivas, não apenas do Rio, mas também de outros Estados do Brasil, havendo, igualmente, uma série internacional. A olimpíada compreende competições de aeromodelismo, arco e flecha, atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, futebol de botões, futebol de salão, ginástica, hipismo, judô, natação, natação sincronizada, patins, saltos ornamentais, tênis de mesa, tiro, vela, volibol e xadrez.

(...) Há ainda os Pequenos Jogos, disputados no Dia das Mães – por serem a elas dedicados – com a participação de meninos e meninas separados em classes de 5 a 7 e 7 a 9 anos, para as provas de patinete, rema-rema, carro de pedal e velocípede.

(...) O ponto alto dos JOGOS INFANTIS é, indubitavelmente, o imponente desfile de abertura do certame, este ano marcado (...) para o Estádio do Vasco da Gama, como festa oficial do IV Centenário da Cidade.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 3 de Agosto de 2014 às 09:08.

Laércio,

No livro História do Voleibol no Brasil consta no Anexo as influências saudáveis de Mário Filho sobre o esporte para crianças e jovens. A época era 1947 até muitos anos depois. Pode-se dizer que suas ideias estão na gênesis os jogos escolares. Eis alguns trechos que selecionei. Tomara que sirvam para os pesquisadores.

Abraço. 

Iniciativas Precursoras dos Jogos Estudantis

Jogos da Primavera e Jogos Infantis

(...) A partir de 1947, o jornalista Mário Rodrigues Filho, dono do Jornal dos Sports, passou a incentivar os esportes amadores através dos Jogos da Primavera, dos Jogos Infantis (1951) e do Vôlei de Praia, que perduraram com sucesso até a década de 60, quando competiam centenas de atletas, inclusive os melhores do país.

(...) Em maio de 1969 o CNRH-IPEA, órgão do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, deu início a uma tentativa de elaborar um Diagnóstico de Educação Física e Desportos no país. Foi firmado um convênio com a então Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura. “A intenção estava dirigida para o aperfeiçoamento do homem brasileiro em todos os seus aspectos, inclusive de qualidade de vida”. Paralelamente ao diagnóstico, tomou-se uma série de medidas destinadas a aperfeiçoar o setor, inclusive o disciplinamento de investimentos e a obrigatoriedade da prática da Educação Física e Desportiva.

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(...) Nesse ano os Jogos da Primavera estavam organizados segundo a categoria dos inscritos em Classe de Clubes e de Principiantes, Vôlei Colegial (Qualquer Classe e Principiantes) e Série de Universidades (Qualquer Classe)

(...) Os jogos de voleibol se desenvolveram entre os dias 2 e 7 de outubro, com jogos diários e classificatórios, tanto para a classe de Clubes (17 participantes) como para a classe de Principiantes (9 participantes). Os jogos eram realizados no horário da tarde em diversas quadras (neutras), sendo que as duas finais se desenvolveram no ginásio do Maracanãzinho num domingo de festas.

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(...) A influência desses Jogos para o desenvolvimento da mulher foi extremamente benéfica, oportuna e decisiva, especialmente num momento em que a porção “machista” não lhes permitia ou dificultava a sua emancipação. A cidade do Rio de Janeiro, que irradiava para todo o País suas conquistas e desenvolvimento,

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Colégios & Clubes

(...) Mantendo a tradição de zelar pelo convívio social e educacional, o Tijuca T. C. tinha nas suas fileiras jovens talentosos em várias áreas, considerando que alguns deles cursavam as melhores universidades do país, além de alunos do Colégio Militar, tradicional escola de ensino do bairro. Na foto, uma das formações da equipe que disputava os torneios da 1ª Divisão mesclada de juvenis.

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(...) Mário Filho criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro. Os outros esportes (...) também mereciam de Mário uma cobertura apaixonada”.

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Escolas e Clubes

(...) “Um dos eventos esportivos realizados a partir dos anos 50’s por quase duas décadas na cidade do Rio de Janeiro que contribuíram muito para o desenvolvimento esportivo da mulher foram os Jogos da Primavera. Esses jogos se constituíram numa grande festa social, esportiva e estética, que no ideário do ‘Jornal dos Sports’ se apresentava sem outra marca que não a do congraçamento, do compartilhamento de habilidades, da competição saudável, enfim, do prazer de viver e conviver sem confrontos nem conflitos aparentes. O idealizador desta competição que reunia equipes de escolas e clubes sem nenhum tipo de discriminação era Mário Filho, o homem que, além de ter um jornal, também era apaixonado pelos esportes – seu nome não está no Maracanã por acaso.

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Jogos Estudantis

(...) O início da formação dos futuros atletas estava, então, nas escolas, graças também aos Jogos Estudantis, em que a maioria dos educandários de Niterói participava. O leitor poderá acompanhar a trajetória histórica do voleibol no antigo Estado do Rio de Janeiro (conhecido como Estado do Rio) no Anexo II, “Nictheroy, Celeiro de Craques?”

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(...) O voleibol começou a ganhar seu espaço a partir da década de 60, alavancado pelo Campeonato Mundial, cujas sedes das finais se realizaram nos ginásios do Caio Martins e do Maracanãzinho. Em Niterói, deu-se uma explosão de campos de fundo de quintal ou terrenos baldios e a realização frequente de jogos estudantis, incluindo a modalidade. E o maior desses quintais forma-se na praia de Icaraí, com a difusão de diversas redes, tornando a prática prazerosa e continuada. Tanto nos terrenos de terra batida, como na praia, quase sempre a prática era realizada com os pés descalços, especialmente pelos rapazes. Na década de 50, eram raros os educandários que possuíam quadras cimentadas.

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Jogos Infantis

Olimpíada infantil também criada em 1951 por Mário Filho e que o Jornal dos Sports realizou por vários anos consecutivos, especialmente a partir dessa década. Numa de suas muitas edições (9.4.65) o JS esclarecia e convidava educandários e agremiações esportivas a se integrarem:

(...) Os JOGOS INFANTIS têm como objetivo precípuo despertar na criança o gosto pela prática esportiva, segundo os ditames do verdadeiro sentido educacional do desporto. Considerando recompensado pela satisfação de estar contribuindo para a grandeza do Brasil através do aprimoramento físico de nossos jovens, o JORNAL DOS SPORTS nada recebe por esta realização, não obstante as proporções de seu vulto. A colaboração eficiente dos poderes públicos, entidades esportivas tem garantido à olimpíada, por outro lado, um êxito crescente.

Os JOGOS INFANTIS são disputados por meninos e meninas de 5 a 15 anos, representantes de estabelecimentos de ensino e agremiações esportivas, não apenas do Rio, mas também de outros Estados do Brasil, havendo, igualmente, uma série internacional. A olimpíada compreende competições de aeromodelismo, arco e flecha, atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, futebol de botões, futebol de salão, ginástica, hipismo, judô, natação, natação sincronizada, patins, saltos ornamentais, tênis de mesa, tiro, vela, volibol e xadrez.

(...) Há ainda os Pequenos Jogos, disputados no Dia das Mães – por serem a elas dedicados – com a participação de meninos e meninas separados em classes de 5 a 7 e 7 a 9 anos, para as provas de patinete, rema-rema, carro de pedal e velocípede.

(...) O ponto alto dos JOGOS INFANTIS é, indubitavelmente, o imponente desfile de abertura do certame, este ano marcado (...) para o Estádio do Vasco da Gama, como festa oficial do IV Centenário da Cidade.


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