Editora CREF6/MG. None None. 128 páginas.

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PREFÁCIO

As mútuas relações entre o enfrentamento de doenças e práticas de exercícios físicos para uma melhor saúde já eram correntes na Antiga Grécia, há mais de dois mil anos. Nesta tradição, destacava-se o paidótribo, protótipo do atual profissional de Educação Física, que na cultura helênica representava o condutor de atividades atléticas e de líder na organização social de grupos locais. Em semelhança, no mesmo contexto cultural, agiam os praticantes da Medicina originária, com foco centrado nas doenças e nos cuidados dos doentes. Na atualidade, a simetria doença-saúde ainda sobrevive como resíduo, porém cuidar de doentes e promover a saúde são exercidos idealmente de modo compartilhado e multiprofissional. Em suma, os avanços das ciências dos dias presentes têm revalidado a pedagogia do atendimento diversificado de saúde a indivíduos e grupos, identificados pelas comunidades onde vivem. No Brasil, este procedimento ganhou destaque a partir da criação do Sistema Unificado de Saúde – SUS, no final da década de 1980. Como tal, o SUS incorporou progressivamente as orientações da Organização Mundial de Saúde-OMS. E neste curso de desenvolvimento, o foco incide na saúde como um recurso de indivíduos e grupos sociais para “alcance de seus objetivos de vida em comum”, como tem assinalado aquela entidade internacional. Há, portanto, um significado sociocultural definido historicamente e experiências institucionais de tempos presentes - SUS e OMS, por exemplo - que justificam, em princípio, a publicação ora diante de nós, comemorativa dos dez anos de parceria entre o CREF6/MG e o Núcleo de Educação em Saúde – NESCON da Faculdade de Medicina da UFMG, que deu origem aos cursos de qualificação de profissionais de Educação Física para atuação na área de saúde. E numa perspectiva mais ampla, este registro documental não legitima apenas aperfeiçoamentos institucionais, mas na essência, abre caminhos para uma integração maior da Medicina com a Educação Física e outras profissões congêneres. Em termos mais práticos, importa enfatizar que a cooperação NESCON-CREF6, nos dez anos de existência, já superou as fases elementares de desenvolvimento, a julgar pelos seus registros e avaliações, e opera com vistas a desafios futuros. E mais uma vez as recomendações da OMS poderão direcionar a busca de inovações, desde que esta entidade maior, no seu Plano de Ação Global 2018-2030, vislumbre um mundo mais saudável com pessoas mais ativas. Em síntese, as expectativas levantadas pela parceria NESCON-CREF6 sugerem que os futuros profissionais atuantes em áreas vinculadas à saúde sejam inovadores – sobretudo os egressos da Educação Física – mas se inspirem na tradição da Antiga Grécia, hoje renovada pela OMS, na qual os exercícios físicos delimitam os significados de uma vida saudável.

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