Resumo

O treinamento resistido (TR) tem sido altamente recomendado para melhorar diversos desfechos relacionados a saúde em indivíduos idosos. Dentre os diversos desfechos, podemos destacar aos fatores de risco cardiovascular. Esses fatores podem ser acentuados por outras condições de saúde como, por exemplo, problemas de saúde mental como a depressão. Vários estudos vêm mostrando que pessoas com depressão maiores riscos para desenvolver problemas cardiovasculares. Dessa forma, o TR tem se mostrado eficaz para melhorar tais parâmetros, contudo pouco se sabe quais seriam os efeitos desse tipo de exercício em pessoas com depressão, especialmente idosos, devido as condições clínicas diferentes e medicações que essa população faz uso. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar e comparar os efeitos de 12 semanas de treinamento resistido (TR) sobre os fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) em mulheres idosas com e sem transtornos depressivos. Métodos: Incluímos 79 mulheres idosas, 27 com diagnósticos médicos atuais de transtornos depressivos e que fazem uso de medicamentos antidepressivos. As 79 participantes passaram por 12 semanas de condição controle e foram instruídas a manter sua rotina habitual. Após o período de controle, as participantes foram reavaliadas e compareceram a 12 semanas de TR. O Beck Anxiety Inventory (BAI) e o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) foram usados ​​para medir ansiedade e sintomas depressivos, respectivamente. Os níveis séricos de proteína C-reativa de alta sensibilidade, glicose, colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-c), colesterol de baixa densidade (LDL-c) e triglicerídeos (TG) foram usados ​​como fatores de risco cardiovascular. O Generalized Mixed Model (GMM) foi usado para comparação entre os grupos. Resultados: Encontramos uma redução no BAI (pré = 9,0 ± 8,0 vs. pós = 5,5 ± 4,7, P < 0,05) e PHQ-9 (pré = 6,2 ± 4,4 vs. pós = 4,8 ± 4,0, P < 0,05) após o período de treinamento. Para os fatores de risco cardiovascular, foram reveladas melhorias (P < 0,05) para hemoglobina glicada [β = -0,27 (-0,13; -0,41)], triglicerídeos [β = -44,27 (-17,55; -71,00)], colesterol total [β = -29,52 (-15,18; -43,86)], LDL-c [β = -23,78 (-9,55; -38,01)] e proteína C-reativa [β = -1,01 (-0,13; -1,89)]. O efeito da RT foi semelhante entre participantes com e sem transtornos depressivos. Conclusão: Nossos resultados sugerem que a TR é eficaz para melhorar os fatores de risco de DCV em mulheres idosas com sintomas depressivos.

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