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Em todas as atividades humanas, a desigualdade fica escancarada quando se observam as diferenças no cardápio de oportunidades na vida das pessoas. Seja na qualidade da educação, na assistência médica, nas condições de trabalho e renda ou nas oportunidades de lazer, são diversos e perversos os determinantes da inequidade. Da cor da pele ao gênero; da faixa etária à afiliação religiosa; da região de origem à conta bancária; de ser ou não uma pessoa com deficiência - tudo isso pode significar mais ou menos oportunidades, melhor ou pior qualidade de vida, vida mais longa ou mais curta.

Vivemos uma época de mudanças rápidas, com a IA redesenhando a vida neste planeta e trazendo muitas esperanças e dúvidas sobre o futuro da humanidade. Paralelamente, é também um período de muitos conflitos étnicos, de intolerância política e religiosa, e de guerras inexplicáveis (se é que existem guerras “explicáveis”). Tudo isso tem mostrado que o valor da vida humana depende, absurdamente, de fatores étnico-religiosos e socioeconômicos que parecem justificar a violência crescente e a insensibilidade que observamos cotidianamente.

Seja nas situações de violência urbana ou guerras, as vidas parecem ter valores distintos. Quantas vidas de crianças pobres, nas periferias das cidades, correspondem à vida de uma criança em bairros nobres? Quantos palestinos ou africanos anônimos equivalem a uma vítima de guerra ou terrorismo no “primeiro mundo”? Quantos gambás deverão morrer atropelados para ter a repercussão da morte de uma baleia???

Atribui-se ao Presidente John Kennedy a frase: “Mede-se o desenvolvimento de uma sociedade pela maneira que trata os menos favorecidos”. Para muitos, nos dias de hoje, isso é irrelevante. É importante que não deixemos a estupidez humana sobrepujar os avanços sociais.  Uma pessoa, um voto! Uma pessoa, uma vida! E TODAS AS VIDAS IMPORTAM. Independentemente do gênero, cor da pele, idade, nível educacional, afiliação religiosa/política, local onde a pessoa vive ou de onde vem. Salvem os gambás!

Grande abraço!
Markus Nahas