Resumo

Introdução: O presente estudo trata de alguns dos principais aspectos metodológicos relacionados às competições esportivas infantojuvenis de praticantes de Karate-do JKA. Parte-se do pressuposto de que seria necessário, conforme Marques (2004), evitar a reprodução do modelo adulto vigente. Objetivo: Verificar se na perspectiva dos dirigentes e treinadores, as competições infantojuvenis de Karate-do JKA estão adequadas às necessidades e capacidades de seus participantes. Metodologia: Foram entrevistados 10 treinadores que possuíam atletas ocupando até a terceira posição em campeonatos brasileiros da modalidade no período de 2009 a 2014. Os treinadores responderam um roteiro de entrevista baseado na teoria proposta por Marques (2004), que trata da atuação das competições na formação e educação de crianças e jovens. O período de tempo foi escolhido por ser a transição entre os regulamentos de competição do Karate-do JKA, a qual promoveu que o regulamento de competição adulto fosse utilizado por todas as categorias. Resultados: A maioria dos entrevistados relatou considerar inadequada a modificação do regulamento. A principal razão seria o acontecimento de acidentes devido à falta de preparação das crianças e adolescentes para realizar a tarefa proposta (shiai kumite) devido à pouca relação que o treino para essas faixas etárias possui com a competição proposta. Segundo os entrevistados, esse público tem seu treinamento baseado em formas de luta com técnicas e distância pré-estabelecidas, o que faz com que a realização da luta livre (shiai kumite) seja um desafio. O Shiai Kumite é uma tarefa que deve ser incluída gradativamente no treinamento sempre e depois que haja o domínio dos requisitos exigidos nos exercícios anteriores para minimizar a ocorrência de acidentes. Conclusão: Os treinadores entrevistados não consideram adequadas as competições de Karate-do JKA, pois os conteúdos exigidos não são amplamente aplicados no treinamento de modo a fornecer apoio.