Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar a influência da atividade física como terapia da depressão de mulheres na cidade de Santa Maira, RS. A amostra do estudo foi composta por 20 mulheres com depressão moderada e idade entre 37 e 61 anos. Para a realização do estudo, usaram-se dois métodos de pesquisa, um descritivo apoiado na Teoria dos Sistemas Ecológicos de Urie Bronfenbrenner, e outro, quasi-experimental onde foram analisadas, através da análise de variância, as variáveis idade, escore na Escala de Hamilton anterior e posterior ao tratamento. Para comparação múltipla dos grupos foi empregado o Teste de Tuckey, em função do uso ou não de medicamentos e da atividade física. Os sujeitos do estudo foram divididos em quatro grupos: Grupo 11 participou das atividades físicas e tomou medicamento antidepressivo; o Grupo 12 participou das atividades e tomou placebo; o Grupo 21 somente tomou medicamento antidepressivo e o Grupo 22, grupo controle, sendo um estudo duplo-cego. Os resultados alcançados, quanto ao método descritivo, apontam para a importância do contexto no tratamento da depressão, tendo sido observado que, no microssistema sessões de atividades físicas, as atividades necessitam ser percebidas como atividades molares. Quanto às inter-relações pessoais, a díada de participação conjunta destaca-se principalmente na característica afetividade juntamente com a díada primária, que possibilita o reforçado dos métodos de tratamento. Os papéis, para o depressivo, dever ser admitidos de maneira que o levem a uma situação de decisão, posicionamento e importânci perante o contexto vivido, pois se percebeu que esses elementos tiveram influência significativa na auto-estima dos sujeitos estudados. No método quasi-experimental, observou-se melhora significativa dos sujeitos que participaram das atividades físicas, no entanto essa melhora também foi percebida no grupo que somente tomou o medicamento antidepressivo, havendo uma diferença entre os grupos, nos sintomas que sofreram melhora. Tais diferenças se estabeleceram em sintomas psíquicos, para os que somente tomaram medicamento e, somáticos para os que participaram de atividades físicas associadas ou não ao medicamento. Dentro do exposto pode-se sugerir que a atividade física apresenta resultados muito satisfatórios e aceitáveis, se utilizadas como coadjuvante na terapia da depressão. No entanto, torna-se necessário que o tratamento tenha conotação desenvolvimentista e considere, acima de tudo, o contexto vivenciado pelo deprimido.