A atividade física modera a relação entre indicadores de gordura corporal e Proteína C Reativa Ultrassensível em adolescentes? Um estudo longitudinal
Por Raissa Valdelice Ribeiro da Costa (Autor), José Cazuza de Farias Júnior (Autor), Cássio Gustavo Sena Assunção (Autor), Tayse Guedes Cabral (Autor), Eduarda Cristina da Costa Silva (Autor), Marcos André Moura dos Santos (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A elevação nos níveis de gordura corporal está relacionada ao aumento de Proteína C Reativa Ultrassensível? (PCR-us). No entanto, ainda não se sabe se a atividade física (AF) pode amenizar ou até mesmo anular os efeitos do acúmulo de gordura corporal na PCR-us. OBJETIVO: analisar longitudinalmente a associação de indicadores de gordura corporal e PCR-us e avaliar se AF modera essas associações em adolescentes. MÉTODOS: estudo longitudinal observacional, com adolescentes (n = 302), de 10 a 13 anos de idade, de João Pessoa (PB), acompanhados por três anos. A AF foi mensurada por questionário (<420 min/sem: inativos vs. ≥420 min/sem: ativos). Os indicadores de gordura corporal foram: índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura. Os adolescentes foram classificados em: peso normal, sobrepeso e obesidade, para o IMC, e não risco e risco aumentado para obesidade abdominal. Ao longo dos anos, os adolescentes foram agrupados, conforme segue (2014-2017): "ativo-ativo", "inativo-ativo", "ativo-inativo" e "inativo-inativo"; "sobrepeso e obeso-peso normal", "sobrepeso-sobrepeso" e "sobrepeso e obeso-obeso"; "não risco-não risco" e "risco aumentado-risco aumentado" para obesidade abdominal. A PCR-us (mg/L) foi utilizada de forma contínua. Utilizou-se a regressão linear múltipla no Stata 13, adotando p ≤ 0,05. RESULTADOS: ao longo dos anos, os adolescentes que permaneceram nos subgrupos "sobrepeso-sobrepeso" (β= 0,07 IC95%: 0,01; 0,14), "sobrepeso e obeso-obeso" (β= 0,13 IC95%: 0,04; 0,22), para o IMC, e com "risco aumentado-risco aumentado" (β= 0,07 IC95%: 0,01; 0,14), para obesidade abdominal apresentaram maiores níveis de PCR-us comparados aos de "peso normal-peso normal" e "não risco-não risco, respectivamente. A AF não moderou a associação dos indicadores de gordura com a PCR-us. CONCLUSÃO: adolescentes com níveis elevados de gordura corporal e risco aumentado para obesidade abdominal estão em maior risco para o aumento de PCR-us, e a AF parece não atenuar os efeitos da gordura corporal na PCR-us.