Resumo

O objetivo do estudo: O objetivo do artigo é analisar o entendimento dos atores da iniciativa privada do turismo brasileiro sobre a inserção e a promoção do Brasil no mercado turístico internacional, especialmente, do Mercosul, considerando os quadros conjunturais de 2016 e 2021, com base nas perspectivas da diplomacia e da cooperação técnica internacional.
Metodologia/abordagem: Os procedimentos da pesquisa abrangeram coleta de dados em fontes secundárias e entrevistas semiestruturadas com gestores de entidades privadas representativas do turismo brasileiro (ABEAR, ABRACORP, FOHB e CNTUR). As entrevistas foram realizadas em dois períodos, no ano de 2016 e no ano de 2021.
Originalidade/Relevância: Apesar de sua expressividade econômica, social e cultural, no campo das relações internacionais e do Mercosul, as atuações e as visões dos atores privados, ou corporativos, do turismo brasileiro, ainda não são suficientemente reconhecidas no campo da pesquisa acadêmica.
Principais resultados: Confirma-se a importância da atuação das entidades empresariais do turismo brasileiro, mas verificam-se limitações na sua atuação, tanto no que se refere a realizações de acordos cooperativos quanto nas parcerias público-privadas, mesmo nas relações com a Argentina, o maior emissor de turistas estrangeiros ao país, antes da pandemia de Covid-19. Adicionalmente, frente ao cenário da crise pandêmica, observou-se a preocupação dos atores em relação à conjuntura adversa, que impacta, sobremaneira, as atividades turísticas, sobretudo, as internacionais, mas, também, em relação à ausência de coordenação central por parte do governo brasileiro, o que aponta para um cenário ainda mais difícil de recuperação dos fluxos de turistas e de investidores.
Contribuições teórico-metodológicas: Fundamentado nas revisões conceituais de diplomacia corporativa, paradiplomacia e cooperação técnica internacional, o artigo proporciona reflexões sobre os fatores que justificam a maior inserção e o reconhecimento da atuação e das visões dos gestores privados do turismo brasileiro, no âmbito internacional, especialmente, no Mercosul. Além de contribuir para a contextualização do turismo nas relações internacionais, o artigo proporciona subsídios para as políticas públicas e o desenvolvimento do setor, em âmbito regional.

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