Resumo

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação entre a produção cientifica (PC) e a crise de identidade que vive a educação física (EF) no Brasil. Partindo da premissa que a EF encontra-se em crise de identidade, á medida que, pretendendo se configurar em disciplina académica e ou curricular não consegue explicitar seu objeto teórico formal. Neste estudo, através de uma análise da PC brasileira de 1970 a 1989, sustenta-se de que a PC ao se constituir num conjunto de saberes dispersos e desarticulados, não tem possibilitado a construção de uma teoria geral (TG) para a EF. Desenvolve-se esta tese com três hipóteses. Hl: A PC na EF brasileira representa fenómeno recente, pois foi a partir de 1970 que se pronunciou com maior ênfase, embora nestes vinte anos já se possam detectardois momentos. O primeiro correspondendo a década de 70, e o segundo a década de 80; H2: A PC da década de 70, determinada pelo enfoque positivista, por seu próprio principio filosófico não pode produzir alguma TG para a EF; H3: A PC da década de 80, embora tentando aproximar-se de enfoques fenomenológicos e marxistas não foi além de um modelo discursivo-racional e doutrinariamente intelectualista que não desenvolveu conhecimentos, de tal forma sistematizados que contribuíssem para a construção de uma TG. Referindo argumentos históricos na defesa destas hipóteses conclui-se que: 1°) A construção de uma TG para a EF necessita, desde sua origem, percebera EF a partir de concepções filosóficas que sejam capazes de mediar as reflexões sobre a origem, a essência e a possibilidade deste conhecimento. 2o) A construção de uma TG para a EF necessita do desvelamento de sua realidade concreta. Uma realidade de contradições, demasiadamente múltipla e mutável para encerrá-la em fórmulas a priori. É uma realidade onde cada fase detém suas próprias leis, seus sistemas de categorias que devem ser descobertas por uma investigação direta da realidade concreta. A aula de educação física em todas as suas manifestações.