A aventura nas danças de umbigada
Por Ana Carolina Sales Pacheco (Autor), Daniel Bidia Olmedo Tejera (Autor), Carmen Maria Aguiar (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura - CBAA
Resumo
O Brasil comporta uma das maiores sociedades fora do continente africano cuja influência da cultura negra é extremamente presente. Em seu território pode-se notar esta diversidade cultural em campos variados, na vida religiosa, social, cultural, entre outras, o que implica numa conivência clara com a presença do diverso. Dentro das danças populares brasileiras podemos classificar as danças de umbigada ou sambas, uma variedade de danças e ritmos afro-brasileiros está inclusos nesta classificação, derivados do “semba” e muitas provenientes principalmente de Angola. Este ritmo normalmente está associado a cultos á fertilidade, essas danças se caracterizam pelo forte caráter lúdico, do choque entre os umbigos dos dois dançantes e da roda formada pelos participantes onde normalmente no seu centro fica um casal dançando. A ausência de trabalhos que relacionem a dança de umbigada ao ato de se aventurar motiva o presente trabalho. Através de relatos de mestres da cultura popular e revisão de literatura propõe-se uma idéia de aventura, que envolve o improviso na dança, a música marcante e a descoberta de outras formas de se arriscar. Pode-se observar que o fato de dançar no centro da roda, demonstra uma exposição para muitas pessoas, além do que, o contato com esse tipo de manifestação abrange outras dimensões de integração e de práticas corporais explorando o dançar particular de cada um. Essa atividade além de possibilitar a vivência da emoção vezes podendo parecer difícil, mas agradável, possibilita uma superação de limites. No âmbito do lazer é buscada como recompensa a satisfação provocada pela situação. Uma dimensão da cultura constituída por meio da vivência lúdica de manifestações culturais em um tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo social, estabelecendo relações dialéticas com as necessidades, os deveres e as obrigações, especialmente com o trabalho produtivo. (GOMES, 2004) Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais percebemos uma massificação da cultura pelos meios de comunicação, entrar em contato com outras culturas além de possibilitar o lazer, emoção, prazer e divertimento, possibilita através de uma experiência significativa um questionamento da realidade e dos hábitos atuais, em fim, é o próprio ato de aventurar-se no desconhecido. A Ação cultural para a libertação além de um ato de conhecimento é uma forma de transformação da realidade (FREIRE, 2004). Desta forma ressalta-se a importância do aprofundamento nas discussões desta temática, trabalhando a favor da valorização da cultura popular ampliando o universo de trabalhos com aventura.